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Coluna Vitor Vogas

Giro 360: os apoios dos prefeitos da Grande Vitória para o Senado

E mais: uma artimanha na propaganda de Manato; Audifax e Manato sobem o tom contra Casagrande; o candidato ao governo “mais próximo” de Paulo Hartung

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Da esquerda para a direita: Euclério Sampaio, Sérgio Vidigal, Rose de Freitas, Solange Lube, Arnaldinho Borgo e Wanderson Bueno

No pôquer, um jogador tem um full house (literalmente, “casa cheia”) quando reúne uma trinca e dois pares, ou seja, suas cinco cartas são boas. Nesta terça-feira (13), a senadora Rose de Freitas (MDB) não completou o seu full house – ficou faltando uma carta. Mas conseguiu reunir uma bela mão: tirando Lorenzo Pazolini, que apoia Erick Musso, todos os prefeitos da Região Metropolitana da Grande Vitória estão endossando a reeleição da senadora.

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Para o provar, em ato com forte valor simbólico, Rose reuniu nesta terça-feira (13), em um restaurante de Vitória, os chefes do Executivo de Vila Velha, Arnaldinho Borgo (Podemos), Serra, Sérgio Vidigal (PDT), Cariacica, Euclério Sampaio (União Brasil), e Viana, Wanderson Bueno (Podemos).

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Euclério está com Rose desde antes da campanha. No dia 11 de agosto, participou de outra reunião, promovida pela senadora em sua casa, com cerca de 35 prefeitos (mas o de Cariacica era o único da Grande Vitória). No dia 20 de agosto, com a campanha oficial já iniciada, veio o apoio de Wanderson Bueno. Nesta segunda-feira (12), houve manifestação pública de Arnaldinho, em comício em Vila Velha. E Vidigal já estava com ela – até porque o PDT tem a segunda suplente de Rose, a ex-prefeita de Guaçuí Vera Costa –, mas ainda não havia posado ao lado da senadora para explicitar esse apoio.

Quanto a Pazolini, o apoio do prefeito de Vitória a Erick Musso é natural, pois os dois são não só correligionários no Republicanos como grandes aliados políticos. Na campanha de Pazolini a prefeito de Vitória em 2020, Erick foi para as ruas pedir votos para o então colega de bancada na Assembleia.

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Manato cresceu, mas calma aí…

Para sublinhar o crescimento do candidato ao governo em pesquisas, a campanha de Manato usou um pequeno truque no horário eleitoral: pegou as duas primeiras pesquisas feitas pelo Ipec para a Rede Gazeta (a primeira, de 17 de agosto; a segunda, de 2 de setembro) e comparou as intenções de voto dele na primeira (10%) com seus votos válidos na segunda (21%).

Isso metodologicamente está incorreto. Não se pode comparar uma “unidade de medida” com a outra. “Votos válidos” sempre vão dar um percentual maior que “intenções de voto”, para qualquer candidato que pontue em uma pesquisa eleitoral.

Fazendo a comparação correta – intenções de voto na primeira com intenções de voto na segunda –, Manato realmente cresceu na série do Ipec, mas um pouco menos: de 10% para 19%.

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A super propaganda de Rigoni

Por falar em horário eleitoral, dia desses o União Brasil exibiu, no tempo destinado a seus candidatos a deputado federal, uma propaganda com um minuto ou mais de duração, inteiramente dedicada a Felipe Rigoni. Este deixou com inveja não só os outros candidatos do partido, mas também muitos candidatos a governador e a senador que não conseguem tanto tempo de exposição no ar. Rigoni é presidente estadual do União Brasil e candidato à reeleição.

Subindo o tom contra Casagrande

Ainda no horário eleitoral, Audifax e Manato estão subindo o tom contra Casagrande. O ex-prefeito da Serra afirmou que o governador é “desumano” por ter deixado dinheiro em caixa em vez de o investir, enquanto a pobreza aumenta e muitos capixabas carecem de políticas públicas.

Já Manato está tratando de colocar Casagrande no mesmo balaio de Paulo Hartung. Em seu programa sobre segurança pública, o ex-deputado disse que “o grupo que está no poder há 20 anos” não resolveu os problemas da área.

> Por que a “presença” de Hartung pode atrapalhar a campanha de Guerino? 

O candidato mais “próximo” de Hartung

A bem da verdade, desde o início da campanha, o único candidato a governador que tem citado Paulo Hartung, e positivamente, é… Casagrande! Antes mesmo da campanha, em sabatinas e entrevistas, ele vem aludindo ao “Paulo”, sem nenhum embaraço, ao justificar a sua “ampla aliança”, algo que o ex-governador também costumava fazer e que, segundo ele, “tem dado certo para o Espírito Santo”.

Veja-se, por exemplo, o que disse Casagrande a empresários, em uma sabatina no fim de agosto:

“Sou uma pessoa equilibrada. Gosto de dialogar. Gosto de conviver com quem pensa diferente. Consigo fazer alianças amplas. E as alianças amplas para o estado do Espírito Santo têm dado certo. Deu certo comigo, deu certo com Paulo Hartung, porque a gente foge da faixa ideológica da disputa nacional. A gente vai além da faixa ideológica. Cada um tem seu candidato a presidente da República. Mas o nosso foco é o de a gente poder prestar serviço público adequado para a sociedade que estamos representando.”

Como já observado aqui, o candidato a governador oriundo do “hartunguismo” é Guerino Zanon. O ex-prefeito de Linhares, porém, optou por não colar no aliado nesta campanha.

Vitor Vogas

Nascido no Rio de Janeiro e criado no Espírito Santo, Vitor Vogas tem 39 anos. Formado em Comunicação Social pela Ufes (2007), dedicou toda a sua carreira ao jornalismo político e já cobriu várias eleições. Trabalhou na Rede Gazeta de 2008 a 2011 e de 2014 a 2021, como repórter e colunista da editoria de Política do jornal A Gazeta, além de participações como comentarista na rádio CBN Vitória. Desde março de 2022, atua nos veículos da Rede Capixaba: a TV Capixaba, a Rádio BandNews FM e o Portal ES360. E-mail do colunista: [email protected]

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