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Coluna Vitor Vogas

Casagrande vai processar Pazolini, afirma advogado do governador

“Posso afirmar que tomaremos todas as providências legais cabíveis. Haverá, sim, uma ação”, garante Willer Tomaz de Souza, após arquivamento de acusação do prefeito

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Lorenzo Pazolini e Renato Casagrande. Fotos: Tati Beling e Hélio Filho

O advogado de Renato Casagrande (PSB), Willer Tomaz de Souza, afirmou que o governador certamente vai processar Lorenzo Pazolini (Republicanos), munido da decisão do subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos de arquivar a notícia de fato do prefeito de Vitória contra ele.

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“O que posso afirmar é que tomaremos todas as providências legais cabíveis. Ele mesmo já declarou que iria até as últimas consequências para defender sua honra. Ainda não decidimos o tipo de ação que moveremos, mas pode estar certo de que haverá, sim, uma ação.”

No dia 16 de maio, Pazolini apresentou à Polícia Federal documentos que supostamente indicariam a existência de um esquema de licitações fraudulentas no governo estadual, com o envolvimento de Casagrande. Como a acusação implicava o governador, os autos foram remetidos à Procuradoria-Geral da República, que poderia pedir o arquivamento do processo ou propor instauração de inquérito junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), o foro onde governadores são processados e julgados.

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O representante da PGR no processo optou pelo arquivamento, por falta de elementos probatórios que justificassem a abertura de uma investigação. Ele apontou a “ausência de justa causa para instauração de procedimento investigatório, decorrente da inexistência de elementos de materialidade e autoria”. Santos não identificou “qualquer elemento que evidencie, neste momento, a participação do Governador dessa unidade federativa, ou de outra pessoa que detém prerrogativa de foro, nos fatos narrados”.

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Relembre o caso

No dia 14 de maio (um sábado), em discurso realizado durante a inauguração de uma escola municipal no bairro Jardim Camburi, Pazolini declarou ter recebido, de uma “autoridade xis”, proposta explícita de direcionamento de licitação em favor de “determinada empresa” para a realização de obras em Vitória: “A licitação tinha ganhador! A obra tinha que ser executada pela empresa tal!”

O prefeito teria ouvido a proposta da “autoridade xis” durante uma reunião em local que ele não chegou a explicitar, mas que, pela descrição feita por ele (“em um palácio no centro da cidade, que leva o nome de uma autoridade cristã católica”), só poderia ser o Palácio Anchieta, sede do governo estadual.

Pazolini não nominou o interlocutor nem precisou a data do diálogo, o qual teria ocorrido “em determinado momento do ano ado” (o primeiro de sua istração). Tampouco especificou de qual empresa se trataria. Disse ainda que, ao ouvir a proposta, bateu na mesa e retirou-se. Por conta disso, concluiu, Vitória não receberia investimentos do governo estadual.

No mesmo dia, Procuradoria-Geral do Estado (PGE) entrou com representação pedindo ao Ministério Público Estadual (MPES) que requeresse ao prefeito os devidos esclarecimentos e o preenchimento das lacunas, sob pena de ser processado criminalmente por “ofensa à honra provocada por imputações inverídicas”.

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A procuradora-geral de Justiça, Luciana de Andrade, deu a Pazolini prazo de cinco dias para enviar as informações complementares, detalhando o teor da acusação. Ele respondeu ao ofício dentro do prazo, mas, segundo a nossa apuração, de forma muito vaga.

Nesse ínterim, no dia 16 de maio (uma segunda), Pazolini entregou à Superintendência da Polícia Federal no Espírito Santo “documentos contendo informações sobre a possível prática de crimes”, como então informou, em nota, a assessoria da instituição.

Por conter menção a autoridade com prerrogativa de foro (Casagrande), a Polícia Federal remeteu os documentos à Procuradoria-Geral da República, em Brasília, para análise de possível pedido de abertura de inquérito junto ao Superior Tribunal de Justiça (instância na qual governadores são processados e julgados).

Como não reconheceu elementos nem justa causa para a instauração de procedimento investigatório, o subprocurador-geral da República, Carlos Frederico Santos, arquivou o processo sem propositura de inquérito.

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Vitor Vogas

Nascido no Rio de Janeiro e criado no Espírito Santo, Vitor Vogas tem 39 anos. Formado em Comunicação Social pela Ufes (2007), dedicou toda a sua carreira ao jornalismo político e já cobriu várias eleições. Trabalhou na Rede Gazeta de 2008 a 2011 e de 2014 a 2021, como repórter e colunista da editoria de Política do jornal A Gazeta, além de participações como comentarista na rádio CBN Vitória. Desde março de 2022, atua nos veículos da Rede Capixaba: a TV Capixaba, a Rádio BandNews FM e o Portal ES360. E-mail do colunista: [email protected]

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