Coluna Vitor Vogas
Casagrande: Nésio Fernandes, a princípio, não volta para a Secretaria de Saúde
Em conversa à parte com a coluna, governador ite que esperava ganhar no 1º turno (“Ganhamos na raça!”), revela que precisou “reenergizar” a militância e comenta o difícil “equilibrismo” entre manter a coerência com Lula e precisar de votos de bolsonaristas

O colunista entrevista o governador reeleito Renato Casagrande, em seu comitê de campanha, após a apuração dos votos (30/10/2022). Foto: Hélio Filho
Gentilmente, em meio à comemoração da vitória em seu comitê de campanha na noite deste domingo (30), com muitos abraços e selfies, o governador reeleito Renato Casagrande (PSB) atendeu separadamente à coluna e concedeu a entrevista abaixo. Ele destacou o momento mais difícil da campanha e antecipou uma provável mudança em sua equipe de governo.
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Confira:
Governador, qual foi o momento mais difícil desta campanha no 2º turno para o senhor?
O mais difícil foi reenergizar a campanha no início do 2º turno e a necessidade de a gente manter uma coerência política com a campanha do Lula e dar segurança a quem achava e acha que sou um bom governador e queria votar no Bolsonaro.
Ou seja, o mais difícil foi fazer esse trabalho de equilibrismo…
Sim. Você vê que Bolsonaro ganhou a eleição aqui com uma margem muito grande. E o Manato colou a imagem dele no Bolsonaro durante os últimos quatro anos.
O senhor pessoalmente ficou decepcionado por ter precisado disputar o 2º turno? Ou seja, falando muito francamente, o senhor esperava ter liquidado a fatura ali no 1º turno?
Eu sinceramente sou uma pessoa muito pé no chão. Sempre pensei que uma eleição polarizada pudesse ter dois turnos. Mas eu também via as pesquisas. E todas as pesquisas, sem nenhuma exceção, apontavam as chances de eu ganhar no 1º turno. Isso criou uma expectativa no meu projeto, na minha base. Pode não ter criado tanto em mim, mas criou na minha base.
Naquelas primeiras 24 horas de 2º turno, o senhor percebeu certo desânimo na militância e daí a necessidade de reenergizar seus apoiadores?
Não é desânimo. É reenergizar mesmo. Porque as pessoas se prepararam, pelas pesquisas, para uma vitória no 1º turno. Então a gente encontrou energia para colocar na turma e partir pra cima.
E qual é o seu sentimento maior agora, em uma palavra?
Acho que agora, pelas circunstâncias, nossa vitória dá ao Espírito Santo mais quatro anos de segurança, de estabilidade. A gente não caminhou na direção de uma possível aventura. Esse sentimento é o sentimento de quem ganhou a eleição na raça, não só eu, mas todo mundo que trabalhou comigo. Ganhamos a eleição na raça.
Pensando na montagem da sua nova equipe, o senhor tem dito que não vai ser o mesmo governo…
Vai ser outo governo!
O senhor pode adiantar alguma mudança?
Ainda não.
Nésio Fernandes volta nesta segunda (31) ao cargo de secretário estadual de Saúde?
Não. Nésio está de férias ainda.
Mas ele vai voltar para este final de mandato ou nem volta?
A princípio, não. Ele tinha férias acumuladas. Está tirando férias. Neste mês de novembro, ele não volta.
E para o próximo governo?
Não discuti ainda.
O Brasil claramente sai desta eleição dividido ao meio e precisa urgentemente ser distensionado. O senhor vai ajudar o presidente Lula a fazer isso no Espírito Santo?
Vou ajudar o presidente Lula a fazer isso e vou fazer isso aqui no Espírito Santo. Numa eleição polarizada como esta estadual e nacional, o que quero é ajudar o Brasil e ajudar o Espírito Santo para melhorar a qualidade de vida dos capixabas.
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