Coluna Vitor Vogas
Para poder ser vice, Aridelmo muda de cargo no governo de Pazolini
Secretário municipal de Governo foi exonerado nesta quarta-feira e assumiu cargo menor. Com isso, ele se mantém apto a ser candidato a vice-prefeito

Da esquerda para a direita: Regis Mattos, Aridelmo Teixeira e Lorenzo Pazolini. Foto: Reprodução Instagram
O empresário e professor Aridelmo Teixeira (Novo) não faz mais parte do secretariado do prefeito Lorenzo Pazolini (Republicanos) em Vitória. Na edição desta quarta-feira (5), o Diário Oficial do Município trouxe o decreto de exoneração, a pedido, do secretário municipal de Governo, confirmando informação publicada aqui na última terça-feira (4).
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Aridelmo não deixa, contudo, a equipe de Pazolini. O prefeito o nomeou para exercer o cargo comissionado de assessor especial da mesma secretaria até então comandada por ele, a de Governo. Responsável pela articulação política da prefeitura, a pasta a a ser chefiada, interinamente, pelo secretário de Planejamento, Regis Mattos Teixeira (sem parentesco com Aridelmo), designado pelo prefeito. Regis a assim a responder, ao menos oficialmente, pelas duas secretarias. Mas Aridelmo deve seguir influindo nas decisões da Secretaria de Governo – onde, afinal, seguirá lotado. O “rebaixamento” é só aparente.
O movimento cumpre apenas uma finalidade estratégica, em respeito ao calendário eleitoral: manter Aridelmo “vivo” como opção para ocupar o posto de candidato a vice-prefeito ao lado de Pazolini, na chapa da situação.
Nessa quinta-feira (6), a exatos quatro meses do 1º turno da eleição municipal, encerra-se o prazo de desincompatibilização para secretários estaduais e municipais (além de ocupantes de outros cargos na istração pública) que queiram concorrer a prefeito ou vice-prefeito no próximo pleito. Quem é ordenador de despesa no Governo do Estado ou em qualquer prefeitura precisa estar oficialmente exonerado até a data fatal se quiser se manter habilitado, do ponto de vista legal, para disputar um cargo majoritário. Do contrário, estará fora do jogo.
Com o remanejamento, Aridelmo deixa de ser, tecnicamente, um ordenador de despesas, cumprindo a exigência da Justiça Eleitoral. Mantém-se no jogo.
Candidato a prefeito, Aridelmo não será. Tanto ele como o seu partido apoiam incondicionalmente a reeleição de Pazolini. Ao lado do PP e de outros partidos que ainda podem se somar, o Novo estará na coligação liderada pelo Republicanos.
Candidato a vice-prefeito, Arildemo agora pode ser, embora não seja o favorito para a vaga. E esta é na verdade, a informação mais importante: a partir desse deslocamento, o agora ex-secretário não necessariamente será candidato a vice… mas, tecnicamente, pode ser. Fica como carta na manga de Pazolini, para ele usar, quem sabe, em caso de necessidade.
A primazia na indicação do companheiro de chapa de Pazolini é do Progressistas (PP), até pelo tempo de TV e pelos recursos que o partido, muito maior que o Novo, aporta à coligação encabeçada pelo Republicanos de Pazolini. A favorita para o preenchimento da vaga, como já demonstrado aqui, é a presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Cris Samorini, filiada ao PP no começo de abril.
Aridelmo deve ficar no banco de reservas, como um player que pode entrar em campo para jogar na posição de vice se o plano com Cris não der certo. Se não for candidato, certamente ajudará na retaguarda da campanha, cumprindo algum papel importante no QG de Pazolini e municiando o candidato da situação com informações istrativas e financeiras sobre a sua gestão.
Fundador e um dos proprietários da Fucape Business School, Aridelmo goza da inteira confiança do próprio Pazolini. A aliança entre eles começou na eleição municipal ada em 2020. Naquele pleito, o Novo teve candidato próprio à Prefeitura de Vitória, o ex-comandante-geral da PMES Nylton Rodrigues. O coronel foi mal votado, porém. Após o Novo ter apoiado Pazolini contra João Coser (PT) no 2º turno, Aridelmo integrou a equipe de transição do prefeito eleito, em dezembro de 2020.
De janeiro de 2021 a abril de 2022, Aridelmo foi o secretário municipal da Fazenda de Pazolini. Desligou-se do cargo para se candidatar a governador do Estado (pela segunda vez seguida, pois concorreu ao mesmo cargo, pelo PTB, em 2018).
Em março de 2023, ele foi reabsorvido por Pazolini em sua equipe, voltando ao primeiro escalão da prefeitura como secretário municipal de Governo.
Outro prazo a observar
Um detalhe importante é que há outro prazo importante a ser observado, inclusive por Aridelmo. A legislação eleitoral também determina que todos os servidores públicos que queiram disputar as eleições municipais precisam se desincompatibilizar do cargo, efetivo ou comissionado, até três meses antes do 1º turno – no caso concreto, até o dia 6 de julho.
Como Aridelmo se tornou assessor especial em cargo comissionado, o prazo também vale para ele. Desse modo, será preciso observar se, até 6 de julho, ele será exonerado desse novo cargo. Se o for, seguirá vivo para ser vice. Se não, estará “eliminado”.
