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Coluna Vitor Vogas

Quem vai ou pode deixar o cargo para se candidatar a prefeito ou vice

Até quinta, algumas desincompatibilizações são certas, enquanto outras são possíveis, tanto no Governo do ES como em prefeituras de grandes cidades

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No sentido da leitura: Shymenne de Castro, Weverson Meireles, Aridelmo Teixeira e Lorena Vasques

Termina na próxima quinta-feira (6) o prazo de desincompatibilização de secretários municipais ou estaduais que queiram se candidatar a prefeito ou a vice-prefeito nas próximas eleições municipais. O prazo legal, a quatro meses do 1º turno, também vale para subsecretários e para chefes de autarquias e outros órgãos públicos municipais e estaduais.

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No Espírito Santo, alguns desligamentos importantes já são certos, enquanto outros são possíveis, tanto no Governo do Estado como em prefeituras de grandes cidades. amos abaixo pelas principais situações nos municípios de Serra, Vitória, Vila Velha, Cariacica, Cachoeiro de Itapemirim e São Mateus.

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Serra: Weverson Meireles agora é só pré-candidato a prefeito

Na Prefeitura da Serra, maior colégio eleitoral do Estado, o Diário Oficial do município traz nesta terça-feira (4) o ato de exoneração de Weverson Meireles. Também filiado ao PDT, Weverson foi secretário-chefe de Gabinete do prefeito Sergio Vidigal (PDT) e, desde o dia 9 de abril, vinha exercendo o cargo em comissão de assessor especial da Coordenadoria de Governo.

Em março, ele foi lançado por Vidigal como seu pré-candidato à sucessão. Desde então, o chefe de gabinete tem sido a “sombra” do prefeito, acompanhando-o em praticamente todos os eventos públicos, como parte da estratégia para se tornar mais conhecido e associar a sua imagem à de Vidigal.

No momento, para a posição de vice de Weverson, há cerca de meia dúzia de nomes cotados. A prioridade do PDT é que o acompanhante venha de um partido de centro-direita para equilibrar a chapa na competição com oponentes de direita como Pablo Muribeca (Republicanos), Igor Elson (PL) e Audifax Barcelos (PP) – agora na direita. Um dos nomes cotados para o posto é servidor efetivo da Prefeitura da Serra. Nesse caso, deve se desincompatibilizar do cargo até o dia 6 de julho, três meses antes do 1º turno.

Vitória: Aridelmo vai se despedir do secretariado de Pazolini

Na Prefeitura de Vitória, Aridelmo Teixeira (Novo) se despede do cargo de secretário municipal de Governo. Parceiro de primeira hora de Lorenzo Pazolini (Republicanos), ele assim ficará disponível para jogar na posição em que for escalado na campanha do prefeito à reeleição – inclusive como candidato a vice-prefeito, se for necessário. Dificilmente o será.

A primazia na indicação do companheiro de chapa de Pazolini é do Progressistas (PP), até pelo tempo de TV e pelos recursos que o partido, muito maior que o Novo, aporta à coligação liderada pelo Republicanos. A favorita para o preenchimento da vaga, como já demonstrado aqui, é a presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Cris Samorini, filiada ao PP no começo de abril.

Aridelmo deve ficar no banco de reservas, como um player que pode entrar em campo para jogar na posição de vice se o plano com Cris não der certo. Se não for candidato, ajudará na retaguarda da campanha.

Mesmo não desfrutando de grande prestígio junto ao meio político e a líderes comunitários de Vitória, Aridelmo tem a seu favor um dos maiores ativos neste jogo: goza da inteira confiança do próprio Pazolini.

Meses atrás, como chegamos a registrar neste espaço, outros membros do secretariado de Pazolini chegaram a ser cotados para o lugar de vice: a secretária de Educação, Juliana Rohsner, e o de Serviços, Léo Formigão – nome que agrada muito aos líderes comunitários da cidade.

Juliana é carta fora do baralho: com perfil eminentemente técnico, continuará à frente da Secretaria de Educação. Formigão filiou-se ao Republicanos, sigla de Pazolini, dentro do prazo legal. Como não deixou o cargo de secretário até 6 de abril, não poderá concorrer a vereador. A alternativa que lhe resta é ser candidato a vice-prefeito. Para isso, terá de se desligar do cargo até quinta-feira, mantendo-se tecnicamente apto a disputar o cargo.

Se isso ocorrer, ele ficará ali, como mais uma opção na mesa de Pazolini. Mas a hipótese é extremamente remota, por ele estar no mesmo partido do prefeito e pela já mencionada preferência do PP.

Muito mais provável que Formigão cumpra outro papel, mais operacional, nos bastidores da campanha de Pazolini, valendo-se do prestígio e da ampla rede de contatos construída por ele junto aos representantes das comunidades de Vitória ao longo de muitos anos como secretário de Serviços, desde a istração de Luciano Rezende (Cidadania).

Cariacica: Shymenne deve entregar o cargo para poder ser vice de Euclério

A secretária municipal de Governo e Recursos Humanos, Shymenne Benevicto de Castro, é a principal aposta de agentes políticos da cidade para se desincompatibilizar até quinta. Shymenne é filiada ao PSB, partido do governador Renato Casagrande, principal parceiro político e “investidor” da istração do prefeito Euclério Sampaio (MDB).

O PSB já firmou o compromisso de apoiar a reeleição de Euclério, e o presidente estadual da legenda, Alberto Gavini, já afirmou que o PSB quer indicar a vice. Shymenne é uma das “indicáveis” pelo partido.

O PSB também apoia Weverson Meireles na Serra e a reeleição de Arnaldinho Borgo em Vila Velha. Porém, nessas duas cidades, tem chances diminutas de emplacar o vice.

Tanto o candidato do PDT na Serra quanto Arnaldinho em Vila Velha terão adversários mais à direita que tentarão levar a eleição para a arena ideológica e colar neles o rótulo de “esquerdista”. Ter um vice do PSB, partido de esquerda, poderia alimentar esses ataques, como se eles estivessem “ando um recibo”.

Bem diferente é a situação de Euclério, que não precisa ter essa preocupação. Em Cariacica, o atual prefeito não tem nenhum adversário à sua direita que possa efetivamente ser considerado uma ameaça. O do PL, Ivan Bastos, tem pouca musculatura política. Diferentemente de Weverson e Arnaldinho, Euclério pode se permitir escolher uma vice do PSB…

O prefeito tem uma dívida istrativa enorme com o Palácio Anchieta. E, até por ter de desistir de indicar o vice em cidades vizinhas, a tendência é que o PSB aposte mesmo todas as suas fichas em emplacar a vice de Euclério. O nome de Shymenne ganha força nesse contexto.

Mas o nome do PSB para Euclério pode ser outro.

Vila Velha: Cael tende a ficar no governo de Arnaldinho

A tendência, hoje, é que nenhum secretário municipal de Arnaldinho se desincompatibilize. Pai do deputado federal e ex-vice-prefeito Victor Linhalis (Podemos), o secretário municipal de Planejamento, Cael Linhalis (PSB), era cotado, mas hoje é muito mais provável que ele permaneça no cargo.

Quando Cael se tornou integrante do primeiro escalão em Vila Velha, em agosto do ano ado, sua indicação também ou pela expectativa de que ele pudesse ser o vice na chapa de Arnaldinho este ano. Com a chegada do ex-presidente da Cesan, o PSB selou seu compromisso com a reeleição do atual prefeito e ou a pleitear a indicação a vice, mas sem faca no pescoço.

Entretanto, pelos fatores expostos acima, Arnaldinho tende a evitar optar por um vice do PSB ou de qualquer outro aliado de esquerda. O favorito hoje para a vaga segue sendo o presidente da Câmara de Vila Velha, Bruno Lorenzutti (MDB).

Cachoeiro: Lorena exonerada nesta terça para ser a candidata do prefeito

Na maior cidade do sul do Espírito Santo, a secretária de Manutenção e Serviços, Lorena Vasques (PSB), será exonerada nesta terça-feira (4) pelo prefeito Victor Coelho (PSB). Encerrando o seu segundo mandato sucessivo e não podendo emendar um terceiro, Coelho aposta na correligionária como sua candidata à sucessão.

O lançamento dela, inclusive, ocorrerá na próxima quarta-feira (5), às 19h, em encontro do PSB, em um clube de Cachoeiro.

Governo do Estado: quem sai e quem pode sair

O subsecretário de Trabalho, Emprego e Geração de Renda Carlos Casteglione (PT), entrega o cargo na Secretaria de Estado de Trabalho, Assistência e Desenvolvimento Social (Setades). Ele vai tentar retornar ao cargo de prefeito de Cachoeiro, exercido por ele de 2009 a 2016, por dois mandatos.

O diretor de Segurança no Trânsito do Detran/ES, Frei Paulão (PSB), se desliga para buscar voltar à Prefeitura de Muqui, já comandada por ele.

O subsecretário estadual de Turismo, Gedson Merízio (Podemos), pedirá exoneração para se manter habilitado a se candidatar mais uma vez a prefeito de Guarapari.

Até a última segunda-feira (3), a grande dúvida dizia respeito ao diretor-presidente do Departamento de Edificações e Rodovias do Espírito Santo (DER-ES), o ex-deputado estadual Eustáquio de Freitas (PSB).

Quando Freitas assumiu o cargo de comando no DER-ES, até nós avaliamos aqui: a nomeação também seria uma maneira de dar ao aliado e correligionário do governador exposição visando ao lançamento de nova candidatura à prefeitura da cidade dele, São Mateus.

Entretanto, Freitas está muito bem acomodado no cargo; a eleição em São Mateus é, no momento, a de maiores indefinições entre os maiores municípios capixabas; e o Palácio Anchieta prefere o plano de lançar e apoiar o ex-prefeito Amadeu Boroto, filiado ao MDB do vice-governador Ricardo Ferraço.

Contudo, paira um grande ponto de interrogação sobre a pré-candidatura de Boroto: a rigor, ele está inelegível por ter sofrido condenação por improbidade istrativa (Lei da Ficha Limpa). Se requerer o registro de candidatura, corre o sério risco de ter o pedido negado pela Justiça Eleitoral com a campanha já em andamento, a partir de 15 de agosto, deixando seu grupo político (o do governo Casagrande) sem pai nem mãe em São Mateus.

Por isso, a candidatura de Freitas, no lugar da de Boroto, voltou a ser aventada. Segundo Alberto Gavini, presidente estadual do PSB, o desejo do partido é lançá-lo. Mas, até a última segunda-feira, ele pendia mais fortemente para não ser candidato e continuar no DER-ES. Até quinta-feira, saberemos.

O Diário Oficial do Estado e os dos municípios trarão essa e outras definições.

Errata

Na versão original deste texto, publicamos com erro que Weverson Meireles seria exonerado nesta terça-feira (4) do cargo de secretário-chefe de Gabinete do prefeito Sergio Vidigal. Ele de fato exerceu o cargo entre dezembro de 2023 e abril deste ano. Mas, desde o dia 9 de abril, vinha exercendo o cargo em comissão de assessor especial da Coordenadoria de Governo. Na mesma data, Alessandro Comper (PDT) foi nomeado secretário-chefe de Gabinete, cargo que segue exercendo.