Dia a dia
Força Nacional deixa Cariacica após um ano e meio
O trabalho de repressão à violência terminou com 50 agentes, metade do efetivo que inicialmente atuou no município
Um ano e sete meses depois, a Força Nacional deixou Cariacica nesta segunda (19). O trabalho de repressão à violência terminou com 50 agentes, metade do efetivo que inicialmente atuou no município.
A ação da Força Nacional começou em agosto de 2019 com a escolha de Cariacica como um dos cinco municípios que fariam parte do projeto-piloto do programa “Em Frente Brasil”, do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Inicialmente, a atuação das tropas seriam por seis meses, mas a presença foi prorrogada mais de uma vez.
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O subsecretário de Integração Institucional da Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp), delegado Guilherme Pacífico afirmou que o trabalho não acaba agora. Com a saída da Força Nacional o programa Em Frente Brasil entra na segunda fase. Pacífico considerou também o trabalho integrado positivo ao longo dos 19 meses. Segundo ele, houve uma redução de 32% nos homicídios na cidade de 2020 até agora em 2021.
“O tempo de modelagem da fase inicial com o choque operacional tinha a participação de profissionais federais com reforço da Força Nacional em trabalho ostensivo e investigativo, junto com as forças estaduais. Após o choque, a fase dois do programa vai ter a participação de sete ministério, entre eles Saúde, Educação, Economia, Direitos Humanos e Mulher que vão fazer um trabalho voltado para Cariacica. Foi feito um diagnóstico de segurança e os projetos vão ajudar a cidade a vencer a desigualdade histórica”, explica o subsecretário.
A prefeitura de Cariacica foi procurada para comentar o resultado da presença da Força Nacional na cidade, mas informou que as informações foram centralizadas pela Secretaria de Estado da Segurança Pública, gestora do convênio.
Pouca presença
Para o especialista em Segurança Pública Rogério Fernandes, a atuação da Força Nacional poderia ter tido mais resultado na cidade. A redução de efetivo de 100 para 50 profissionais reduz muito a sensação da presença da Força Nacional na cidade, que considerando as escalas, deveriam atuar cerca de 10 ao dia.
“A população tinha expectativa da presença da Força pela cidade para poder frequentar praças com mais tranquilidade. A presença da Força também se faz ainda mais importante neste período da pandemia em aumenta a vulnerabilidade”, avalia.
Diagnóstico
Segundo o Ministério da Justiça e Segurança Pública, o projeto-piloto de enfrentamento à criminalidade violenta, presente nos municípios de Ananindeua (PA), Paulista (PE), Cariacica (ES), São José dos Pinhais (PR) e Goiânia (GO) teve o objetivo de realizar diagnósticos, testar metodologias e fortalecer o aparato de segurança pública por meio da atuação de forças-tarefas integradas.
O Ministério detalha que a saída da Força Nacional foi para dar espaço a formulação de um programa de enfrentamento à criminalidade violenta em âmbito nacional, alcançando assim os municípios com maior índice de homicídios e demais crimes violentos. O balanço do trabalho neste ainda está sendo realizado pelo Ministério.
