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Coluna Vitor Vogas

“Vamos buscar a união com Vandinho até o fim”, disse Marcelo

Saiba quais foram os compromissos assumidos pelo candidato do Palácio Anchieta à presidência da Assembleia diante de seus colegas e eleitores, em reunião realizada no escritório de Mazinho dos Anjos nesta terça (31)

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Marcelo Santos em almoço com jornalistas. Foto: assessoria do deputado

Em reunião com quase todos os colegas que apoiam sua eleição para a presidência da Assembleia Legislativa, o deputado Marcelo Santos (Podemos) garantiu que buscará até o fim um acordo de união de forças com o seu adversário na disputa, o também governista Vandinho Leite (PSDB), visando ao registro de chapa única na eleição da próxima Mesa Diretora, marcada para as 15 horas dessa quarta-feira (1º).

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A fala foi feita por Marcelo a seus apoiadores no fim da manhã desta terça-feira (31), na primeira vez em que o candidato apoiado pelo Palácio Anchieta conseguiu reunir o seu grupo quase inteiramente em torno de uma mesa.

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O grande encontro ocorreu às 10 horas, em um local inusitado: o escritório de advocacia do deputado eleito Mazinho dos Anjos, correligionário de Vandinho no PSDB. A sala fica em um edifício comercial bem em frente ao Tribunal de Contas do Estado (TCES), na rua lateral da Assembleia.

Contando o próprio voto, Marcelo reúne o apoio de 18 dos 30 deputados estaduais, enquanto o grupo de Vandinho é formado por 10 parlamentares. Para uma chapa se eleger, são necessários 16 votos (maioria absoluta).

Dos 17 eleitores garantidos de Marcelo, apenas Iriny Lopes (PT) não participou da reunião, mas chegou a ligar para ele e justificou a ausência. Quinze apoiadores de Marcelo participaram pessoalmente e Lucas Scaramussa (Podemos) “compareceu” de forma remota.

Assim como o governo Casagrande, mesmo com a maioria consolidada, Marcelo quer evitar uma disputa voto a voto com Vandinho em plenário, para minimizar fraturas na base do governador.

De acordo com participantes do encontro, o candidato do Palácio fez aos colegas uma fala institucional, pregando harmonia entre os deputados e reafirmando seu compromisso em se empenhar ao máximo para construir uma chapa de consenso com Vandinho até às 15 horas dessa quarta.

Segundo o relato de um aliado de Marcelo, o candidato à presidência chegou a consultar os presentes sobre a possibilidade de unificação com Vandinho, caso a chapa liderada pelo tucano desista de seguir em frente e aceite costurar um acordo visando ao lançamento de chapa única. Ninguém fez objeção à ideia.

Marcelo também destacou seu compromisso em trabalhar para distensionar a Assembleia e o clima entre os deputados.

“Ele quer evitar confronto. No confronto, fica o lado que ganhou e o lado que perdeu. E, no lado que perdeu, sempre ficam os rancores da derrota. Isso é ruim num espaço em que teremos que conviver por quatro anos. Às vezes nós, deputados, amos mais tempo juntos do que com as nossas famílias. Um precisa muito do outro, e começar um mandato tensionado não é bom para ninguém”, relatou um participante da reunião.

“Por isso, Marcelo falou que, como presidente, vai buscar o equilíbrio entre as forças em plenário: mesmo os opositores terão espaço e direito a voz. Disse também que vai tentar apaziguar a Assembleia e não deixar que o acirramento da política nacional reverbere na Casa”, completou a fonte.

Ainda segundo relatos de participantes, Marcelo teria assumido os compromissos de fazer uma gestão transparente e lutar para proteger e fortalecer o Parlamento diante da opinião pública e na relação com os outros Poderes. “A Assembleia não pode ser Geni”, resume um apoiador do deputado do Podemos.

“Ele disse que quer ser o presidente de todos e que a presidência vai estar aberta para todos”, reportou outro apoiador de Marcelo.

O que resta a Vandinho

Na tarde desta terça-feira, véspera da eleição, o grupo de Vandinho se reuniu na Assembleia para avaliar suas opções.

Neste ponto do processo, com número suficiente para registrar uma chapa (são necessários sete membros), restam duas opções ao experiente deputado do PSDB.

Ou ele “vai para o pau” amanhã, registra a chapa e vai para uma disputa praticamente suicida, na qual entra em minoria e tem chances remotas de vitória…

Ou aceita fumar o cachimbo da paz com Marcelo e Casagrande, costurando a várias mãos um “tratado de rendição”.

No segundo caso, é natural que Vandinho pleiteie para o seu grupo a ocupação de um ou mais espaços em posições de destaque na próxima Mesa Diretora (os cargos mais importantes, além da presidência, são os de 1º secretário, 2º secretário e 1º vice-presidente). Isso além da presidência de algumas comissões importantes.

Dentro do grupo de Marcelo, mesmo entre os favoráveis a um acordo, alguns opinam no sentido de que ele deve, sim, buscar uma composição com Vandinho, “mas não a todo custo”. Ou seja, não pode nem deve exagerar nas concessões, até porque Vandinho não estaria em condições de pleitear demais: “Se for para o pau, Vandinho perde e fica sem nada. Qualquer acordo é ganho para ele”, resume um “marcelista”.

Hoje, segundo depoimentos reservados colhidos pela coluna, a tendência é que o grupo de Marcelo (leia-se o governo) esteja disposto a ceder para o de Vandinho a 1ª vice-presidência, além da presidência de algumas comissões (a CCJ e a de Finanças estão fora de questão).

A 1ª vice-presidência poderia ficar para o braço direito de Vandinho neste processo eleitoral, o deputado Hudson Leal (Republicanos).

No desenho inicial da chapa de Marcelo, a 1ª vice-presidência está (ou estava) reservada para o petista João Coser. Neste caso, para abrigar Hudson ou outro “vandinista”, Coser teria de ceder o posto. Mas, para tanto, o governo precisaria reacomodar o ex-prefeito de Vitória em outro cargo de destaque da Mesa (1º ou 2º secretário).

Na pré-montagem da chapa, antes do aprofundamento das negociações com o grupo de Vandinho, o cargo de 1º secretário estava guardado para Fabrício Gandini (Cidadania) e o de 2ª secretária tendia a ser destinado a Raquel Lessa (PP).

Indo para o seu 6º mandato na Assembleia, Janete de Sá (PSB) também luta para se tornar a 2ª secretária. Além de correligionária de Casagrande, ela foi uma das primeiras a apoiar Marcelo para a presidência, quando o decano da Assembleia ainda estava quase isolado e bem antes de o governador decidir apoiá-lo.

QUEM APOIA MARCELO

1. Adilson Espindula (PDT)
2. Allan Ferreira (Podemos|)
3. Alexandre Xambinho (PSC)
4. Dary Pagung (PSB)
5. Denninho Silva (União Brasil)
6. Dr. Bruno Resende (União Brasil)
7. Fabrício Gandini (Cidadania)
8. Iriny Lopes (PT)*
9. Janete de Sá (PSB)
10. João Coser (PT)
11. José Esmeraldo (PDT)
12. Lucas Scaramussa (Podemos)**
13. Marcelo Santos (Podemos)
14. Mazinho dos Anjos (PSDB) – anfitrião
15. Pablo Muribeca (Patriota)
16. Raquel Lessa (PP)
17. Tyago Hoffmann (PSB)
18. Zé Preto (PL)

* Faltou ao encontro desta terça, mas justificou a ausência.

** Participou do encontro de maneira remota. Os demais se fizeram presentes.

QUEM APOIA VANDINHO

1. Alcântaro (Republicanos)
2. Bispo Alves (Republicanos)
3. Callegari (PL)
4. Capitão Assumção (PL)
5. Coronel Weliton (PTB)
6. Delegado Danilo Bahiense (PL)
7. Ferraço (PP)
8. Hudson Leal (Republicanos)
9. Lucas Polese (PL)
10. Vandinho Leite (PSDB)

Vitor Vogas

Nascido no Rio de Janeiro e criado no Espírito Santo, Vitor Vogas tem 39 anos. Formado em Comunicação Social pela Ufes (2007), dedicou toda a sua carreira ao jornalismo político e já cobriu várias eleições. Trabalhou na Rede Gazeta de 2008 a 2011 e de 2014 a 2021, como repórter e colunista da editoria de Política do jornal A Gazeta, além de participações como comentarista na rádio CBN Vitória. Desde março de 2022, atua nos veículos da Rede Capixaba: a TV Capixaba, a Rádio BandNews FM e o Portal ES360. E-mail do colunista: [email protected]

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