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Coluna Vitor Vogas

PT pode indicar ex-deputado para 1º suplente de Rose no Senado

Petista tem no prefeito de Colatina, Guerino Balestrassi, o principal aliado na negociação com senadora. E veja também: Rose enfim vai ao PP pedir o apoio do partido à reeleição

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Genivaldo Lievore (PT) foi deputado estadual. Foto: Reinaldo Carvalho

O PT quer ocupar a 1ª suplência na chapa da senadora Rose de Freitas (MDB). Para a vaga, o partido pode indicar o ex-deputado estadual Genivaldo Lievore, de Colatina. O próprio Genivaldo confirma que colocou o nome à disposição do partido e acrescenta que só aceita discutir a 1ª suplência.

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Na noite desta terça-feira (2), a comissão eleitoral formada por dirigentes estaduais do PT vai se reunir, e o tema deve entrar em pauta. Nesta quarta (3), Genivaldo estará em Vitória, para conversar com os líderes de sua corrente interna e dirigentes estaduais da sigla.

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A corrente de Genivaldo é a Alternativa Socialista (AS), a mesma do ex-prefeito de Vitória João Coser e do ex-prefeito de Cachoeiro Carlos Casteglione. Ao lado da Construindo um Novo Brasil (CNB), da presidente estadual, Jackeline Rocha, a AS tem hegemonia na Executiva Estadual do PT (as duas tendências uniram forças para garantir a vitória no último congresso estadual, em 2019).

Funcionário aposentado da Caixa Econômica Federal e ligado a movimentos da Igreja Católica, Genivaldo foi vereador de Colatina por quatro mandatos e presidiu por duas vezes a Câmara Municipal. Exerceu um mandato na Assembleia Legislativa, de fevereiro de 2011 a janeiro de 2015. Chegou a presidir o PT no Espírito Santo. É aliado de longa data do prefeito de Colatina, Guerino Balestrassi. No início da atual istração, foi diretor operacional da Sanear, a empresa pública de saneamento básico da cidade.

É justamente em Balestrassi que o ex-deputado petista encontra o principal apoiador nessa articulação com Rose. E não é um apoio qualquer. Entre os líderes do norte do Estado, o prefeito de Colatina pode ser considerado, hoje, o principal aliado da senadora.

Trabalhando pela reeleição de Rose, Balestrassi conversou recentemente com a senadora sobre a escolha dos seus dois companheiros de chapa. O prefeito a aconselhou a escolher um suplente da esquerda (o PT) e outro da direita, a fim de promover um equilíbrio político-ideológico – a exemplo do que foi construído pelo governador Renato Casagrande (PSB), candidato de centro-esquerda à reeleição, ao escolher o ex-senador Ricardo Ferraço (PSDB), político de centro-direita, como candidato a vice-governador.

Rose é a candidata ao Senado apoiada por Casagrande e por Ricardo. No último domingo, em convenção estadual, o PSB homologou a coligação com o MDB e o apoio a ela na disputa por mais um mandato na Casa Revisora.

A federação Brasil da Esperança, composta pelo PT com o PV e o PCdoB, realizará sua convenção na Assembleia Legislativa na próxima quinta-feira (4), às 19 horas. Deve homologar o seu ingresso na coligação que apoia Casagrande e Ricardo na disputa pelo governo e Rose de Freitas na eleição ao Senado.

Histórico da disputa

O PT já desistiu de lançar candidato próprio a senador, exatamente para apoiar a reeleição de Rose.

No início do processo eleitoral, Genivaldo chegou a se apresentar como um dos pré-candidatos do PT-ES ao Senado. Mas, com a decisão de sua corrente de apoiar o ex-reitor da Ufes Reinaldo Centoducatte nas discussões internas, o ex-deputado retirou a pré-candidatura.

Restavam as pré-candidaturas ao Senado de Reinaldo e da ex-secretária de Educação de Cariacica Célia Tavares, mas os dois também saíram do páreo na semana ada, com a consolidação do apoio do PT à reeleição de Rose, já aprovado até pela direção nacional da legenda.

A cúpula nacional do PT também chegou a apoiar o nome do empresário Léo de Castro (PSDB) para o posto de primeiro suplente de Rose, conforme consta na pauta preliminar da convenção do partido, enviada pela direção estadual a presidentes municipais do PT na última quinta-feira (28).

Ocorre que Léo de Castro desistiu de ser suplente e decidiu não concorrer a nenhum cargo no presente processo eleitoral, segundo informações de dirigentes do próprio PSDB. O partido realizou sua convenção estadual na última quinta-feira. Castro não compareceu, não foi citado nem foi indicado na ata para cargo algum.

Em tese, ele poderia ser incluído até o dia 15 pela Executiva Estadual do PSDB, a quem a convenção delegou poderes para isso. Mas, segundo fontes do PSDB, essa discussão sobre suplência de Rose já não existe no partido.

Assim, o nome de Genivaldo voltou à mesa do PT.

Vaga cobiçada

O posto de 1º suplente de Rose desperta tanta cobiça, em primeiro lugar, porque o mandato de senador(a) é muito longo: oito anos; em segundo lugar, porque Rose já é uma senhora de 73 anos. Ela já exerceu oito mandatos no Congresso, sendo sete de deputada federal e um de senadora. Durante esse último, dos 65 aos 73 anos, Rose tirou duas licenças de 120 dias: a primeira no fim de 2019, por motivo de saúde, e a segunda agora, para se dedicar à campanha. Foi substituída nos dois casos pelo primeiro suplente, o empresário Luiz Pastore (MDB), que é de São Paulo.

Se reeleita, Rose exercerá o próximo mandato dos 73 aos 81 anos. Durante a convenção da federação PSDB/Cidadania, ela disse que quer ter um 1º suplente atuante nos debates do mandato, não só para a substituir em caso de licença.

Rose enfim vai ao PP

Nesta segunda-feira (1º), Rose reuniu-se com o presidente estadual do PP, Marcus Vicente, e com outros dirigentes estaduais do partido. Pediu apoio à sua reeleição – o que, segundo uma fonte do PP, ela ainda não havia feito.

Há duas semanas, dirigentes e deputados do PP reuniram-se com o coronel Alexandre Ramalho, que também é aliado de Casagrande e luta para viabilizar candidatura ao Senado pelo Podemos. Ou seja, é um potencial concorrente de Rose, a quem esse movimento do PP não agradou.

Em sua convenção realizada no último fim de semana, o PP aprovou a coligação com o PSB do governador e com a federação PSDB/Cidadania de Ricardo Ferraço na corrida ao Palácio Anchieta, mas deixou em aberto seu posicionamento sobre o Senado (a Executiva Estadual da sigla vai decidir até o próximo dia 15).

Na reunião com dirigentes progressistas, Rose ouviu que eles aceitaram se reunir com Ramalho porque ele pediu o encontro e foi a eles pedir apoio, algo que ela mesma nunca tinha feito. “Nós estamos com Casagrande e ela é a candidata do governador ao Senado, mas ela pensou que, por isso, teria o apoio do PP por osmose. As coisas não são assim… Ela precisava vir a nós pedir o apoio do PP. E agora finalmente fez isso”, relata fonte do partido.

Apesar do jogo duro, o PP tende a formalizar o apoio a Rose para o Senado, até porque o PSB de Casagrande já fez isso. E o PP não vai sair da coligação de Casagrande ao governo para apoiar Ramalho em uma chapa avulsa ao Senado.

Vitor Vogas

Nascido no Rio de Janeiro e criado no Espírito Santo, Vitor Vogas tem 39 anos. Formado em Comunicação Social pela Ufes (2007), dedicou toda a sua carreira ao jornalismo político e já cobriu várias eleições. Trabalhou na Rede Gazeta de 2008 a 2011 e de 2014 a 2021, como repórter e colunista da editoria de Política do jornal A Gazeta, além de participações como comentarista na rádio CBN Vitória. Desde março de 2022, atua nos veículos da Rede Capixaba: a TV Capixaba, a Rádio BandNews FM e o Portal ES360. E-mail do colunista: [email protected]

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