fbpx

Coluna Vitor Vogas

Postura de Manato após derrota é exemplar e deveria ser seguida por Bolsonaro

Derrotado por Casagrande, o ex-deputado federal deu um belo exemplo de espírito democrático, esportividade, respeito às urnas e à vontade popular

Publicado

em

Após ser derrotado, Manato disse que vai cuidar das suas empresas. Foto: Divulgação (Assessoria)

Ao reconhecer o resultado das urnas na noite deste domingo (30) em sua primeira entrevista para a imprensa após ter sido derrotado pelo governador Renato Casagrande (PSB), o ex-deputado federal Carlos Manato (PL) deu uma demonstração exemplar de espírito democrático, esportividade (fair play) e civilidade; um belo exemplo de respeito às urnas e à soberana vontade popular manifestada através delas, o qual deveria ser seguido pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), que apoiou Manato no Espírito Santo e teve o apoio dele na eleição à Presidência.

> Quer receber as principais notícias do ES360 no WhatsApp? Clique aqui e entre na nossa comunidade!

Até o momento em que escrevo este texto, adas quase 24 horas desde a confirmação oficial da vitória de Lula (PT) pelo TSE, o presidente ainda não fez nenhuma manifestação pública, muito menos reconheceu o resultado eleitoral, enquanto caminhoneiros que apoiam o incumbente bloqueiam vias públicas pelo país, em protesto. Enquanto isso, assim que saiu a confirmação matemática do resultado no Espírito Santo, Manato acolheu o resultado, parabenizou o governador reeleito e desejou-lhe sucesso no próximo mandato.

Receba as notícias da coluna no grupo de Whatsapp do Vítor Vogas.

É o que se espera de homens públicos verdadeiramente comprometidos com a democracia.

“A urna tem que ser respeitada. Nós temos que respeitar, parabenizar o governador e que ele cumpra as promessas que ele fez. Parabéns. A democracia é isso: uns ganham e outros perdem. Parabéns ao governador e ao grupo dele pelo projeto”, disse Manato.

> Análise: o que permitiu a Casagrande derrotar o bolsonarismo no ES? 

“Sempre fui um democrata. Não adianta a gente achar culpado, achar isso, aquilo. Não. Não é por aí. A boa política é uma política diferente, em que você respeita as pessoas. Então, agora vou tocar a minha vida privada e tudo bem. Vou torcer para que o Espírito Santo seja um estado cada dia melhor. […] Parabéns, governador. Sucesso e que Deus te abençoe. […] Eu torço por um Espírito Santo melhor. Quero que ele faça um grande governo. Eu sou diferente. Eu amo o meu estado e o meu país”, completou o candidato derrotado ao Palácio Anchieta.

Manato afirmou inclusive que não fará oposição a Casagrande nos próximos anos. Médico e empresário, ele está sem mandato desde 2018 e pretende se dedicar a seus negócios na iniciativa privada. “Jamais faria isso [oposição]. Esse papel é da Assembleia, é dos deputados. Eu não vou ser oposição a ninguém. Vou tocar a minha vida privada, numa tranquilidade. […] Vamos botar amor no coração e torcer para que dê tudo certo.”

O candidato derrotado do PL afirmou que sua participação no 2º turno foi importante (e, de fato, foi), entre outros motivos, porque isso forçou Casagrande a assumir com várias categorias, como policiais e técnicos de enfermagem, uma série de compromissos até então não anunciados.

> Casagrande realizou um feito que ninguém mais conseguiu no Brasil inteiro. Saiba qual

“O 2º turno foi importante, pois debatemos mais o Espírito Santo. Se não tivesse o 2º turno, isso não aconteceria.”

Com pouco mais de 1 milhão de votos (o equivalente a 46,2% dos votos válidos), Manato agora é o candidato a governador não eleito com a maior votação na história do Espírito Santo. Antes dele, ninguém chegou em 2º lugar tendo obtido tantos votos.

Casagrande reelegeu-se com 1.171.288 votos, ou 53,8% dos votos válidos.

LEIA TAMBÉM

> E agora, José Renato? Os maiores desafios do próximo governo Casagrande

> Casagrande: Nésio Fernandes, a princípio, não volta para a Secretaria de Saúde

> Com vitória de Casagrande, ES amplia um tabu e um recorde político no país

> Eleição: caminhoneiros bloqueiam vias no Espírito Santo

Vitor Vogas

Nascido no Rio de Janeiro e criado no Espírito Santo, Vitor Vogas tem 39 anos. Formado em Comunicação Social pela Ufes (2007), dedicou toda a sua carreira ao jornalismo político e já cobriu várias eleições. Trabalhou na Rede Gazeta de 2008 a 2011 e de 2014 a 2021, como repórter e colunista da editoria de Política do jornal A Gazeta, além de participações como comentarista na rádio CBN Vitória. Desde março de 2022, atua nos veículos da Rede Capixaba: a TV Capixaba, a Rádio BandNews FM e o Portal ES360. E-mail do colunista: [email protected]

Os artigos publicados pelos colunistas são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam as ideias ou opiniões do ES360.