fbpx

Coluna Vitor Vogas

Marcelo Santos: “Por mim e Gilson, Ramalho será candidato ao Senado”

Vice-presidente estadual do Podemos, experiente deputado afirma que o partido vai bancar a candidatura de Ramalho com ou sem o apoio de Renato Casagrande. Diz, ainda, que Da Vitória não será candidato a senador

Publicado

em

Marcelo Santos apoia Coronel Ramalho para o Senado

Decano e vice-presidente da Assembleia, leal aliado do governador Renato Casagrande (PSB) e vice-presidente estadual do Podemos – partido já fechadíssimo na coligação de Casagrande rumo à reeleição. Mantém excelente relação com o presidente da Assembleia, Erick Musso (Republicanos), adversário eleitoral de Casagrande, mas tem sido visto ao lado do governador em quase todos os eventos oficiais de entregas do governo, na Grande Vitória e no interior.

> Quer receber as principais notícias do ES360 no WhatsApp? Clique aqui e entre na nossa comunidade!

Esse é o deputado estadual Marcelo Santos, um dos mais calejados players políticos do Espírito Santo, que nesta entrevista faz, categoricamente, três afirmações fundamentais para a definição da corrida ao Senado:

Receba as notícias da coluna no grupo de Whatsapp do Vítor Vogas.

1) O deputado federal Josias da Vitória (PP), antigo aliado de Marcelo, não será candidato a senador, e sim à reeleição na Câmara dos Deputados;

2) O coronel da reserva da PMES Alexandre Ramalho (Podemos) será, sim, candidato ao Senado com ou sem o apoio manifesto de Casagrande (ou seja, mesmo que o governador fique ao lado de Rose de Freitas, do MDB);

3) O Podemos está disposto a bancar a candidatura de Ramalho ao Senado, política e financeiramente, ainda que isso signifique lançá-lo numa chapa avulsa, sem nenhum partido aliado. O “Podemos”, no caso, inclui o presidente estadual da sigla, Gilson Daniel, conforme as declarações de Marcelo. “Se depender de mim, Ramalho será candidato ao Senado. De mim e do presidente estadual do Podemos, Gilson Daniel”, assevera o deputado.

Confira a entrevista completa de Marcelo Santos:

Como o senhor acredita que ficará a composição da chapa a ser liderada pelo governador Renato Casagrande?

Quem tem o maior desafio hoje na composição é o governador. Reafirmo meu compromisso de fidelidade enquanto membro da base aliada. O grande desafio do governador é fazer essa política de alianças agora. Ele tem uma candidatura nata à reeleição. Sendo ele candidato, já declarei publicamente meu apoio à sua reeleição. Mas ele tem um problema que não é fácil de equacionar. Quando você tem uma candidatura com um lastro muito grande, você também tem problemas enormes. Quem vai ser o vice? Ele tem alguns pretendentes a vice. Quem vai ser o candidato a senador que vai compor sua chapa majoritária? Ele também tem alguns nomes.

Quem será o escolhido por Casagrande para o Senado?

Primeiro quero registrar a minha posição. Inclusive, disse isso para o pré-candidato do meu partido, que é o Ramalho, por quem tenho grande iração: se o deputado federal Da Vitória efetivamente se tornasse candidato ao Senado, eu estaria declarando o meu apoio a ele. Como ele não vai ser candidato ao Senado, e sim disputar a reeleição na Câmara, então nós temos no nosso partido a candidatura do Ramalho, e estarei caminhando com ele para o Senado da República. Entendo que é um nome que agrega muito valor. Não há o que ser questionado pela estrutura de poder do governo Casagrande, até porque ele foi secretário de Estado de Segurança, foi comandante-geral da PMES e já demonstrou claramente a fidelidade dele ao governo. Tanto que, se fosse meramente para ter o direito de disputar uma eleição, ele nem estaria mais no Podemos…

Teria ido para o União Brasil…

Teria ido. E não lhe falou convite. Então, primeiramente, temos que parabenizá-lo pela fidelidade, por ter se mantido firme na aliança com o governador. E o Podemos, através do nosso presidente, Gilson Daniel, fez com ele o compromisso de lhe dar essa abertura, de garantir a vaga para a disputa ao Senado. O nome do deputado Da Vitória foi ventilado para o Senado, e nós dois conversamos um bocado sobre isso, mas há um movimento muito grande pela permanência dele na disputa da reeleição. Então, como o deputado Da Vitória não colocou o nome para o Senado e decidiu disputar a reeleição, naturalmente o meu apoio será do Coronel Ramalho, que é o pré-candidato do meu partido.

Quando o senhor diz que Da Vitória não será candidato ao Senado, o senhor quer dizer que ele não se declara candidato ao Senado publicamente, ou ele não será mesmo candidato ao Senado e isso já está decidido?

Em princípio, ele não será. Ele foi cobrado por alguns atores políticos, entre eles eu, que este era um momento importante para discutirmos essa possibilidade. E discutimos efetivamente. Mas, em um dado momento, ele entendeu que tem uma missão a cumprir, que é continuar no Congresso Nacional, no mesmo lugar em que ele está.

Da Vitória não tem falado abertamente sobre isso. O senhor está falando em nome dele? Ou melhor, foi ele mesmo quem lhe transmitiu isso?

Pela relação que tenho com Da Vitória, o que posso afirmar é que, pelo meu sentimento, diante dos diálogos que a gente vem mantendo ao longo dos anos, ele é pré-candidato à reeleição para deputado federal. Ele nunca se colocou como pré-candidato a senador. Houve uma pressão por parte de empresários e políticos, inclusive eu. Mas ele fez uma reflexão no último fim de semana e a gente conversou um bocado sobre isso, em São Mateus. E minha avaliação, diante da relação que tenho com ele, é que ele segue firme como deputado federal.

ando a Ramalho: o TSE confirmou a possibilidade de registro de uma ou mais candidaturas ao Senado dentro da mesma coligação erguida em torno de um candidato ao governo estadual. No caso concreto, a coligação de Renato Casagrande ao governo poderia ter Rose e Ramalho, por exemplo, como candidatos à mesma vaga no Senado…

Talvez surjam até mais nomes.

Sim. Mas o próprio governador já disse preferir que o grupo dele só lance um nome para o Senado, pelo menos com apoio declarado por ele mesmo. Se ele optar pela Rose como candidata dele, o senhor acha que mesmo assim Ramalho deve se lançar?

Eu acredito que sim. A minha contribuição com a reeleição do governador Renato Casagrande é um compromisso de fidelidade. Os movimentos que faço são todos vinculados ao governo. Ajudo o governo dele desde governos anteriores, e não só o de Renato, desde o início da reconstrução do Espírito Santo. Estou falando dos governos Paulo Hartung, Paulo Hartung, Renato, Paulo e Renato. Conheci o governo quebrado, ajudei a reconstruí-lo e hoje consigo fazer entregas enormes, que eu jamais imaginaria que eu pudesse fazer. Então eu divido essas entregas com o governador Renato Casagrande, pois ajudei a construir a possibilidade de fazer isso hoje. Mas estou falando do governador Renato Casagrande e seu governo. Nós do Podemos temos uma opção para o Senado, e o nome dele é Ramalho. Acredito que temos que dar oportunidade para um nome que tem musculatura, preparo e experiência de Executivo, por ter sido ordenador de despesas em pastas sensíveis para caramba. Foi por isso que falei de Da Vitória primeiro, por mais que ele tenha experiência de mandatos. Então o Espírito Santo, já tendo dado oportunidades para vários atores, tem agora uma oportunidade enorme de entregar essa vaga nas mãos de uma figura que também pode nos representar muito bem no Senado da República, até porque já demonstrou que tem capacidade para isso.

Mesmo que o governador decida que a candidata dele é Rose? O Podemos vai “peitar” o governador?

Da minha parte, vou respeitar a decisão do governador. Mas Ramalho é uma candidatura minha, pessoal. E eu tenho o mesmo direito de ter respeitada a minha posição e a posição do partido. Eu não sou o partido, o Podemos. Eu sou o vice-presidente estadual. O presidente estadual se chama Gilson Daniel, que também já declarou apoio à pré-candidatura de Ramalho. E nós temos outras figuras importantes: o prefeito de Vila Velha, Arnaldinho Borgo, o vice-prefeito, Victor Linhalis, o prefeito de Viana, Wanderson Bueno. São figuras que têm uma musculatura política enorme e que podem colaborar muito nesse processo.

Se Ramalho for candidato só pelo Podemos, numa candidatura independente, sem o apoio de outros partidos, essa candidatura se sustenta financeiramente? Não poderá haver cruzamentos de recursos de um partido para o outro…

Acredito que sim. Nós tivemos diversos exemplos no país e aqui no Espírito Santo de candidaturas que tiveram sucesso meramente com a força política do candidato. Conseguiram viralizar. Primeiro, você tem que ter a vontade política do pré-candidato. E ter boas relações. Eu mesmo sou um, se assim entender o partido, que estou me colocando à disposição do Coronel Ramalho, para estar com ele, apresentando ele, até porque ele é figura conhecida pelo Espírito Santo. Ramalho não ficou sentado, istrando a segurança pública numa sala. Ramalho foi para a rua, subiu morro, desceu morro e cumpriu a sua missão. E o Podemos tem estrutura financeira para ajudá-lo.

E politicamente, dentro do próprio partido? O senhor apoia a candidatura dele. Mas é um desejo coletivo do Podemos? Estou falando de Arnaldinho e, principalmente, de Gilson Daniel. Ele também pensa assim?

Sim, o Gilson já declarou isso na rede social dele, após uma reunião que os dois tiveram no partido. Ele concorda comigo que Ramalho deve ser candidato. Claro.

Independentemente da situação dele mesmo? Caímos aqui naquela questão que todo mundo comenta: o Gilson contava com o Ramalho ao lado dele na chapa de candidatos a deputado federal e, sem Ramalho nessa chapa, o Podemos pode ter dificuldade em eleger um federal… A chapa fica desfalcada, talvez colocando em risco até a eleição do Gilson…

Vou te responder assim: o Podemos consegue fazer um federal.

Mesmo sem Ramalho?

Com ou sem Ramalho. E o Podemos ainda pode ter uma sobra que, na recontagem, talvez possa fazer o segundo. A expectativa, se Ramalho fosse candidato a federal, era que nós pudéssemos garantir a segunda vaga. Mas que hoje nós temos uma vaga garantida no Podemos, disso você pode ter certeza. Nós temos.

Então a eleição de Gilson para deputado federal independe da presença de Ramalho na chapa?

Independe. Hoje, Gilson Daniel e o vice-prefeito de Vila Velha disputam o primeiro lugar. O Gilson tem uma amplitude maior, até porque figurou como secretário e como presidente da Amunes. Já o Victor tem uma força, que é o município de Vila Velha.

Então se Ramalho quiser, como tem dito que quer, ser candidato ao Senado com ou sem o apoio declarado de Renato Casagrande, ele terá o apoio do Podemos para isso? No que depender do Podemos, o partido vai bancar a candidatura, financeira e politicamente?

Vai bancar. Não é um apoio financeiro milionário, até porque Ramalho não precisa disso. Ele vai ter a estrutura necessária. E já tem o meu apoio antecipado e o do Gilson Daniel para percorrer as 78 cidades capixabas apresentando o que vai fazer como senador.

O senhor diz que ele é muito conhecido no Estado inteiro. Mas, até pelas demandas da Secretaria de Segurança Pública, acredito que seja muito mais conhecido na Grande Vitória. O senhor, ao contrário, está presente em todo o Estado. Seu mandato tem ramificações e tal… O senhor vai assumir pessoalmente essa missão de rodar o Estado com ele?

Com certeza. O que eu puder fazer para equilibrar esse jogo, para transferir para o interior o conhecimento que ele tem na Grande Vitória, eu estou à disposição para cumprir esse papel. Acredito que ele tem chances enormes de ganhar a eleição.

Então, para concluir: Ramalho será candidato ao Senado?

Se depender de mim, Ramalho será candidato ao Senado. De mim e do presidente estadual do Podemos, Gilson Daniel.

Vitor Vogas

Nascido no Rio de Janeiro e criado no Espírito Santo, Vitor Vogas tem 39 anos. Formado em Comunicação Social pela Ufes (2007), dedicou toda a sua carreira ao jornalismo político e já cobriu várias eleições. Trabalhou na Rede Gazeta de 2008 a 2011 e de 2014 a 2021, como repórter e colunista da editoria de Política do jornal A Gazeta, além de participações como comentarista na rádio CBN Vitória. Desde março de 2022, atua nos veículos da Rede Capixaba: a TV Capixaba, a Rádio BandNews FM e o Portal ES360. E-mail do colunista: [email protected]

Os artigos publicados pelos colunistas são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam as ideias ou opiniões do ES360.