Coluna Vitor Vogas
Luiz Paulo Vellozo Lucas declara apoio a Casagrande
“Sei como foi difícil a gente sair da situação em que a gente estava, com ameaça de intervenção federal, sem credibilidade”, argumentou o ex-prefeito de Vitória

Luiz Paulo e Casagrande
O ex-prefeito de Vitória Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB) declarou apoio e voto em Renato Casagrande (PSB) no 2º turno da eleição para o Governo do Espírito Santo.
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“O Espírito Santo já evoluiu muito e não pode andar para trás. Eu sei como foi difícil a gente sair da situação em que a gente estava, com ameaça de intervenção federal, sem credibilidade. Reeleger Casagrande é o único caminho para a gente continuar andando para a frente.”
Luiz Paulo foi prefeito de Vitória por dois mandatos, de 1997 a 2004. A istração dele na Capital coincidiu com o período em que a influência do crime organizado se fez mais forte nos Poderes e nas instituições do Espírito Santo. É a esse período que Luiz Paulo se refere em sua declaração.
No Estado, o fim dos anos 1990 e o início dos anos 2000 foram marcados por uma série de denúncias sobre casos de desmando, corrupção e abuso praticados por empresários e autoridades públicas instaladas nos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Como reação, entidades da sociedade civil se organizaram no Fórum Reage Espírito Santo. Em 2002, a OAB pediu ao Ministério da Justiça uma intervenção federal no Estado – episódio aludido por Luiz Paulo.
O requerimento foi negado pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso, o que resultou no pedido de demissão do então ministro da Justiça, Miguel Reale Júnior. Por outro lado, em julho de 2002, o governo federal enviou ao Espírito Santo uma missão especial para combater a corrupção e o crime organizado, formada por agentes da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal, do Gabinete de Segurança Institucional e do Banco Central, além de procuradores do Ministério Público Federal.
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Luiz Paulo e Casagrande
Em 2010, Luiz Paulo concorreu ao Palácio Anchieta contra Renato Casagrande, que o derrotou no 1º turno. Na eleição de 2018, Luiz Paulo estava no Cidadania, partido que apoiou a candidatura de Casagrande e integrou a sua coligação. No início da atual istração (de janeiro de 2019 a abril de 2020), o ex-prefeito foi diretor-presidente do Instituto Jones dos Santos Neves.
Neste ano, entre março e julho (período de pré-campanha), ele chegou a colaborar com Felipe Rigoni (União Brasil) na construção do plano de governo do deputado federal, até então pré-candidato a governador. Rigoni, porém, mudou de ideia e preferiu candidatar-se à reeleição (sem êxito).
Em sua curta declaração gravada em vídeo, Luiz Paulo não cita o adversário eleitoral de Casagrande, mas o teor de sua argumentação está em linha com a de outras figuras públicas que já anunciaram apoio a Casagrande no 2º turno, como o próprio Rigoni e o presidente da OAB-ES, José Carlos Rizk Filho, e com a do próprio governador: a de que eventual vitória de Manato (PL) representa, para o Espírito Santo, “risco de retrocesso” para os tempos em que o crime organizado dominava o Estado.
Em resposta, Manato tem dito, inclusive no horário eleitoral gratuito, que é ficha limpa e não responde a nenhum processo.
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