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Coluna Vitor Vogas

Dirigente do PP: “Estamos fechados com Casagrande e Ricardo Ferraço”

Marcos Delmaestro põe fim a especulações de que o PP poderia abandonar a coligação do governador por ter sido preterido na montagem da chapa majoritária

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Casagrande, Ricardo Ferraço e Marcus Vicente

Calando especulações que deixaram em polvorosa o mercado político capixaba desde a última terça-feira (19), o secretário-geral do Progressistas (PP) no Espírito Santo, Marcos Delmaestro, assegura: o partido segue firme e forte na coligação de Renato Casagrande (PSB) e assim permanecerá até o fim: “Estamos fechados com o Renato”.

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Após a confirmação oficial do ex-senador Ricardo Ferraço (PSDB) como candidato a vice-governador de Casagrande, o PP tornou-se alvo de intensa especulação de que poderia desembarcar da coligação do atual governador, mesmo sendo um dos mais antigos aliados do grupo de Casagrande no Espírito Santo. Afinal, o partido pleiteava lugar na chapa majoritária liderada pelo socialista, com o candidato a vice-governador (Marcus Vicente) ou a senador (Josias da Vitória). Não terá nem um nem outro. O primeiro é Ricardo, enquanto a segunda será Rose de Freitas (MDB).

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Porém, de acordo com Delmaestro, o PP respeita a opção de Casagrande e não considera de modo algum que a ausência na chapa majoritária seja motivo para abandonar o projeto de reeleição do atual governador. Até porque, ressalta o dirigente, confirmando algo que já havíamos apontado aqui, a prioridade do partido é outra.

“Respeitamos todo mundo e respeitamos a decisão do Renato. O governador está lá olhando o que ele acha que é melhor para a geopolítica dele. Ele é o governador, ele é quem escolhe, e a gente respeita a decisão. O PP está com o Renato há 12 anos e continua com o Renato. O PP identifica que o melhor projeto para o governo do Estado é a reeleição do Renato. E a gente segue junto no processo eleitoral. Não tem o fio desencapado que o mercado está vendendo”, assevera o dirigente, segundo na linha de comando PP no Espírito Santo, após o presidente estadual, Marcus Vicente.

Agora, afirma Delmaestro, o PP vai se concentrar na sua real prioridade: eleger o maior número possível de candidatos a deputado estadual e federal.

“Quero reforçar isso: estamos juntos com o Renato, com o Ricardo de vice. E o partido agora se volta para o processo legislativo: queremos eleger deputados estaduais e federais. Temos que nos focar nas eleições proporcionais, que é o que tem para nós. Essa é a nossa prioridade. Fizemos o nosso dever de casa para eleger de dois a três deputados federais e de três a quatro deputados estaduais. Plantamos e agora temos que garantir a colheita.”

O secretário-geral nega que o PP tenha feito alguma pressão sobre Casagrande para emplacar Marcus Vicente como candidato a vice, nos dias que antecederam o anúncio de Ricardo Ferraço: “Não trabalhamos assim. O PP não tem essa conversa, esse negócio de cobrança. Não teve isso em nenhum momento. O governador decide o que ele quer.”

Após ter sido um dos primeiros a embarcar na candidatura de Casagrande para voltar ao Palácio Anchieta em 2018, o PP comandou, no atual governo, uma secretaria com muitas entregas, investimentos e visibilidade política: a de Desenvolvimento Urbano, cujo chefe foi o já citado Marcus Vicente.

Na última janela partidária, o PP foi a sigla que mais cresceu no Espírito Santo. Atualmente é o partido de quatro dos dez deputados federais do Estado. E, como salientou Delmaestro, tem alta probabilidade de eleger as maiores bancadas na Assembleia Legislativa e na Câmara dos Deputados pelo Espírito Santo.

Por isso, após a contagem dos votos no dia 2 de outubro, o PP pode sair do processo bem vitaminado. E, também por isso, perguntamos a Delmaestro se a confirmação desse crescimento credenciará o PP a pleitear mais de uma secretaria de Estado em eventual novo governo de Casagrande. Ele refuta a ligação entre esses pontos:

“A gente não tem essa conversa, esse negócio de faca no pescoço. Não tem isso. A gente não trabalha assim. E, se a gente sair grande das urnas, não quer dizer que a gente cresce em outras coisas. Senão teríamos o vice hoje. Não é isso.”

O dirigente projeta um ganho de espaço, sim, mas nas próximas eleições municipais, em 2024. “Acho que, se a gente sair com três federais, vamos fazer muito mais prefeitos no Espírito Santo”.

O anúncio de Ricardo como vice de Casagrande e a ausência de um nome do PP na chapa majoritária da situação geraram algumas manifestações internas contra a permanência do partido na coligação de Casagrande, por parte, por exemplo, do deputado federal Evair de Melo, pré-candidato à reeleição, e de alguns aspirantes a deputado estadual ligados a ele.

Na eleição para o governo estadual, Evair apoia o ex-prefeito de Linhares Guerino Zanon (PSD).

Vitor Vogas

Nascido no Rio de Janeiro e criado no Espírito Santo, Vitor Vogas tem 39 anos. Formado em Comunicação Social pela Ufes (2007), dedicou toda a sua carreira ao jornalismo político e já cobriu várias eleições. Trabalhou na Rede Gazeta de 2008 a 2011 e de 2014 a 2021, como repórter e colunista da editoria de Política do jornal A Gazeta, além de participações como comentarista na rádio CBN Vitória. Desde março de 2022, atua nos veículos da Rede Capixaba: a TV Capixaba, a Rádio BandNews FM e o Portal ES360. E-mail do colunista: [email protected]

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