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Coluna Vitor Vogas

Audifax sobre Casagrande: “Chega de dinossauros no Palácio Anchieta”

Candidato da Rede intensificou críticas ao atual governador em entrevista concedida ao EStúdio 360. Falou de corrupção e investimentos “só em ano eleitoral”

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Audifax Barcelos e Renato Casagrande disputam o apoio do PROS

Intensificando as críticas a Renato Casagrande (PSB), o ex-prefeito da Serra Audifax Barcelos (Rede) comparou o atual governador a um dinossauro, em entrevista ao EStúdio 360 Segunda Edição exibida nesta quarta-feira (24). Sem citar nominalmente o adversário na eleição para o Governo do Estado, o candidato da Rede Sustentabilidade fez a comparação quando explicava por que escolheu como candidata a vice-governadora a Tenente Andresa Silva (Solidariedade), oficial de 35 anos dos Bombeiros Militares jamais testada nas urnas:

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“Trago [como vice] uma tenente de uma corporação respeitada demais neste estado e até fora deste estado, que é o Corpo de Bombeiros. Também uma mulher jovem, atuante, no ponto de vista de mostrar uma nova cara para este estado. Acho que a gente precisa mostrar uma nova cara na política deste estado. Eu tenho até falado que já tem muito dinossauro na política deste estado. Acho que chega de dinossauros que estão até no Palácio Anchieta…”

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Sem se incluir na mesma Era Mesozoica, Audifax adotou, na entrevista, um discurso que já vinha calibrando na fase anterior à campanha e que deve ser aprofundado em sua propaganda eleitoral: apresentou-se como gestor (contrapondo-se a Casagrande, que, para ele, não possui essa virtude), usou a Serra como vitrine para o Estado e defendeu a renovação no comando do governo estadual, pois, segundo ele, Casagrande já teve duas chances e não soube aproveitá-las:

“Com todo o respeito, o atual governador já teve oito anos de oportunidade pra fazer e não fez”, disse o redista, em um momento. “Trocar por trocar é perigoso, mas trocar por alguém que já foi gestor do maior município deste estado. Quem teve oito anos de oportunidade já era pra dar o que tinha que dar”, reiterou, nas considerações finais.

Audifax seguiu a linha – também usada por Manato (PL), Guerino Zanon (PSD) e até Erick Musso (Republicanos) quando ainda era pré-candidato ao governo – de que a istração de Casagrande está se preocupando demais em fazer superavit fiscal – arrecadar mais do que gasta a cada ano – e está deixando de investir esse dinheiro que “sobra” no orçamento, enquanto há problemas sociais para enfrentar.

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Segundo o ex-prefeito da Serra, o Governo do Estado fez superavit de R$ 3 bilhões em 2020 e de R$ 6 bilhões em 2021 (números totalmente contestados pela Secretaria da Fazenda, vide nota no pé desta coluna). “É muito dinheiro que não foi usado.” Pelo menos três vezes numa entrevista de 18 minutos, ele afirmou que “falta gestão”.

“Pra mim, falta gestão. Dinheiro está mais do que provado que tem, e muito. […] É um absurdo a gente ter um superávit de R$ 6 bilhões, com tanta gente ando fome, desemprego, caos na saúde, caos na segurança e dinheiro sobrando neste estado”, criticou Audifax.

Ainda de acordo com Audifax, o governo Casagrande só usou um pouco mais de 80% do que foi orçado para a Secretaria de Segurança Pública em 2021 e não gasta 0,5% de sua receita com a Secretaria de Trabalho, Assistência e Desenvolvimento Social.

Corrupção

Audifax também deu uma espetada em Casagrande relacionada à Operação Volátil II, deflagrada em março pela Polícia Federal, e à Operação Decanter, realizada em julho pelo Ministério Público Estadual, em parceria com a Receita Estadual. Na primeira, o então subsecretário estadual de Agricultura, Rodrigo Vaccari, é investigado e teve seu apartamento como alvo de operação de busca e apreensão. Na segunda, o ex-secretário estadual da Fazenda Rogélio Pegoretti foi preso. Ambos são do PSB.

“Acabar com a corrupção. Não só [não] roubar como não deixar roubar, como a gente vê tanta corrupção neste último ano no Governo do Estado”, disse o ex-prefeito.

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Em ano eleitoral…

O candidato também insinuou que Casagrande deixou para anunciar concursos para recomposição do efetivo policial às vésperas da campanha pela reeleição:

“A gente precisa aumentar o efetivo das polícias concretamente, não só em ano eleitoral, não só no último ano de governo, mas durante todos os quatro anos.”

Horário eleitoral

No horário eleitoral gratuito, que estreia nesta sexta-feira (26) para candidatos a governador, Audifax terá direito a 59 segundos por bloco de dez minutos, enquanto Casagrande terá 6 minutos e 14 segundos. O candidato da Rede revelou uma ponta de insatisfação com os critérios de divisão do tempo (baseados no número de deputados federais do partido ou da coligação de cada concorrente).

“Acho que é um disparate essa coisa de deixar para o governador seis minutos, e a gente só com um, mas faz parte.”

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Para constar

Os quatro candidatos mais competitivos ao Governo do Estado, incluindo Audifax, são políticos bem experientes e que já exerceram vários mandatos. Casagrande tem 61 anos e emenda mandatos desde 1991. Já foi governador duas vezes, vice-governador, deputado estadual, deputado federal e senador por quatro anos. São seis mandatos ao todo.

Audifax tem 58 anos e exerce mandatos desde 2005. Foi prefeito da Serra por três mandatos e deputado federal por dois anos. Venceu as quatro eleições que disputou.

Manato tem 65 anos e foi deputado federal de 2003 a 2018, por quatro mandatos consecutivos.

Guerino tem 66 anos e exerce mandatos desde 1997. Foi prefeito de Linhares por quatro mandatos e meio, além de deputado estadual duas vezes.

Média de idade do quarteto: 62 anos e meio.

Mandatos somados: 21.

Superavit: os números oficiais do governo

Segundo a Secretaria de Estado da Fazenda, o superavit feito pelo governo no ano ado corresponde a um terço do que disse Audifax: R$ 2,1 bilhões.

Em nota enviada à coluna, a Sefaz informou que “o Governo do Estado encerrou os exercícios de 2020 e 2021 com uma Disponibilidade de Caixa Líquida de Recursos Ordinários (após a inscrição em Restos a Pagar Não Processados e deduzidas as obrigações financeiras) nos montantes de R$ 1,525 bilhão e 2,126 bilhões, respectivamente”.

A Sefaz explicou, ainda, que “os demais valores de disponibilidade de caixa depositados ao término dos referidos exercícios dizem respeito a recursos legalmente vinculados a finalidade específica, a serem utilizados exclusivamente para atender ao objeto de sua vinculação (Saúde, Educação etc.)”.

Errata

A primeira versão desta coluna, publicada às 19 horas de quinta-feira (25), continha a informação equivocada de que Rodrigo Vaccari foi preso na Operação Volátil II. O erro foi corrigido nesta sexta-feira (26).

Vitor Vogas

Nascido no Rio de Janeiro e criado no Espírito Santo, Vitor Vogas tem 39 anos. Formado em Comunicação Social pela Ufes (2007), dedicou toda a sua carreira ao jornalismo político e já cobriu várias eleições. Trabalhou na Rede Gazeta de 2008 a 2011 e de 2014 a 2021, como repórter e colunista da editoria de Política do jornal A Gazeta, além de participações como comentarista na rádio CBN Vitória. Desde março de 2022, atua nos veículos da Rede Capixaba: a TV Capixaba, a Rádio BandNews FM e o Portal ES360. E-mail do colunista: [email protected]

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