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Coluna Vitor Vogas

Presidente nacional do partido de Gandini: “Muito me estranha ele na direita”

Líder histórico do Cidadania, Roberto Freire diz não estar compreendendo a redefinição do posicionamento do presidente estadual da sigla. “Sempre o considerei um político progressista e um democrata de centro-esquerda”

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Roberto Freire foi deputado federal e é presidente nacional do Cidadania

“Isso me estranha muito, porque ele nunca tinha se pronunciado nesse sentido.” 

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É assim, manifestando estranhamento, que o presidente nacional do Cidadania, Roberto Freire, inicia seus comentários sobre a mudança de postura político-ideológica anunciada pelo deputado estadual Fabrício Gandini. 

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Em conversa com a coluna, Gandini declarou que, hoje, considera-se um político de direita. O deputado é o presidente do Cidadania no Espírito Santo. Antigo Partido Popular Socialista (PPS), o Cidadania, como reitera Freire, é um partido de centro-esquerda (como não deixa dúvida um simples clique nos links “Posicionamentos” e “Identidade”, no menu “Conheça”, na página oficial da agremiação política).

Ex-deputado federal por São Paulo, Freire diz não estar compreendendo a redefinição do posicionamento de Gandini. Para ele, a única possível explicação para a inesperada mudança é o não alinhamento de Gandini à esquerda que está no poder no Espírito Santo com o governador Renato Casagrande (PSB).

“Vai ver que ele quer dizer que não aceita essa esquerda do Casagrande que está no Governo do Espírito Santo. Só posso entender assim. Eu só diria a ele que ele não precisa se dizer de direita por conta disso. Eu, por exemplo, continuo de esquerda, embora tenha feito oposição ao governo Lula [de 2003 a 2010]. Não estou entendendo ele. Sinceramente, não estou entendendo…”, afirma o líder nacional do Cidadania, partido do qual é fundador, nascido de uma dissidência do Partido Comunista Brasileiro (PCB), em 1992.

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Freire afirma que, para ele, Gandini sempre foi um agente político progressista e um democrata de centro-esquerda (em linha, portanto, com o programa ideológico do partido).

“Não sei bem se ele está dando uma guinada. Estou imaginando que isso tenha alguma associação com a realidade local. Estou sabendo que está havendo um distanciamento com relação ao governo Casagrande no Espírito Santo. Mas qual foi a mudança ideológica que ele teve para dizer que ou a ser um homem de direita? O que mudou do ponto de vista ideológico e conceitual? Eu sempre o considerei um democrata e um progressista. Se quiser colocar nesse referencial, como alguém de centro-esquerda”. 

O ex-comunista completa: “Vou aguardar que o Gandini esclareça seu posicionamento político. Não me parece que ele tenha virado alguém que se diz de direita”.

Hoje com 80 anos, Roberto Freire acumulou vários mandatos na Câmara Federal. Em 2018, não conseguiu se reeleger por São Paulo. Decidiu, então, não disputar mais mandatos eletivos.

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Hoje com 43 anos, Gandini filiou-se ao Cidadania, segundo ele, em meados de 2005, aos 25 anos. Após ter sido assessor parlamentar de César Colnago (então no PSDB) na Assembleia Legislativa e de Luciano Rezende (Cidadania) na Câmara de Vitória, Gandini exerceu todos os seus mandatos pelo antigo PPS. 

Está no quinto. Foram três eleições para vereador (2008, 2012 e 2016) e duas para deputados estadual (2018 e 2022). 

Há muitos anos, Gandini é quem comanda o Cidadania no Espírito Santo, tendo sucedido Luciano no posto de cacique local.