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Coluna Vitor Vogas

Gilson Daniel será presidente de federação do Podemos com PSDB no ES

E mais: pela primeira vez na vida, Luiz Paulo assumirá a presidência do PSDB em Vitória; braço direito de Vandinho Leite sairá do ninho tucano

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Gilson Daniel recebe Ricardo Ferraço em seu gabinete em Brasília.

O deputado federal Gilson Daniel (Podemos) chegará à federação com o PSDB e o Cidadania sentado não em um lugar “na janelinha” do ônibus, mas no assento do motorista. O deputado assumirá a presidência no Espírito Santo da federação a ser formada por esses partidos. A informação é confirmada pelo próprio Gilson e por um dirigente do PSDB.

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PSDB e Cidadania já estão federados desde maio do ano ado e assim disputaram as eleições de 2022. Logo após o último pleito, o Podemos decidiu incorporar o Partido Social Cristão (PSC), que não ultraou a cláusula de barreira, e também decidiu juntar-se à federação já existente entre PSDB e Cidadania. Assim, essas quatro siglas arão a formar uma só federação.

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Tudo isso ainda precisa ser homologado pelo TSE, mas já está muito bem encaminhado pelos dirigentes nacionais dos partidos envolvidos.

Na prática, federações partidárias atuam como se fossem um só partido por um período de quatro anos, no que diz respeito à arrecadação de recursos, à definição de diretrizes, ao ingresso em coligações e ao lançamento de candidaturas e chapas. A junção nacional é obrigatoriamente replicada em todos os estados.

Portanto, em todo o país, incluindo o Espírito Santo, essas siglas estarão vinculadas nas eleições municipais de 2024 e nas gerais de 2026.

Gilson Daniel já é o presidente estadual do Podemos, mas não é por isso que será alçado também à presidência da federação no Estado. O critério definido pelos dirigentes nacionais dos partidos é o resultado eleitoral em 2022 e o tamanho da bancada federal em cada unidade federativa.

Basicamente, o partido com melhor desempenho em cada estado tem a preferência para assumir o comando local da federação. Se, em determinado estado, duas ou mais siglas elegeram deputados federais, a preferência é para quem teve mais votos. Se apenas um dos partidos elegeu deputado federal naquele estado, a preferência logicamente cabe a essa agremiação.

É o caso do Podemos no Espírito Santo. Em 2022, o partido elegeu dois federais no Estado: Gilson Daniel e Victor Linhalis. Já a federação PSDB/Cidadania não elegeu nenhum.

Entre os caciques do Espírito Santo, a situação está pacificada. Na última quarta-feira (12), Gilson Daniel recebeu em seu gabinete o vice-governador Ricardo Ferraço (PSDB).

Quando a federação for homologada, ará a ter de imediato a maior bancada na Assembleia Legislativa, com sete dos 30 deputados estaduais.

Luiz Paulo assume a presidência em Vitória

Enquanto isso, o ex-prefeito de Vitória Luiz Paulo Vellozo Lucas assumirá a presidência do PSDB em Vitória, pela primeira vez em sua trajetória política, no lugar da ex-vereadora Neuzinha de Oliveira.

Assim, Luiz Paulo será o principal responsável pelas articulações em nome do partido visando às eleições de 2024 para a Prefeitura de Vitória e a Câmara Municipal, além da formulação de um plano de governo para a cidade.

Luiz Paulo confirma a sua chegada ao cargo, segundo ele a convite de Ricardo Ferraço e do presidente do PSDB no Espírito Santo, o deputado estadual Vandinho Leite. Como a coluna noticiou, os três se reuniram no gabinete da Vice-Governadoria no dia 23 de março. Na ocasião, entre outros pontos, trataram justamente disso e selaram a ascensão do ex-prefeito ao comando da sigla na Capital.

Luiz Paulo já comunicou o fato a figuras proeminentes do PSDB em Vitória, como o deputado estadual Mazinho dos Anjos e os ex-deputados estaduais Sergio Majeski e Emilio Mameri. Também já informou o presidente estadual do Cidadania, Fabrício Gandini.

O ex-prefeito será oficialmente empossado em cerimônia que deve ocorrer em breve, em data a ser marcada, com a presença dos tucanos citados acima.

Prefeito de Vitória por dois mandatos, de 1997 a 2004, Luiz Paulo tem ligação orgânica com o Partido da Social Democracia Brasileira. Pela sigla, também foi deputado federal por um mandato, de 2007 a 2010, período que praticamente coincidiu com sua agem pela presidência estadual do PSDB.

Ele também foi presidente nacional do Instituto Teotônio Vilela, órgão de formação política dos tucanos, e membro da Executiva Nacional por 16 anos. Após breve agem pelo Cidadania, o ex-prefeito voltou ao PSDB em 2020, com a ficha abonada pela direção nacional do partido e disposição para concorrer novamente à Prefeitura de Vitória (a qual também disputou, sem sucesso, em 2012).

Na ocasião, entretanto, Luiz Paulo não conseguiu a legenda para se candidatar a prefeito, tendo enfrentado resistências da cúpula estadual e, principalmente, da municipal, presidida àquela altura pela então vereadora Neuzinha de Oliveira. O partido tinha outros planos, e a própria Neuzinha foi lançada a prefeita de Vitória.

Em conversa com a coluna, Neuzinha disse não ter sido comunicada por Luiz Paulo nem por nenhum representante do partido sobre a troca. Luiz Paulo afirmou que conversará com ela.

Desde janeiro, o ex-prefeito é subsecretário de Integração e Desenvolvimento Regional, cargo vinculado à Secretaria de Estado de Desenvolvimento (Sedes), chefiada por Ricardo Ferraço. Desse modo, está trabalhando diretamente com o vice-governador e (agora) aliado político – com quem já teve seus desentendimentos em um ado distante.

Luiz Paulo se diz muito animado com a nova fase de reconstrução do PSDB em nível nacional, sob a batuta do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite. Como militante do partido, o ex-prefeito de Vitória apoiou Leite nas prévias contra João Doria, vencidas por este, no fim de 2021, para definir o pré-candidato tucano à Presidência da República.

O então governador de São Paulo se desligou do cargo em abril, mas, dois meses depois, acabou desistindo de concorrer à Presidência.

Para representar a federação PSDB/Cidadania na eleição a prefeito de Vitória, Vandinho tem listado cinco possíveis candidatos: Luiz Paulo, Mazinho, Majeski, Gandini e o também ex-prefeito de Vitória Luciano Rezende.

Porém, como vem aí o Podemos, tudo isso também deverá ser discutido com Gislon Daniel, até porque ele será o presidente da federação no Estado.

Neuzinha de Oliveira

Após perder a eleição para prefeita de Vitória, Neuzinha apoiou a eleição de Lorenzo Pazolini (Republicanos) contra João Coser (PT) no 2º turno em 2020. No início da gestão de Pazolini, chegou a ser secretária municipal de Cidadania, Direitos Humanos e Trabalho. Desde o último dia 27 de outubro, ocupa o cargo comissionado de assessora sênior na Secretaria Municipal de Governo, comandada por Aridelmo Teixeira (Novo).

“Luiz Paulo não dialogou comigo. Vai ter uma reunião na semana que vem para eu participar”, conta a ex-vereadora.

Sem mandato, Neuzinha afirma que sua intenção é permanecer no PSDB, mas não dá certeza quanto a isso. “Olha, isso eu vou avaliar ainda. Até o momento, vou ficar. Mas estou avaliando essa federação.”

Ela acrescenta que pretende participar do próximo pleito municipal, como candidata a prefeita, vice-prefeita ou vereadora.

Presidente municipal desde 31 de março de 2019, Neuzinha deixou o cargo oficialmente no último dia 31, data em que acabou o seu mandato de quatro anos. Desde então, o órgão diretivo municipal está inativo, ou seja, o PSDB está sem Executiva em Vitória.

Por resolução da Executiva Nacional, as próximas convenções municipais do PSDB serão realizadas em agosto, enquanto as próximas convenções estaduais ocorrerão em outubro.

Braço direito de Vandinho fora

Operador político de Vandinho Leite e assessor comissionado da Assembleia Legislativa há muitos anos, o 3º vice-presidente estadual do PSDB, Oziel dos Santos Andrade, vai sair do partido. Ele avalia convite de outras duas siglas. Pretende mudar para exercer no futuro partido a função que sempre cumpriu como braço direito de Vandinho: a de articulador político.

Oziel também pediu exoneração do seu cargo na Assembleia. Desde fevereiro de 2019, ele estava lotado na Casa como diretor de taquigrafia parlamentar, com salário-base de R$ 11,8 mil brutos, fora outras remunerações. No dia 29 de março, pediu desligamento do cargo.

Oziel era cotado para assumir a presidência do PSDB no lugar de Vandinho. Agora, o deputado e seu grupo político precisam encontrar uma alternativa.