Solidariedade
Projeto Invisíveis: ações solidárias transformam vidas no ES
Grupo de 145 voluntários consegue ajudar em média mais de 400 pessoas/famílias por mês no estado
Desde o início da pandemia do novo coronavírus, atos de solidariedade têm se tornado mais presentes no dia a dia dos capixabas. Doações de cestas básicas, máscaras e marmitas têm ajudado famílias em situação de vulnerabilidade. Entre as ações desenvolvidas está o Invisíveis, coordenado pela fotógrafa Janaína Muniz, 28 anos, que não mede esforços para ajudar quem precisa e, assim, tornar o mundo um lugar o melhor.
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Antes da pandemia, a fotógrafa fazia um trabalho de formiguinha. Em suas redes sociais, captava doações e distribuía de forma discreta. Eram ações pequenas, que contava com a ajuda apenas dos amigos. Mas a demanda aumentou e muito. Foi quando despertou a vontade de ajudar ainda mais. Ano ado o projeto ganhou nome e uma identidade visual linda e que tem tudo a ver com os voluntários.
O Invisíveis ganhou força e expandiu as ações para fora da Grande Vitória. “Atualmente temos 145 voluntários e já consegue ajudar em média mais de 400 pessoas/famílias por mês. Buscamos não concentrar nossas ações em uma localidade. Tentamos chegar aonde as pessoas ainda não chegaram, buscamos ajudar pessoas como as da aldeia indígena de Aracruz. Eles vivem de artesanato e pararam por causa da pandemia. Lá é um lugar de difícil o, ou seja, não recebem muita ajuda, até a comunicação é difícil”, conta Janaína.
O trabalho dos voluntários vão muito além da distribuição de itens alimentos ou brinquedos. Uma história que marcou não só a vida dos voluntários, mas todos que acompanharam, foi a limpeza e reforma da casa da dona Estelita, em Morada da Barra, Vila Velha. A fotógrafa conta que foi até a família para levar uma cesta básica, mas não conseguiu virar as costas e ir embora após se deparar com a situação que a casa estava e que eles viviam.
Antes de iniciar os trabalho, dona Estelita ou por um trabalho psicológico, para aceitar a limpeza da casa. Os voluntários precisaram arregaçar as mangas e colocar a mão na massa. “Foram retirados cinco caminhões de lixo da casa dela. É de se parabenizar o trabalho dos voluntários. Não é qualquer um que encara essa situação, encontramos ratos e baratas. Foi com muita garra mesmo e conseguimos. Teve muita entrega e muito amor”, disse Janaína.
O antes e depois da casa da dona Estelita surpreende a todos. A fotógrafa conta que durante o processo de limpeza e reforma lidou com a crítica de muitas pessoas, principalmente vizinhos, que diziam que não duraria nem uma semana para voltar o que era. Mas a família fez por merecer e tem conservado a limpeza dos ambientes.
“O que me leva a sair do conforto da minha casa para ajudar outras pessoas é acreditar em um futuro melhor. Não é só levar um alimento ou uma roupa, é proporcionar uma condição melhor para essas pessoas. Eu acredito na mudança, em um futuro melhor. Nós vivemos em sociedade, tudo se reflete em todos”, ressaltou a fotógrafa.
E para ajudar o projeto é muito simples! Você pode contribuir com qualquer valor por meio do Piay Invisiveis projeto social ou Pix no CNPJ número 37.118.431/0001-67. Caso você tenha utensílios de cozinha, roupas, cobertores, agasalhos, alimentos, ou qualquer coisa que não te sirva mais, o Invisíveis consegue fazer com que esse material chegue nas mãos de quem precisa.
Veja o vídeo da casa da dona Estelita
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É muito mais do que doação
A ideia é muito além das doações de cestas básicas, mas também levar amor. O Outubro Rosa mostrou que independente de classe social, as pessoas precisam de carinho. O Invisíveis selecionou mulheres em tratamento de câncer para serem presenteadas com uma cesta de café da manhã. Elas foram selecionadas independente da localidade em que moravam. E as que mais se emocionaram, foram àquelas que menos precisavam daqueles alimentos.
“Eu acredito que nessas condições, como tratamento de saúde, não podemos olhar somente para o financeiro. O emocional está muito além. Eu tenho essa sensibilidade de também enxergar esses outros fatores. Nós selecionamos mulheres de todas as localidades, e o mais incrível é que as que ficaram mais emocionadas foram exatamente as que teriam sido excluídas. Provavelmente por não estarem acostumadas com esses gestos”, comenta Janaína.
No Dia Internacional da Mulher a ação também foi planejada com um carinho todo especial. “No ano ado e neste ano, as mulheres que estão à frente do sistema de saúde nos representaram. Elas deram suas vidas pelas nossas famílias. Fizemos rosas artesanais com um bombom e mensagem e distribuímos em quatro hospitais de Vila Velha. Todas as mulheres que estavam nos hospitais, nós entregamos”, lembra a coordenadora do projeto.
Assista a entrevista da Janaína
