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Política

Depois de Celso de Mello citar Hitler, Gilmar Mendes pede “ponderação e cuidado”

“A gente não deve acender fósforo para saber se existe gasolina no tanque”, disse Gilmar

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Governo 'contribuiu' ao tirar Moro da Lava Jato, diz Gilmar Mendes. Foto: Nelson Jr./SCO/STF

Gilmar Mendes. Foto: Nelson Jr./SCO/STF

 

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O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, pediu ‘ponderação e cuidado’ em meio a um dia de protestos pró-democracia em São Paulo e mensagens do colega de Corte, decano Celso de Mello, que comparam o Brasil à Alemanha de Hitler.

“A gente não deve acender fósforo para saber se existe gasolina no tanque”, disse Gilmar. “O momento recomenda ponderação e cuidado para todos”.

Durante o final da manhã e início da tarde deste domingo (31), um grupo de centenas de pessoas pediam a saída do presidente Jair Bolsonaro aos gritos de ‘democracia’ na frente do Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista. Em outro ponto, próximo à Fiesp, manifestantes a favor do governo chamavam o governador João Doria de ‘genocida’ e pediam ‘socorro’ às Forças Armadas.

Um confronto entre os dois grupos ocorreu e levou à ação da Tropa de Choque da Polícia Militar, que disparou bombas de gás lacrimogênio contra os manifestantes pró-democracia. A rede CNN Brasil exibiu imagens que mostram que a briga foi provocada por um manifestante que portava bandeira de cunho neonazista.

O conflito entre o grupo contrário ao governo e a Polícia Militar durou quase uma hora. Os manifestantes pró-Bolsonaro permaneceram na Paulista, cercados pela tropa regular da PM.

Nazismo

Mais cedo, o ministro Celso de Mello, do Supremo, comparou o Brasil à Alemanha nazista em mensagens enviadas reservadamente a interlocutores pelo WhatsApp. O decano afirmou que bolsonaristas ‘odeiam a democracia’ e pretendem instaurar uma ‘desprezível e abjeta ditadura’ no país. O gabinete do ministro não se manifestou.

“Guardadas as devidas proporções, o ‘Ovo da Serpente’, à semelhança do que ocorreu na República de Weimar (1919-1933), parece estar prestes a eclodir no Brasil!”, escreveu o decano do STF, usando letras maiúsculas e exclamações para enfatizar trechos do comentário.

“É preciso resistir à destruição da ordem democrática, para evitar o que ocorreu na República de Weimar quando Hitler, após eleito por voto popular e posteriormente nomeado pelo Presidente Paul von Hindenburg, em 30/01/1933, como chanceler (Primeiro Ministro) da Alemanha (“REICHSKANZLER”), não hesitou em romper e em nulificar a progressista, democrática e inovadora constituição de Weimar, de 11/08/191, impondo ao País um sistema totalitário de poder viabilizado pela edição , em março de 1933 , da lei (nazista) de concessão de plenos poderes (ou Lei Habilitante) que lhe permitiu legislar sem a intervenção do Parlamento germânico!!!! “Intervenção Militar”, como pretendida por bolsonaristas e outras lideranças autocráticas que desprezam a liberdade e odeiam a democracia, nada mais significa, na novilíngua bolsonarista, senão a instauração, no Brasil, de uma desprezível e abjeta ditadura militar!!!!”, completou Celso de Mello.

Estadão Conteúdo