Política
Bolsonaro volta a defender indicação do filho à Embaixada
‘Se Deus quiser’, Eduardo será embaixador na ‘maior potência do mundo’, disse o Jair Bolsonaro na posse do novo presidente BNDES
O presidente Jair Bolsonaro reafirmou nesta terça-feira, 16, a intenção de indicar um dos seus filhos, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), para assumir a embaixada brasileira em Washington, nos Estados Unidos, apesar de destacar que há ainda um grande caminho pela frente. “Ou vocês queriam que eu indicasse o meu filho para a Venezuela, Cuba, Coreia do Norte?”, questionou o presidente.
De acordo com ele, faltam algumas questões técnicas para que a indicação seja formalizada. “Tem um caminho grande pela frente. Há um termo técnico com os Estados Unidos para ver se eles têm algo contra, tem que falar com o Parlamento”, afirmou.
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O presidente disse também que não haverá desgaste com o Senado e contou que já conversou sobre o tema com o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP). Se Eduardo Bolsonaro for indicado, os senadores terão que aprovar a sua ida para o comando da representação diplomática. Segundo Bolsonaro, Alcolumbre lhe disse que ainda não conversou com os parlamentares.
“O Senado vai sabatiná-lo e vai decidir. Ponto final. Se aprovado, vai. Se não for aprovado, ele fica na Câmara. (…) Lógico que se corre um risco”, disse o presidente. Bolsonaro ressaltou ainda que o deputado tem experiência com palestras realizadas em outros países, nas quais teria tido que falar em outros idiomas, e com a presidência da Comissão de Relações Exteriores da Câmara. “É uma pessoa que está muito qualificada, o que é importante”, disse.
Bolsonaro repetiu que, se o filho de outro presidente fosse embaixador no Brasil, teria um tratamento diferenciado, recebendo mais atenção dele próprio. “Se eu fosse um mau caráter, indicaria ele para um ministério desses que vocês sabem que tem dezenas de milhões de orçamento. A intenção não é essa, é nos aproximarmos do país que tem a economia mais próspera do mundo para que possamos juntos andar de mãos dadas”, disse.
‘Se Deus quiser’, Eduardo será embaixador na ‘maior potência do mundo’
Durante a posse do presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Gustavo Montezano, Bolsonaro foi ainda mais enfático com a indicação do filho. “Se Deus quiser”, Eduardo vai ser embaixador “na maior potência do mundo”.
A menção foi feita no momento em que Bolsonaro citou a relação de amizade que possui com Gustavo Montezano desde a juventude, pois moraram no mesmo condomínio no Rio de Janeiro. O presidente disse todos “daquela garotada” “lutaram muito”, citando que “muitos fritaram hambúrguer“.
“Vejo que, daquela garotada do condomínio, temos um presidente do BNDES. Temos um Senador da República (Flávio Bolsonaro), que, por ser meu filho, tem seus problemas potencializados. E teremos, se Deus quiser, um embaixador na maior potência do mundo”, disse o presidente. “Até porque um pai, mesmo sendo deputado na época, não tinha como bancar o aperfeiçoamento dele nos Estados Unidos e ele (Eduardo) tinha que trabalhar”, continuou Bolsonaro.
Após a sinalização de que poderia virar embaixador, Eduardo citou que, além de ser presidente da Comissão de Relações Exteriores na Câmara, possui “vivência pelo mundo”. “Já fiz intercâmbio, já fritei hambúrguer lá nos Estados Unidos, no frio do Maine”, declarou Eduardo.
Após o evento desta terça-feira, 16, Bolsonaro disse que Eduardo já tem vontade de morar nos Estados Unidos “há muito tempo”, mas que pediu para que ele ficasse no Brasil. Também comentou que o deputado “está tendo a chance de voltar” para os EUA, embora a indicação para assumir a embaixada não tenha sido formalizada.
“Meu filho só ficou no Brasil… Já era para estar nos Estados Unidos há muito tempo, por um apelo meu lá atrás, ou no concurso da Polícia Federal e decidiu ficar aqui. Agora está tendo uma chance de voltar, não por ele, mas dado o que temos com o presidente americano e dada a sua bagagem cultural que tem lá de trás”, defendeu Bolsonaro.
Estadão Conteúdo
