Política
Bolsonaro chama reunião com ministros e deve orientar Weintraub a não depor
Encontro vai discutir uma reação às medidas do STF após a operação da Polícia Federal que teve como alvos blogueiros e empresários apoiadores do presidente

Bolsonaro acompanha anúncio de demissão de Moro pela TV. Foto: Isac Nóbrega/PR
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O presidente Jair Bolsonaro convocou para a tarde desta quarta-feira (27), uma reunião extraordinária de ministros no Palácio do Planalto. O encontro discute uma reação às medidas do Supremo Tribunal Federal (STF) após a operação da Polícia Federal que teve como alvos blogueiros e empresários apoiadores do presidente.
Uma das possibilidades que serão discutidas no encontro é a recusa do ministro da Educação, Abraham Weintraub, de comparecer ao depoimento que foi convocado para esclarecer ataques que fez a ministros da Corte. A proposta será levada pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e discutida pelos ministros da área jurídica.
Em reunião com o presidente e outros ministros no dia 22 de abril, Weintraub disse que, se dependesse dele, “botava esses vagabundos todos na cadeia, começando no STF”. O ministro terá agora cinco dias para prestar depoimento à Polícia Federal (PF).
O depoimento foi determinado na terça-feira (26), pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, no âmbito do inquérito das fake news, que apura ameaças, ofensas e fake news disseminadas contra integrantes do Supremo e suas famílias. É a mesma investigação em que a PF realizou a operação desta quarta-feira.
As buscas e apreensões em endereços de apoiadores de Bolsonaro incomodou até mesmo integrantes da ala que costuma defender ponderação nas ações do governo. A avaliação é de que houve abuso na operação.
Na reunião de hoje no Palácio do Planalto, segundo apurou o Estadão, Bolsonaro listou decisões do Supremo que, em sua visão, representam excessos da Corte. Na lista está também a divulgação do vídeo da reunião do dia 22 de abril, determinada pelo ministro Celso de Mello no inquérito que apura interferência do presidente na Polícia Federal.
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Outra decisão na lista presidencial é a liminar de Moraes que impediu a posse de Alexandre Ramagem no comando da corporação. Amigo da família Bolsonaro, o atual diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) foi impedido de assumir o cargo com o argumento de que a nomeação feria o princípio da impessoalidade na gestão pública.
Como mostrou o Estadão mais cedo, integrantes do Palácio do Planalto aram a defender nesta quarta-feira ações individuais contra ministros do Supremo por abuso de autoridade pelo que consideram “excessos” dos magistrados.
Estadão Conteúdo
