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Dia contra a exploração da mulher: equidade de gênero é meta de desenvolvimento sustentável

A delegada e especialista em segurança pública Gracimeri Gaviorno detalha a importância de encontrar caminhos para a equidade de gênero

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Caminho para a igualdade de gênero ainda é muito longo. Foto: Paulo H. Carvalho | Agência Brasília

Instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU), o Dia internacional contra a exploração da mulher, celebrado nesta quarta-feira (25 de outubro), é uma data dedicada à reflexão sobre as desigualdades e discriminações de gênero na sociedade. Apesar dos avanços nas últimas décadas, o caminho para a igualdade de gênero ainda é muito longo. O tema é um dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs) listados pela Organização para os países alcançarem até 2030.

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Nesse contexto, as empresas podem ter um papel decisivo na agenda da equidade. Dentro do objetivo de “Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas”, a ONU fala em realizar reformas para dar às mulheres direitos iguais aos recursos econômicos. Assim, as organizações precisam se sensibilizar sobre a equidade de gênero, pois a independência financeira é o caminho para as mulheres deixarem de ser exploradas.

E o que nós vemos é que muitas organizações, por exemplo, não contratam mulheres vítimas de violência doméstica, quando deveria ser o contrário. Isso mostra, também, o desconhecimento da legislação por parte de organizações, já que, em uma situação dessas, os contratos podem ser suspensos por até seis meses.

Ainda dentro do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável de alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas, a ONU fala em eliminar todas as formas de violência contra todas as mulheres e meninas nas esferas públicas e privadas. E aqui é essencial falar sobre a discriminação diária a que, nós, mulheres estamos submetidas.

O nosso cotidiano é repleto de exemplos de desqualificação da mulher. Nós percebemos os olhares e reações discriminatórias. Se um homem é severo em sua fala, por exemplo, ele é considerado firme. Mas se uma mulher tem a mesma postura, ela é rotulada de desequilibrada e outros termos pejorativos. Nós precisamos acabar com essa cultura, inclusive, nos ambientes de trabalho.

É preciso reconhecer que tivemos avanços nos últimos anos em termos de proteção às mulheres, como a Lei Maria da Penha, que completou 17 anos em 2023. A recente sanção da Lei que garante o auxílio-aluguel a vítimas de violência doméstica também é importante, mas precisa sair do papel, com a estruturação dos estados e municípios. A Lei deveria exigir, ainda, que o agressor arcasse com o valor, quando esse tivesse condições, pois, assim, ele seria penalizado também financeiramente.

O Brasil e o Espírito Santo ainda precisam trilhar um longo caminho para chegarem a 2030 com o dever de casa feito.


*Gracimeri Gaviorno é delegada e especialista em segurança pública. Foi chefe da Polícia Civil do ES.

 

 

 


Plural. Foto: Freepik

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