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‘Não pode ser acidente’, diz delegado da PF sobre incêndios no Pantanal

Operação apura responsabilidade por chamas que destroem o bioma. Queimadas substituem mata nativa por área para pasto, indica apuração

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Fogo queima a vegetação do Pantanal, no Mato Grosso. Pela estrada até Poconé, primeiro município da região pantaneira a partir da capital mato-grossense, é possível ver a devastação do fogo que consome a vegetação nativa desde julho. Foto: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo

Fogo queima a vegetação do Pantanal, no Mato Grosso. Pela estrada até Poconé, primeiro município da região pantaneira a partir da capital mato-grossense, é possível ver a devastação do fogo que consome a vegetação nativa desde julho. Foto: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo

Documentos e celulares de fazendeiros do Mato Grosso do Sul foram apreendidos pela Operação Matáá, da Polícia Federal, deflagrada nesta segunda-feira, 14. Segundo publicou o jornal Estadão, o objetivo é investigar as queimadas que estão consumindo o Pantanal, maior bioma úmido do mundo. Os investigadores veem indícios de queimadas deliberadas para criação de área de pasto onde antes era mata nativa.

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“As queimadas começaram em fazendas da região, em espaços inóspitos, dentro das fazendas, onde não há nada perto, o que nos faz entender que não pode ser acidente. Teoricamente, alguém foi lá para isso (colocar fogo)”, disse o delegado Alan Givigi. “O fogo nesse caso seria para queima da mata nativa para fazer pasto. Já que não pode desmatar, porque é área protegida, coloca fogo e o pasto aumenta, sem levantar suspeita”, acrescentou.

A investigação identificou que quase 25 mil hectares dos cerca de 815 mil já devastados pelo fogo este ano. Até o começo noite desta segunda, foram oficialmente cumpridos quatro de dez mandados de busca e apreensão, sendo dois na capital Campo Grande, e outros dois em Corumbá, onde estão concentradas as ações. Os seis mandados restantes são na zona rural de Corumbá, em propriedades onde imagens de satélite identificaram que o fogo teve origem.

Com as apreensões, os investigadores objetivam aprofundar as apurações. Os nomes dos fazendeiros não foram divulgados. Os suspeitos poderão responder pelos crimes de dano à floresta de preservação permanente (Art. 38, da Lei no 9.605/98), dano direto e indireto a Unidades de Conservação (Art. 40, da Lei no 9.605/98), incêndio (Art. 41, da Lei no 9.605/98) e poluição (Art. 54, da Lei no 9.605/98).

Durante as diligências, na casa de área urbana de um dos proprietários rurais, em Corumbá, a Polícia Federal encontrou e apreendeu armas e munições de uso . O fazendeiro foi preso em flagrante por posse ilegal de arma de fogo. Foram apreendidas duas pistolas, um revólver, 108 munições de calibre permitido e 44 de calibre .