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Coluna Vitor Vogas

Suplente de Armandinho agora também pode ser cassado pela Câmara

Corregedoria itiu e instaurou processo por quebra de decoro contra Chico Hosken (o 1º suplente), a partir de denúncia formulada pelo 2º suplente

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Armandinho: mesmo atrás das grades, pivô de uma enorme confusão. Crédito: Reprodução Facebook

Matrioska é como se chama aquela clássica bonequinha russa: dentro de cada uma, encontra-se outra menor. É o que virou a confusão em torno do vereador Armandinho Fontoura (Podemos) na Câmara de Vitória: mais que uma montanha-russa, verdadeira boneca russa.

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Preso desde 15 de dezembro e afastado desde 1º de janeiro, Armandinho já responde a processo por quebra de decoro parlamentar aberto contra ele na Corregedoria da Casa, a partir de uma denúncia tecnicamente apresentada pelo empresário Sandro da Rocha – mas por trás da qual pode estar o 1º suplente de Armandinho.

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Já na última quinta-feira (27), a Corregedoria instaurou processo por quebra de decoro contra outro vereador: Chico Hosken (Podemos), justamente o 1º suplente de Armandinho, empossado no lugar dele em janeiro por determinação judicial. A representação contra Chico é um desdobramento direto do processo contra Armandinho. Foi movida pelo 2º suplente de Armandinho, Ederson Silva Pereira, mais conhecido como Neno Bahia (Podemos). Daí a Teoria da Matrioska.

Neno (o 2º suplente) acusa Chico (o 1º suplente) de ter tramado contra Armandinho (o titular afastado).

Segundo Neno, por intermédio de um assessor de gabinete, Chico teria ludibriado Sandro da Rocha, o autor da denúncia contra Armandinho, levando o empresário a a representação contra o vereador afastado sem conhecer o teor do documento que estava firmando. Essa também é a versão que o próprio Sandro da Rocha sustenta desde 4 de abril e que serve de embasamento para a representação de Neno contra Chico.

O corregedor-geral da Câmara, vereador Leonardo Monjardim (Patriota), itiu a denúncia de Neno contra Chico e instaurou oficialmente o processo disciplinar, após concluir que a representação do 2º suplente contra o 1º preenche os três pré-requisitos formais exigidos pelo Código de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara para issão: o autor tem legitimidade, pois é cidadão de Vitória; a denúncia identifica o vereador (Chico Hosken) e os fatos que lhe são imputados; os fatos relatados referem-se ao atual mandato.

Em seu parecer pela issibilidade, Monjardim anota que, “segundo narra o representante [Neno Bahia], o vereador representado [Chico], por intermédio do assessor Washington Gomes Bermudes, induziu o Sr. Sandro Luiz da Rocha a um documento que, posteriormente, se tornou uma representação por quebra de decoro parlamentar em face do vereador afastado Armando Fontoura”.

Na representação de Neno contra Chico, prossegue Monjardim, o 2º suplente alega que Sandro da Rocha “supostamente foi enganado quando assinou o documento, uma vez que acreditava se tratar de um requerimento para a realização de uma audiência pública. Por fim, concluiu que tal situação se deu para que o representado, 1º suplente, se beneficie com a cassação do vereador afastado Armando Fontoura. Assim, solicitou a apuração dos fatos por esta Corregedoria”.

Monjardim salienta que, em depoimento pessoal realizado na última quarta-feira (26) à Corregedoria, no plenário da Câmara de Vitória, o próprio Sandro da Rocha reconheceu no recinto um assessor de Chico Hosken chamado Washington Gomes Bermudes e literalmente o apontou como a pessoa que lhe entregou um documento para , fazendo-o crer que se tratava de um requerimento para realização de uma audiência pública sobre a prisão de Armandinho.

“Ainda, durante a audiência, ao ser indagado por este corregedor-geral, [Sandro da Rocha] afirmou que o Sr. Washington Bermudes se encontrava no plenário, indicando estar ao lado do vereador Francisco Hosquem Pires”.

De fato, assim foi.

“Portanto, a exposição dos fatos é suficiente para caracterizar, em tese, a suposta ocorrência de fatos graves aptos a serem apurados por esta Corregedoria, uma vez que o Sr. Washington Gomes Bermudes poderia ter agido sob ordens do vereador representado [Chico]”, concluiu Monjardim.

O corregedor-geral também convocou o assessor Washington Gomes Bermudes, personagem-chave deste enredo, para depor à Corregedoria na próxima terça-feira (2).

Teoria da Matrioska

Supondo que a Corregedoria casse o mandato de Armandinho a partir de uma trama urdida por Chico Hosken (o 1º suplente) e que este, em consequência dessa trama, seja cassado a partir de uma denúncia contra ele formulada por Neno Bahia, o 2º suplente poderá assumir o mandato na Câmara.

Mas nesse caso será justo esperarmos que o 3º suplente do Podemos apresente denúncia na Corregedoria em face de Neno com pedido de cassação do seu mandato, confirmando a Teoria da Boneca Russa.