Coluna Vitor Vogas
Rigoni convida Ramalho para ser candidato a senador pelo União Brasil
Mas a informação do Palácio Anchieta, corroborada por fontes não governistas, é que coronel fica no Podemos, sob a expectativa de ser o candidato a senador de Casagrande

Coronel Ramalho foi secretário de Segurança do ES. Foto: Divulgação / PM
Filiado ao Podemos nesta semana, o coronel da reserva da PMES Alexandre Ramalho recebeu, mais que um convite, um assédio forte do deputado federal Felipe Rigoni para se filiar ao União Brasil e se lançar ao Senado pelo partido (resultante da fusão entre DEM e PSL). Rigoni é o presidente estadual do União Brasil no Espírito Santo e pré-candidato ao governo estadual contra Renato Casagrande (PSB).
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Pelo que a coluna apurou, Rigoni deu a Ramalho garantias de que, se filiado ao União Brasil, o coronel seria o candidato a senador da chapa majoritária liderada por ele. Mas a informação vinda de dentro do Palácio Anchieta, corroborada por fontes não governistas, é que o coronel fica no Podemos. Fica, porém, alimentando o desejo de ser o candidato a senador na chapa majoritária a ser encabeçada por Casagrande. Se não chegou a ser a condição colocada por Ramalho para ficar no Podemos, foi, no mínimo, a expectativa apresentada por ele.
Ainda segundo fontes da coluna no Palácio e no PSB, não houve propriamente um compromisso firmado por Casagrande com Ramalho nesse sentido, até porque, dentro da coalizão do governador, existem pelo menos outros dois pré-candidatos a senador que pleiteiam o lugar na chapa palaciana: o deputado federal Josias da Vitória (PP) e, notadamente, a senadora Rose de Freitas (MDB).
Secretário de Segurança Pública de Casagrande por dois anos, até se desincompatibilizar nesta semana, Ramalho é aliado político do governador. Seu partido, o Podemos, é um importante integrante da aliança liderada por Casagrande. O União Brasil, ao contrário, está em projeto contrário ao de Casagrande, já que Rigoni se apresenta como adversário eleitoral do governador (e já entrou na campanha proclamando, ou profetizando, que este ano é o último do ciclo de revezamento no poder entre Paulo Hartung e Casagrande no Espírito Santo).
Assim, se Ramalho fosse mesmo para o União Brasil, a guinada representaria uma ruptura com o governador.
Por outro lado, se o coronel for mesmo candidato a senador pelo Podemos, com o apoio de Casagrande e na chapa do governador, em vez de concorrer a uma vaga na Câmara Federal, haverá duas consequências certas:
Em primeiro lugar, a candidatura de Rose seria chutada para escanteio por Casagrande, becão da roça em seus tempos de futebol amador em Castelo. Rose, nesse caso, ficaria praticamente sem alternativa eleitoral. Quanto a Da Vitória, teria que se contentar em disputar a reeleição para deputado federal na chapa do PP.
Em segundo lugar, a “subida” de Ramalho de candidato a deputado federal para aspirante a senador deixaria meio desequilibrada a chapa de federais do Podemos, onde se encontra outro aliado importante de Casagrande: o ex-secretário estadual de Governo e de Planejamento, Gilson Daniel. A priori, esse desfalque na chapa poderia dificultar um pouco a chegada de Gilson à Câmara.
Pelo menos neste momento, o Palácio Anchieta não quer nem contrariar Rose de Freitas nem desagradar Gilson Daniel. Até a definição oficial das candidaturas, só lá em princípios de agosto, ainda tem muita água para rolar. E, justamente por isso, Casagrande não gostaria de se comprometer agora com nenhuma pré-candidatura ao Senado dentro do seu próprio grupo.
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