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MP diz que 2ª dose da AstraZeneca volta a ser aplicada em 84 dias

A Secretaria de Estado da Saúde havia autorizado antecipação da aplicação da dose de reforço em duas semanas

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Vacina Oxford Astrazeneca. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Vacina Oxford Astrazeneca. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

O Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES) informou na noite de quarta-feira (30) que a aplicação da segunda dose da vacina da AstraZeneca vai voltar a ser realizada 12 semanas após a primeira dose.

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A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) havia autorizado no dia 22 de junho todos os municípios a anteciparem em 14 dias a chamada D2 do imunizante. Com a decisão, as prefeituras aram a aplicar a dose após 70 dias da primeira aplicação e não com 84 dias. Mas na segunda-feira (29), o MP notificou a Sesa para não orientar os gestores municipais a antecipar a segunda dose da AstraZeneca.

Em nota, o MP informou que “após contato de representantes da Promotoria de Justiça Cível de Vitória com o secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, e com a coordenadora do Programa Estadual de Imunização, Danielle Grillo Pacheco Lyra, ficou definido que a orientação aos municípios será a adoção do intervalo de 12 semanas entre a primeira e a segunda doses da vacina AstraZeneca/Fiocruz, conforme estabelecido no Plano Nacional de Vacinação, fazendo constar, inclusive, no cartão de vacinação tal intervalo”.

Segundo o MP, a abertura das vagas para agendamento da segunda dose da AstraZeneca poderá ocorrer um pouco antes dos 84 dias para organização dos serviços de saúde por parte dos municípios, de forma que nenhum usuário fique com a dose de reforço em atraso.

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O secretário Nésio Fernandes usou uma rede social, na terça-feira (29), para elencar uma série de motivos para a antecipação da segunda dose do imunizante. Nos posts, o secretário rebateu o argumento do MP na notificação de que antecipar a segunda dose da vacina contraria as orientações técnicas do Plano Nacional de Operacionalização da Vacina contra a Covid-19.

“Não existem prejuízos à cobertura vacinal com a medida; ao contrário, temos vantagem de gestão e de ganho de eficácia. Outra questão importante a ser destacada é que o Plano NacionaI de Imunizações do Ministério da Saúde não obriga a aplicação rígida com 12 semanas de intervalo entre doses. A bula diz entre 4 e 12 semanas após a primeira injeção”, escreveu Nésio.

Segundo o secretário,  a flexibilidade de aplicação da D2 entre 10 e 12 semanas ajudaria a gestão municipal a garantir o esquema completo em toda a população. “No Espírito Santo, teremos aproximadamente 820 mil doses de segunda dose da AstraZeneca para aplicar nos próximos 84 dias, período em que o sistema de saúde estará também avançando com a primeira aplicação em novos grupos etários/prioritários.  Com os dados disponíveis às 22h do dia 28/07 no LocalizaSUS, até o dia 28 de junho o Espírito Santo possuía 90.583 pessoas aptas a receberem a D2 da AstraZeneca, na mesma data 89.499 já receberam a segunda dose.”

Nésio argumentou em suas publicações que, “sem a antecipação proposta pelo estado, estaríamos vivendo um momento de estocagem de vacinas, podendo ter completado o esquema vacinal de milhares de pessoas aptas pela bula e pelo PNI. Outro elemento importante é que aplicação da D2 no limite máximo de 12 semanas aumenta a chance de atraso superior ao da bula para completude do esquema vacinal. A antecipação de duas semanas é razoável e torna-se medida sanitária equilibrada para a gestão do plano de imunização contra a covid-19”.

A Sesa foi procurada desde ontem para se manifestar sobre a mudança na orientação sobre a aplicação da segunda dose da AstraZeneca, mas ainda não respondeu.