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No ES, apenas 7% dos moradores tomaram duas doses da vacina

Quatro meses após o início da campanha de imunização contra covid, apenas 286.393 pessoas tomaram a 2ª dose da vacina

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Serra, Vitória e Vila Velha abrem hoje agendamento para vacinação contra covid. Foto: Karolina Grabowska/Pexels

A imunização completa, com a aplicação de duas doses da vacina contra a covid-19, caminha a os lentos no Espírito Santo. Quatro meses após o início da campanha de imunização contra o novo coronavírus no estado, que começou em 18 de janeiro de 2021, cerca de 789.050 de pessoas receberam a primeira dose da vacina, o que representa 19,42% da população. Mas desse grupo, apenas 286.393 tomaram a segunda dose – o que equivale a 7,05% dos moradores do estado. Os dados são da última sexta-feira (14) e foram publicados no Covid-19, atualizado pela Secretaria de Estado da Saúde.

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Os dados apontam que o estado se destaca na comparação com as demais unidades da federação em relação à porcentagem de pessoas vacinadas com a primeira dose, com os lotes de imunizantes distribuídos pelo Ministério da Saúde. O Espírito Santo ocupa a 5ª posição no ranking de vacinação no Brasil. O estado está atrás do Rio Grande do Sul (23,64%), Mato Grosso do Sul (23,40%), São Paulo (20,51%) e Bahia (19,76%). Mas o mesmo levantamento mostra que o país está muito abaixo do seu potencial de vacinação.

Para Daniel Gomes, imunologista e professor do Núcleo de Doenças Infecciosas da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), o ritmo de vacinação está aquém do esperado. “O país tem expertise para imunizar 2 milhões de pessoas por dia. Hoje, a média é de 430 mil doses aplicadas diariamente. Isso é muito pouco. Essa redução acaba sendo justificada pela falta de doses disponíveis. Então, para que a gente não tenha uma paralisação da campanha de imunização, porque politicamente isso teria um impacto grande, há uma diminuição no ritmo”, explica.”

O estado e o país também sofrem com o atraso na aplicação da segunda dose da CoronaVac – que deve ser aplicada em um intervalo de 28 dias após a primeira – e as interrupção na produção de mais vacinas devido à falta de insumos. Nesta manhã da última sexta-feira (14), o Instituto Butantan entregou 1,1 milhão de doses ao Ministério da Saúde e suspendeu completamente a produção do imunizante. O instituto aguarda a liberação pelo governo chinês de um lote com 10 mil litros de Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA). Isso daria para produzir o equivalente a 18 milhões de doses.

Outro motivo do atraso na vacinação é a decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) negou pedido do governo federal em relação à Covaxin: no fim de março, a agência negou a importação de 20 milhões de doses da vacina produzida na Índia. Além disso, o governo federal suspendeu na terça-feira (11) a vacinação em grávidas com o imunizante de Oxford/AstraZeneca. Agora, elas estão sendo imunizadas apenas com a CoronaVac ou a vacina da Pfizer.

Diante do desempenho atual da vacinação no estado e no país, com base no ritmo da chegada de doses e aplicação, o imunologista Daniel Gomes acredita que a população só estará completamente imunizada até o final de 2022. “Entretanto, o Ministério da Saúde tem a expectativa de receber doses suficientes para toda a população até o final desde ano. Nesse cenário, podemos concluir a vacinação ainda no primeiro semestre de 2022”, aponta Gomes.