Nova linha de crédito do Bandes quer atender empresas lideradas por mulheres

Negócios liderados por mulheres são foco de nova linha de crédito. Foto: Pixabay

Apoiar o empreendedorismo feminino é o foco de uma nova linha de crédito que está sendo lançada pelo Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes). A expansão dos recursos da linha de financiamento para capital de giro emergencial destinado a micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) foi possível a partir de uma captação junto de US$ 30 milhões (R$ 169 milhões) junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) nesta sexta-feira (29).

A expectativa do banco é atender a mais de 300 empresas capixabas com esses recursos. A linha começa a operar em meados de novembro, para quando está prevista a chegada do recurso. Essa é a primeira operação desse tipo no estado, entre BID e instituição financeira capixaba. Pelo convênio firmado entre as duas instituições, o Bandes deverá investir, no mínimo, 20% das operações de financiamentos para empresas lideradas por mulheres, ou seja, ao menos US$ 6 milhões (R$ 33 milhões) deverão ser destinados para empreendedoras.

A nova linha deverá apoiar empresas com capital de giro, no valor de até US$ 1 milhão e prazo total de até 5 anos, incluindo carência de até um ano. Segundo o Bandes, a iniciativa faz parte das estratégias adotadas como forma de reforçar a sua capacidade de dar e financeiro às empresas do Estado neste momento de retração econômica e para impulsionar os empresários capixabas na retomada econômica.

Desta forma, a captação tem também o objetivo de impulsionar a inclusão de gênero por meio da coleta e do monitoramento de dados desagregados por sexo dos líderes ou proprietários das MPMEs, segundo as melhores práticas. Com isso, espera-se aumentar a participação efetiva de créditos de capital de giro para MPMEs lideradas por mulheres na carteira do Bandes.

Participaram da reunião de captação nesta sexta-feira (29) o governador Renato Casagrande, o diretor-presidente do Bandes, Munir Abud Oliveira. O representante do BID no Brasil, Morgan Doyle, participou de forma virtual. Os demais membros da diretoria do Bandes e autoridades também acompanharam o evento de maneira remota.

“Para nós é sempre bom colocar o Bandes para ajudar a desenvolver o Estado do Espírito Santo. Estamos celebrando o primeiro contrato neste modelo. É um salto importante para que, no futuro, o banco possa operar com novas fontes de recursos para que a gente ajude a produzir emprego e renda aos capixabas. Incentivamos muito os negócios nas comunidades, ajudando-os a produzir e fazer com que a riqueza fique no Estado”, afirmou o governador.

Casagrande destacou ainda a parte voltada aos negócios que são comandados por mulheres. “Esse perfil de empoderamento das mulheres cumpre um papel fundamental em nossa política de segurança pública. Quanto mais a mulher é empoderada, menos dependência terá de seus companheiros, evitando muitos casos de violência que lamentavelmente a gente vê acontecendo”, pontuou.

“Os números mostram que as mulheres foram as mais afetadas pelo aumento do desemprego durante a pandemia, e as MPMEs são um setor estratégico na criação de vagas e de capacidade produtiva. Por isso, esses dois elementos são centrais na nossa Visão 2025, a estratégia do BID para apoiar a recuperação econômica da América Latina e Caribe. Contar com a expertise e a capilaridade do Bandes para colocar isso em prática no Espírito Santo é muito relevante para o BID”, afirmou o representante do Grupo BID no Brasil, Morgan Doyle.

O diretor-presidente do Bandes, Munir Abud de Oliveira, ressalta que a captação é a primeira feita pelo banco de desenvolvimento capixaba com um banco multilateral, o que contribui para diversificação de funding da instituição. A operação desta linha deve ter início logo após a transferência dos recursos para o banco capixaba.

“Estamos orgulhosos desta conquista! A captação dos recursos junto ao BID é marco importante na história do banco capixaba: é a primeira captação de recursos com uma instituição financeira internacional. O Bandes tem buscado alternativas de recursos para reforçar a sua capacidade de dar e financeiro às empresas do Estado neste momento de retração econômica e para subsidiar o novo ciclo econômico pós-pandemia. Importante destacar que todo este processo só foi possível após a Fitch Ratings, uma das mais importantes agências internacionais classificadoras de risco de crédito, atribuir classificação avaliando os aspectos econômico-financeiros, dos padrões de governança corporativa e da capacidade de crescimento que tornaram o banco apto a captar esse montante”, enfatizou Munir Abud.

Para o diretor de istração e Finanças e um dos responsáveis pela operação de captação, Sávio Bertochi Caçador, os recursos possibilitam ampliar a capacidade de atuação do Bandes. “O Bandes tem buscado alternativas de funding para reforçar a sua capacidade em dar e aos projetos de financiamento e para fomentar o desenvolvimento sustentável no Espírito Santo. Neste momento de nossa história, é essencial para o banco diversificar suas fontes de recursos e captar no mercado, seja banco multilateral, como estamos fazendo com o BID, seja com a emissão de títulos no mercado doméstico. Essas iniciativas nos possibilitam reforçar nossa capacidade em dar e financeiro, por meio das linhas de crédito, aos empreendedores capixabas na retomada da economia”, complementou.

O diretor de Negócios da instituição, Marcos Kneip Navarro, pontua que os recursos contribuirão para pulverizar os financiamentos por todo o Estado. “Como iniciativa de apoio no momento econômico de retomada gradual da economia, o Bandes poderá expandir os recursos disponíveis aos empresários de sua linha de crédito para capital de giro emergencial destinado a micro, pequenas e médias empresas capixabas. A captação junto ao BID tem também um importante aspecto social, com o objetivo de impulsionar a inclusão de gênero e o compromisso da instituição de apoiarmos um percentual das operações de financiamentos para empresas lideradas por mulheres”, afirmou.

Condições operacionais:

Valor financiável até US$ 1 milhão;
Carência de até 12 meses, prazo total de até 60 meses;
Taxa de juros 5% + SELIC;