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Mais de 325 mil deixaram a pobreza em 2022 no ES, diz estudo

A pesquisa mostra ainda que a taxa de extrema pobreza no Espírito Santo reduziu de 7,2% para 4,1% entre 2021 e 2022

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Fome; miséria; pobreza. Foto: FreePik

As pessoas que viviam na pobreza eram 35% da população em 2021. A taxa caiu para 4,1% em 2022, o que corresponde a uma redução de 8,2 pontos percentuais. Em quantidade, o número ou de 1.437.541 para 1.112.055 de capixabas no período. Ou seja, 325.486 saíram desta situação. A informação faz parte do levantamento realizado pelo Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), obtido a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD/IBGE), sobre rendimento de todas as fontes do ano de 2022.

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A pesquisa mostra ainda que a taxa de extrema pobreza no Espírito Santo reduziu de 7,2% para 4,1% entre 2021 e 2022. Mesmo com a queda, 169.128 pessoas vive com uma renda mensal abaixo de R$ 208,73. Em 2021, eram 297.553 na extrema pobreza. A redução também foi observada no Brasil, que caiu de 38,2% para 33% entre 2021 e 2022, para um nível mais próximo de 2020. O número de brasileiros vivendo na extrema pobreza recuou de 20,03 milhões, em 2021, para 13,72 milhões de indivíduos vivendo em condições de miséria, em 2022. Cerca de 6,3 milhões de pessoas saíram da extrema pobreza. A taxa de extrema pobreza foi de 6,4% nesse último ano.

Pablo Lira explica também que, em 2014, a taxa de miséria alcançou 5,5%, o menor nível da série histórica. Já em 2021, a taxa atingiu o maior patamar dos últimos dez anos, chegando a 9,4% da população brasileira. “A taxa de miséria brasileira mais recente é superior aos valores constatados em países, como Colômbia (6,6%) e México (3,1%), segundo as estatísticas do Banco Mundial”, pontuou.

Depois dos picos históricos registrados em 2021, as taxas de pobreza e extrema pobreza reduziram em 2022, quando ocorreu a expansão de Programas de Transferência Condicionada de Renda (PTCR). Além disso, foi observada uma melhoria no mercado de trabalho. Esses são alguns dos principais fatores que podem explicar o recuo da pobreza e miséria no País.

“Em 2022, ano eleitoral, o Governo Federal buscava implementar o Auxílio Brasil no valor de R$ 400,00. Esse valor foi elevado para R$ 600,00 pela atuação do Congresso Nacional, o que contribuiu para diminuir a vulnerabilidade social. Ademais, vários governos estaduais e municipais expandiram PTCRs ao longo dos últimos anos. O Espírito Santo é um exemplo disso. O Estado conta com o Bolsa Capixaba e outros benefícios que complementam os rees para pessoas inscritas no CadÚnico”, detalhou Lira.

Ele completou apontando que, no plano nacional, foi observada uma melhoria nos indicadores do mercado de trabalho. “Uma evidência disso foi o recuo na taxa de desemprego de 13,2% em 2021 para 9,3% em 2022, segundo informações da PNAD/IBGE”, disse.

COMO É CALCULADA?

Para o cálculo das taxas, foram consideradas as linhas de pobreza e extrema pobreza estabelecidas pelo Banco Mundial, ou seja, US$ 6,85 per capita/dia e US$ 2,15 per capita/dia, respectivamente. Os valores foram convertidos pela Paridade de Poder de Compra (PPC/2017), que é um método alternativo à taxa de câmbio e leva em conta o valor demandado para adquirir a mesma quantidade de bens e serviços no mercado interno de cada nação, em comparação com o mercado norte-americano. Assim, as referências mensais das linhas de pobreza e extrema pobreza tomadas como limites foram de R$ 665,02 e R$ 208,73, para valores de 2022.

POBREZA NOS ESTADOS

A pesquisa traz um dado alarmante. Das 27 Unidades da Federação (UFs) brasileiras, nove delas têm a maior parte da população composta por pessoas em situação de pobreza, a saber, Maranhão (58,9%), Amazonas (56,7%), Alagoas (56,2%), Paraíba (54,6%), Ceará (53,4%), Pernambuco (53,2%), Acre (52,9%), Bahia (51,6%) e Piauí (50,4%).

Além desses, outros seis estados computaram taxas de pobreza acima da média nacional (33,0%), sendo eles Amapá (49,4%), Pará (49,1%), Sergipe (47,9%), Roraima (46,8%), Rio Grande do Norte (46,2%) e Tocantins (35,8%), todos localizados nas regiões Nordeste e Norte. O estudo aponta ainda que as menores taxas foram contabilizadas no Rio Grande do Sul (18,2%), Distrito Federal (17,3%) e Santa Catarina (13,9%).

Quatorze UFs apresentaram taxas de extrema pobreza superiores à média do País (6,4%). As mais elevadas foram constatadas no Maranhão (15,9%), Acre (14,7%) e Alagoas (14,1%), índices acima dos valores observados em nações, como o Senegal (9,3%) e Honduras (12,7%), que enfrentam problemas sociais históricos.

A extrema pobreza se mostrou menor no Mato Grosso do Sul (2,8%), Distrito Federal (2,0%) e Santa Catarina (1,9%), contextos semelhantes aos de países como Peru (2,9%) e Sérvia (1,6%), porém mantendo certo distanciamento no espaço social de nações desenvolvidas como Estados Unidos (0,2%), Dinamarca (0,2%) e Noruega (0,2%).

TRANSFERÊNCIA DE RENDA

O pesquisador explica que, nos últimos anos, o País retornou ao mapa da fome e a questão histórica da miséria voltou a atormentar a vida dos brasileiros. “É fato que a pobreza e a extrema pobreza reduziram em 2022. Entretanto, ainda há um longo caminho para a reconstrução e a reestruturação de políticas públicas de assistência social efetivas e com caráter de Estado, que perem governos. Nesse sentido, será possível consolidar uma tendência de diminuição desses problemas”, argumentou Pablo Lira.

“Considerando os recentes aprimoramentos proporcionados pela retomada do programa Bolsa Família, bem como levando em conta os efeitos do Benefício Assistencial à Pessoa com Deficiência (BPC-LOAS) e de outras políticas públicas de assistência social nas escalas Federal, Estadual e municipal, a pobreza e a extrema pobreza provavelmente seguirão em tendência de redução em 2023. Uma boa notícia para os brasileiros que acreditam em um País mais próspero, menos desigual e com mais justiça social”, pontuou.