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Veja quais foram os indícios citados por Moraes para prender Silvinei

Ex-diretor geral da PF foi preso nesta quarta-feira por suposta interferência nas eleições de 2022

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Silvinei Vasques. Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agencia Brasil

Silvinei Vasques. Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agencia Brasil

Na decisão que fundamentou a prisão do diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) durante o mandato de Jair Bolsonaro, Silvinei Vasques, o ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal (STF), enumerou pelo menos dez pontos que sustentam a necessidade da detenção preventiva de Vasques.

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A ação que culminou na prisão de Silvinei recebeu o nome de Operação Constituição Cidadã pela PF, e é uma etapa integrante da operação que investiga a utilização indevida dos recursos do governo para influenciar a eleição de 2022.

Após as operações da PRF durante o segundo turno das eleições, Silvinei ou a ser alvo de críticas por parte de diversos órgãos e setores políticos. As intervenções, conduzidas em várias rodovias, focaram especialmente no Nordeste, região em que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) obteve a maior quantidade de votos no primeiro turno.

Vídeos que circularam no dia da votação revelaram que diversos eleitores nordestinos dependentes do transporte público estavam enfrentando dificuldades para chegar aos locais de votação. A repercussão das imagens que mostravam agentes da PRF interferindo no tráfego de eleitores fez com que a hashtag “Deixem o Nordeste Votar” se tornasse a mais comentada no Twitter.

Indícios

No segundo turno das eleições de 2022, a PRF empregou significativamente mais policiais na Região Nordeste em comparação com outras áreas do Brasil. Além disso, a convocação de efetivo extra nos dias de folga entre 28 e 30 de outubro gerou pagamentos substancialmente maiores nessa região.

De maneira semelhante, os pontos de fiscalização fixos foram consideravelmente mais numerosos no Nordeste. Entre 28 e 30 de outubro, a quantidade de ônibus fiscalizados nessa região foi apenas 221 unidades a menos do que a soma das demais regiões do país. Além disso, a retenção de ônibus no Nordeste foi quase o dobro do total retido nas outras regiões.

Ao examinar os dados de fiscalização e retenção de ônibus no dia do segundo turno das eleições de 2022, as disparidades se destacam ainda mais, sendo os números por si só autoexplicativos.

Além das estatísticas mencionadas, chama a atenção um Ofício Nº 83/2023/DG emitido pelo então Diretor-Geral da PRF. Nesse documento, é observado que um plano de trabalho inicial datado de 27 de setembro de 2022 abrangeria as operações do 1º e 2º turnos, caso fossem necessárias. Entretanto, um novo plano foi criado em 26 de outubro de 2022 para o 2º turno das eleições, divergindo em procedimentos do 1º turno.

Durante uma oitiva em 25 de novembro de 2022, o ex-diretor-geral afirmou que em 19 de outubro ocorreu uma reunião do Conselho Superior da PRF, sob o pretexto de discutir uma resolução sobre educação física. Ele afirmou que uma operação conjunta entre o Ministério da Justiça, a Polícia Rodoviária Federal e a Secretaria de Operações Integradas (Seopi) foi planejada com base nessas informações.

Outras mensagens, embora algumas delas mencionem abordagens de ônibus apenas no Nordeste, chamam a atenção para uma conversa em 29 de outubro entre os PRFs Adiel e Paulo César Botti. Parece que Adiel criticou a conduta de Silvinei, alegando que ele falou coisas inadequadas nas reuniões e ordenou policiamento direcionado, corroborando com evidências de ações para dificultar ou impedir eleitores de votar.

Reforçando essa conversa, é notável que nem todos os policiais rodoviários federais presentes na reunião de 19 de outubro concordaram com as ações direcionadas ordenadas por Silvinei, algumas recusaram-se a o documento de comparecimento à reunião, evidenciando discordância com ações possivelmente ilegais.