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Sete variantes do coronavírus são encontradas no Espírito Santo

As novas linhagens causam preocupação por afetar o chamado RDB do vírus, a parte do “corpo” do Sars-CoV-2 que é usada como alvo da maioria das vacinas

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Variante de Manaus amplia carga viral e é mais transmissível. Foto: Tumisu/Pixabay

Coronavírus. Foto: Tumisu/Pixabay

 

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As mutações fazem parte do processo natural dos vírus e estas mudanças já eram esperadas pelos cientistas. Mas novas linhagens causam preocupação por afetar o chamado RDB do vírus, a parte do “corpo” do Sars-CoV-2 que é usada como alvo da maioria das vacinas. No Espírito Santo, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) aponta que os exames coletados de pessoas com o novo coronavírus já registraram sete variantes diferentes.

A Secretaria de Estado da Saúde detalhou que a chamada de variante brasileira, a linhagem P1, descoberta pela primeira vez em Manaus, no Amazonas, também foi encontrada no Espírito Santo. Ela foi identificada apenas em pacientes oriundos de Manaus, que aram por tratamento em hospitais do Espírito Santo. Já a variante P2 também foi detectada em um paciente de Manaus e um funcionário do Hospital Jayme Santos Neves, na Serra. Porém, não é possível confirmar se o funcionário foi infectado após ter contato com pacientes de Manaus, já que ele testou positivo em menos de 48 horas ao ter qualquer proximidade com os manauaras.

O imunologista e professor do Núcleo de Doenças Infecciosas da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Daniel Gomes, comenta que das variantes que mais preocupam atualmente são a P1 e P2. “Nós ainda não temos essa circulação comunitária no estado. Elas preocupam pela maior capacidade de transmissão e maior resistência aos anticorpos. Porém, a boa notícia, é que estudos recentes apontam que as vacinas que temos no país são eficazes contra as duas variantes”, explicou.

As outras três variantes registradas no estado são: a B.40, identificada nos primeiros pacientes do estado, antes da transmissão chegar em estágio comunitário; e as B.1.1.33 e B.1.1.28, mutações do vírus que circulam no Brasil desde março de 2020 e são as que predominam no país. A B.1.1.143 e a B.1.1.7, não registradas anteriormente, foram detectadas em pacientes de Ibitirama e Barra de São Francisco respectivamente.

O imunologista ressalta que como o estado ainda não tem uma campanha de vacinação ampla, a única alternativa para diminuir a circulação do vírus e variantes é o distanciamento social e uso da máscara. “Não podemos deixar de lado todos os protocolos sanitários. Eles são muito importantes para conter a transmissão do vírus. Mesmo com a imunização de rebanho, o uso da máscara deve permanecer como hábito, uma vez que o vírus continua existindo, e pode sofrer mutações que a vacina não combate”, explicou o professor.

As variantes

Uma nova variante do novo coronavírus, potencialmente mais transmissível, acaba de ser descrita em pesquisa de cientistas brasileiros. Especialistas temem que a N9, nome dessa cepa, também tenha capacidade maior de escapar do ataque dos anticorpos, o que poderia reduzir a eficácia das vacinas. A mutação foi identificada pela 1ª vez em novembro, em São Paulo. Com disseminação muito rápida, já chegou a quase todas as regiões do país.

No Brasil, circulam principalmente três variantes do novo coronavírus. a britânica (B.1.1.7), a sul-africana (B.1.351) e a brasileira (B.1.1.28). Da brasileira surgiram a P.1 (de Manaus), considerada a mais agressiva, e a P.2 (do Rio de Janeiro). Estudos vêm demonstrando que as variantes podem ser mais transmissíveis e, algumas vezes, até mais graves.

A do Reino Unido tem a transmissibilidade entre pessoas aumentada de 30% a 50% e aumento de gravidade dos casos superior a 30%. Tem também a variante da África do Sul, que determina aumento da carga viral das pessoas infectadas e transmissão aumentada, além de ser resistente à neutralização dos anticorpos produzidos por algumas vacinas e até pela infecção natural.

Entre as variantes do Brasil, a que predomina é a chamada P.2, que surgiu no fim do ano ado e tem mutação comum à da África do Sul. Mas mais importante é a P.1, de Manaus, que concentra as mutações observadas nas variantes do Reino Unido e da África do Sul. Essa é uma variante que preocupa e que explica, em parte, o momento grave da pandemia no país.