fbpx

Dia a dia

Sem medicamento, Santa Rita vai suspender tratamentos de câncer

Órgão federal responsável pela produção de 85% dos remédios que abastecem o país alega falta de verba para compra de insumos

Publicado

em

O Hospital Santa Rita é referência no Espírito Santo para o tratamento de câncer. Foto: Divulgação

O Hospital Santa Rita é referência no Espírito Santo para o tratamento de câncer. Foto: Divulgação

O Hospital Santa Rita, unidade referência no tratamento contra o câncer no Espírito Santo, vai suspender o atendimento de pacientes que necessitam de exames e tratamentos com medicamentos utilizados pela Medicina Nuclear. A medida entra em vigor a partir da próxima segunda-feira (27), sem previsão de retorno.

> Quer receber as principais notícias do ES360 no WhatsApp? Clique aqui e entre na nossa comunidade!

A paralisação está ligada ao recente anúncio do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) que alega não ter mais verba para a compra de novos insumos radioativos. O órgão do governo federal é responsável pela produção de 85% dos medicamentos que abastecem hospitais e clínicas de diagnóstico por imagem em todo o país.

Essa suspensão afeta diretamente a realização dos exames de imagem e tratamento dos pacientes com câncer, a exemplo do iodo-131 utilizado na terapia da neoplasia diferenciada de tireoide.

“O Hospital Santa Rita, junto com sociedades médicas, busca meios para a solução do problema e o retorno, o mais rápido possível, à plena atividade da Medicina Nuclear”, disse o hospital em nota.

Entenda a situação do Ipen

Após a confirmação do Ipen de que alguns radiofármacos fundamentais para o diagnóstico e tratamento do câncer deixaram de ser produzidos por falta de insumos, o presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN), George Coura Filho, confirmou ao jornal Estadão que o último carregamento de iodo, muito usado no tratamento do câncer na tireoide, foi entregue ao Ipen na última segunda-feira (20).

Já naquela ocasião, o fornecimento de Lutécio 177, usado no tratamento de tumor neuroendócrino, tinha sido suspenso. “Também o envio do gerador de molibdênio tecnécio, usado na cintilografia, teve seu último carregamento entregue no domingo. Estamos sem nenhuma outra opção, é desesperador”, disse ao jornal.

O presidente da entidade disse ainda que ter procurado, sem sucesso, todos os ministérios para tentar resolver o problema. De acordo com ele, cerca de 2 milhões de pessoas poderão ser prejudicadas pela falta dos radiofármacos do Ipen.

Procurado, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) disse que continua aguardando a votação do PLN 16/2021 esta semana que vai liberar R$ 34 milhões para o Ipen. O órgão, no entanto, precisa de mais R$ 55 milhões para garantir a produção de radiofármacos até o final do ano.

Ainda assim, mesmo que ocorra a aprovação do texto, a estratégia é muito criticada pelo setor médico. Os profissionais dizem que não poder esperar o tempo incerto do trâmite de um projeto no Congresso para dar continuidade aos tratamentos de câncer no país.

 

Com informações do Estadão Conteúdo