Dia a dia
Polícia faz buscas em apartamento de médica morta em Colatina
Em depoimento, o pai da médica afirmou que a filha foi agredida outras vezes e teve sete costelas quebradas

Juliana Pimenta Ruas El-Aouar foi morta em um quarto de hotel, em Colatina. Foto: Divulgação (Redes Sociais)
Agentes da polícia civil de Minas Gerais cumpriram, nesta quarta-feira (6), um mandado de busca e apreensão no apartamento da médica Juliana Pimenta Ruas El-Aouar e do ex-prefeito de Catugi-MG Fuvio Luziano Serafim. A mulher foi morta no último fim de semana em um hotel de Colatina e o marido está preso por ser o principal suspeito do crime.
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O pedido de busca foi feito pelo delegado Deverly Pereira Junior, titular da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Colatina.
O advogado Síderson Vitorino, contratado pela família, informou que o pai da vítima disse em depoimento ter achado uma fatura no valor de R$ 28 mil na compra de medicamentos como quetamina e morfina. As substâncias também teriam sido encontradas no quarto do hotel do casal.
Ainda de acordo com o depoimento do pai de Juliana, a médica tinha um histórico de supostas agressões e que em uma delas chegou a ser levada para o hospital com sete costelas quebradas.
“Questionado na época dos fatos, Fúvio, marido e principal suspeito da morte da esposa, informou que teria quebrado as costelas de Juliana em uma tentativa de ressuscitação da esposa supostamente vítima de uma parada cardíaca”, disse o advogado.
Segundo Vitorino, dentro do hospital, onde Juliana estava internada, Fúvio teria tentado matá-la pela segunda vez, aplicando um frasco de Quetamina na psiquiatra enquanto estava deitada na cama do hospital em Teófilo Otoni no início do mês de junho.
“Inclusive o pai de Juliana, o também médico Dr. Samir, temia a presença do ex-prefeito próximo à sua filha e proibiu a entrada de Fúvio, a fim de impedir que ele a drogasse”.
Uma foto em que aparece com um corte na testa indica sinais de que a médica Juliana Pimenta Ruas El-Aouar era agredida pelo ex-prefeito de Catugi-MG Fuvio Luziano Serafim. Essa é a tese da família e do advogado contratado para acompanhar as investigações.

A médica Juliana Pimenta Ruas El-Aouar, de 39 anos, foi morta em um hotel de Colatina. Foto: Divulgação (Rede Social)
Todo esse levantamento foi entregue ao delegado da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa de Colatina. A Polícia Civil ainda não divulgou o que foi encontrado no imóvel do casal.
Prisão
Na última segunda-feira, a Justiça negou o pedido de liberdade do marido de Juliana e do motorista que estava no quarto ao lado do hotel em que a médica foi morta.
O juiz entendeu haver prova da existência do crime e indícios suficientes de autoria havendo, portanto, justa causa para a decretação da prisão preventiva.
“Trata-se de crime de homicídio (feminicídio), perpetrado de maneira fria e desprezível, imputado ao marido da vítima e ao outro custudiado. Conforme laudo apresentado pelo SML, a vítima sofreu diversas (graves) lesões, sendo as causas da morte, hipoxemia, asfixia mecânica, broncoaspiração e traumatismo cranioencefálico. No local dos fatos foram apreendidos diversos fármacos, dentre eles: morfina, clonazepan, dormonid, jardiance, seringas, agulhas e ainda na janela abaixo do quarto, parte de um vidro do medicamento kentamina. Encontrado ainda “pó branco” que foi encaminhado para análise”, afirma o magistrado em sua decisão.
Juliana foi encontrada morta em um quarto de hotel em Colatina. O motorista do casal, Robson Gonçalves dos Santos, também foi preso. As circunstâncias do crime estão sob investigação e envolvem relatos conflitantes entre Fuvio e Robson. Enquanto Fuvio alega que sua esposa desmaiou após ar mal, Robson afirma ter sido chamado ao quarto para ajudar a vítima que havia caído no banheiro.
O atestado de óbito aponta as seguintes causas da morte de Juliana: hipoxemia (baixa concentração de oxigênio no sangue), asfixia mecânica, broncoaspiração, traumatismo cranioencefálico.
