PM envolvido na morte de jovem em São Pedro segue trabalhando

Weliton da Silva Dias foi morto em ação da PM. Foto: Divulgação

Os militares envolvidos na morte de um jovem na região de São Pedro, no começo de abril deste ano, seguem trabalhando normalmente, segundo a Corregedoria da Polícia Militar. Há quase 8 meses do caso, o crime continua sendo investigado pela Polícia Civil e ainda não há previsão de uma solução.

Em abril deste ano, o policial Sandro Frigini abordou o jovem Weliton Dias Silva em um local chamado de Beco da Sorte, no bairro São José, região da Grande São Pedro. O jovem já havia se rendido e chegou a levantar a camisa para mostrar ao PM que estava desarmado. No entanto, foi alvejado por duas vezes, uma no peito e outra na barriga.

Na época em que o assassinato aconteceu, o colunista de Direito da BandNews FM Espírito Santo, doutor Gustavo Varella, disse que a situação não tinha justificativa. Nas imagens, não é possível ver nenhum armamento com a vítima, mas segundo o boletim de ocorrência, ele estaria com uma submetralhadora.

“O vídeo é muito claro: o rapaz estava em condição de se render. A Secretaria de Segurança disse que o indivíduo tinha várias agens pela policia, mas isso não justifica um assassinato. Não há justificativa alguma, não cabe ao policial executar ninguém por pior que seja o ado dessa pessoa”, disse.

Na semana do ocorrido, o secretário de Segurança Pública, coronel Márcio Celante, informou que, com a abertura do inquérito, os policiais envolvidos tinham sido afastados.

Celante explicou ainda que consta no boletim de ocorrência que a ação ocorreu em uma tentativa de abordagem dos PMs ao jovem. A imagem registrada em vídeo seria a segunda tentativa de abordagem, portanto a abordagem inicial não teria sido registrada.

No entanto, os moradores do local disseram que não houve uma primeira abordagem e que o policial teria atirado contra uma pessoa desarmada.

Não foi a primeira vez que o policial Sandro Frigini esteve envolvido em uma situação parecida. Em dezembro de 2020, o militar abordou um entregador de lanches, na região da Grande São Pedro, e alegou que ele teria assaltado duas mulheres.

Na época, o entregador foi baleado na perna pelos policiais, que informaram no boletim que o indivíduo teria resistido à abordagem e atirado nos militares. O motoboy foi inocentado pela Justiça.