Dia a dia
Óleo nas praias pode prejudicar 300 pescadores de Vitória
Cerca de 70% dos profissionais da Colônia de Pescadores da capital trabalham entre o Sul da Bahia e o Norte do ES
O óleo que atinge a costa do Nordeste pode prejudicar cerca de 300 pescadores de camarão de Vitória. Os profissionais já são impactados pela restrição da pesca na região da foz do Rio Doce, por conta do rompimento da barragem de Fundão, da Samarco, que completou quatro anos nesta terça-feira (5).
De acordo com o presidente da Colônia de Pescadores de Vitória, Álvaro Martins da Silva, 70% desses trabalhadores que possuem barco na capital pescam na região entre o Norte do Espírito Santo e o Sul da Bahia.
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Álvaro Martins da Silva afirma que os pescadores temem uma possível restrição para a pesca de camarão caso o óleo chegue ao Estado.
“Estamos ganhando pouco, quase pagando para trabalhar. Se vier esse óleo, alguns vão ter que vender os barcos ou tomar outra providência. Não sei o que podemos fazer”, comentou.
Se a pesca de camarão sofrer limitações no Norte do Espírito Santo, essa não seria a única restrição. Atualmente, há regras mais rígidas para os pescadores na região da foz do Rio Doce, por conta da lama de rejeitos de minério da Samarco.
“Temos um problema sério. Antes, nós pescávamos na foz do rio, na beira da praia, a quatro metro de profundidade. Quando houve o desastre de Mariana e a lama chegou ao mar, nós fomos obrigados a pescar a 20 metros de profundidade. Nós perdemos quase 50% da nossa pesca de camarão por isso”, afirmou.
De acordo com informações do Ibama, já foram encontrados vestígios esparsos do óleo no município baiano de Nova Viçosa, que fica a cerca de 50 quilômetros de distância da divisa com o Espírito Santo.
