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Novas obras de Homero Massena são descobertas em Vila Velha

As pinturas foram descobertas durante a reforma da casa onde o artista morou até sua morte, em 1974

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Obra inédita do artista foi encontrada durante reforma do museu. Foto: Reprodução/Prefeitura de Vila Velha

Desenhos inéditos do mineiro Homero Massena foram encontrados nas paredes do museu que leva o nome do artista plástico, em Vila Velha. A descoberta aconteceu nesta quarta-feira (05) pela equipe que trabalha na conservação e no restauro do espaço, que está em reforma desde julho, e devem dividir espaço com outras quase três mil peças após a reabertura.

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Com diferentes formas geométricas e florais feitas sobre uma imitação de ladrilhos, as pinturas são datadas do século 20. Elas estavam na cozinha e no banheiro da casa, onde o artista morou com a mulher, Edy Massena, por mais de 25 anos. Devido às infiltrações, fissuras e rachaduras nas paredes, os desenhos foram danificados e a solução adotada na época foi cobri-las com argamassa e pintura lisa.

O secretário municipal interino de Cultura, Peterson de Castro Cardoso, ressaltou que a equipe espera encontrar mais ilustrações até o final da reforma. Em um dos cômodos, por exemplo, foram encontrados vestígios de pintura que imitam ladrilho por toda a extensão da parede, mas que ainda estão em fase de avaliação.

“Entregá-lo reformado e restaurado e ainda ter novas pinturas para apresentar para os visitantes sem dúvida é uma grande alegria”, comemorou o secretário. A previsão de reinauguração do museu é em outubro.

O museu hoje conta com um acervo de 2.170 peças, tais como pinturas sobre tela, cal e madeira, livros, recortes de jornais, documentos, objetos pessoais e mobiliário. As pinturas estão conservadas em uma sala cedida pelo Exército no 38° Batalhão de Infantaria, na Prainha.

Biografia

Nascido em 04 de março de 1885, em Barbacena, Minas Gerais, Homero Massena era filho de capixaba e ou quase toda sua infância em Vila Velha. Aos 15 anos, descobriu sua vocação artística e frequentou os cursos de pintura, urbanismo e decoração na Escola Nacional de Belas-Artes do Rio de Janeiro e de Minas Gerais. Também estudou pintura na Europa, na Academia Julian, em Paris.

Antes de se tornar artista, estudou Odontologia no Rio de Janeiro, mas não permaneceu por muito tempo na profissão. Chegou a trabalhar como jornalista e redator nos jornais A Batalha, O País, Jornal do Comércio e A Tarde. Foi também prefeito da cidade de Bonfim, em Minas Gerais. Em 1951 foi convidado pelo governador do Espírito Santo, Jones dos Santos Neves, para inaugurar e dirigir a Escola de Belas-Artes do Estado e ou a morar na casa onde hoje está localizado um museu em sua memória.

A casa onde fica o museu foi construída aproximadamente na década de 1940. O artista mudou-se para lá em 1951, aos 66 anos de idade. A estrutura foi tombada como patrimônio cultural da região ainda nos anos 1980, pouco após sua morte, em 1974.

Homero Massena trouxe a técnica impressionista para o Espírito Santo e é o maior nome e referência para os artistas capixabas. Ele tinha um amor declarado por Vila Velha e dizia que “para se viver bem, tem que ser em Paris ou em Vila Velha”, deixando bem clara sua paixão pelo município.