Dia a dia
Mansão do tráfico: quadrilha do ES distribuía drogas para 4 estados
Em dois meses, os suspeitos detidos em mega operação da Polícia Federal movimentaram R$ 300 mil

Mansão do tráfico em Guarapari. Foto: Divulgação/Polícia Federal
Foi preso em uma mansão em Guarapari um chefe do tráfico de drogas que atuava no Espírito Santo, Minas Gerais e Santa Catarina. A prisão foi feita em operação realizada pela Polícia Federal na manhã desta terça-feira (10).
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O homem apontado como chefe do tráfico morava em uma casa grande em Guarapari com piscina e campo de futebol e, segundo a PF, comprava grande quantidade de haxixe e ecstasy na fronteira do Brasil no Paraná e distribuía para quatro estados. Além do chefe, outras sete pessoas foram presas no Espírito Santo.
A ação para combater o tráfico de drogas interestadual fez parte da operação Párvulo que contou com a participação de aproximadamente 100 policiais federais e ainda com o apoio do Grupo de Operações com Cães da Polícia Rodoviária Federal.
No Espírito Santo, a Polícia Federal fez buscas em municípios como Vitória, Guarapari e Conceição da Barra (ES). No total, foram cumpridos 12 mandados de prisão preventiva, sete mandados de prisão temporária, 20 mandados de busca e apreensão em residências e empresas também em Foz do Iguaçu (PR), Imbituba (SC) e Belo Horizonte. Também foi feito o bloqueio judicial de contas bancárias ligadas aos investigados.
Movimentação financeira
O que chamou a atenção da Polícia foi a movimentação financeira da quadrilha. Em dois meses, os suspeitos fizeram movimentação de cerca de R$ 300 mil. Para a PF, a localização da residência era para não chamar a atenção.
A identidade do apontado como chefe do tráfico não foi divulgada pela polícia. “A vida dele era bem confortável ou muito pouco sofrida. Não tinha uma atividade rotineira lícita como a maioria das pessoas têm”, contou o delegado Vinícius Binda.
Entenda o esquema
Segundo a PF, a Operação Párvulo teve início ainda no ano ado, com a investigação de um indivíduo que supostamente compraria grandes quantidades de haxixe e drogas sintéticas (ecstasy) na cidade paranaense de Foz do Iguaçu e as distribuiria para traficantes menores em Guarapari e arredores.
Com o avanço da investigação, foi constatado um esquema refinado de tráfico de drogas, com alcance também nos Estados de Santa Catarina e Minas Gerais. Para garantir o fluxo de dinheiro necessário, diversas contas bancárias de “laranjas” em Foz do Iguaçu eram utilizadas para comprar drogas e para receber os valores decorrentes de suas vendas.
Algumas dessas contas também eram utilizadas para a ocultação dos lucros obtidos pelos investigados. Há ainda indícios de lavagem de dinheiro em negócios regulares, como a compra e venda de veículos, onde os valores auferidos ilegalmente a partir da venda das drogas seriam então regularmente inseridos na economia, com a aparência de legalidade.
