Dia a dia
Ex-moradora de rua é aprovada em primeiro lugar no Ifes
Outras duas pessoas em situação de rua em Vitória também foram aprovadas

Dayana Umbelino ou em primeiro lugar em Técnico de Segurança do Trabalho. Foto: Divulgação (PMV)
Três pessoas que viviam em situação de rua em Vitória foram aprovadas no processo seletivo do Instituto Federal de Educação (Ifes). Uma delas, Dayana Mary Souza Umbelino, de 32 anos, ou em primeiro lugar no curso de Técnico em Segurança do Trabalho.
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O grupo atualmente é acolhido pelo Centro de Referência Especializado em População em Situação de Rua (Centro Pop) da capital.
Para Dayana, a notícia de que ou em primeiro lugar foi surpreendente. “Foi melhor do que se eu tivesse ganhado na mega-sena”, comemorou.
A futura aluna do Ifes contou que viveu 23 anos em situação de rua e 20 longe dos bancos escolares. Ela chegou a dizer que não seria capaz de realizar alguns sonhos, mas viu sua história mudar ao chegar no Centro-Pop em 2019.
A equipe do local foi quem a incentivou a entrar na turma de Educação de Jovens e Adultos (Eja).
“Agora, sei que posso ser o que eu quiser. É muita luta, mas sou a prova viva que posso ir ainda mais longe. Quero chegar na universidade. Quero ser psicóloga. Quero trabalhar e ajudar as pessoas, como a psicóloga daqui (Centro Pop) me ajudou”, disse.
Quem também está contando os dias para voltar às salas de aula são Wellington Rocha de Oliveira, de 53 anos, e Moises Alves Morais, de 34 anos.
Wellington foi aprovado em décimo sexto lugar no Técnico de Segurança do Trabalho e, Moises, em sétimo em Técnico em Metalúrgica.
“Fiquei muito contente com a aprovação. Sei que os estudos vão me levar para o caminho certo”, disse Wellington.
Ele deixou as ruas no ano ado e depois de 33 anos decidiu voltar a estudar.
“No começo foi barra pesada. Muito desânimo. Achava que não tinha mais capacidade para ir longe. Eu parei naquela época para trabalhar. O resultado da aprovação eu não esperava. Foi uma grande surpresa”, contou Wellington.
A história foi um dos temas da entrevista que o prefeito Lorenzo Pazolini concedeu nesta segunda-feira (12) à Rádio BandNews Vitória.
“”Eles foram acolhidos na nossa rede de proteção social que reúne saúde, educação e segurança. Antes eles voltavam para a rua à noite. Hoje o centro funciona 24 horas e tem vagas para receber todos. O trabalho de convencimento é permanente”.
