Dia a dia
Espírito Santo na fase verde da covid: como avaliar os riscos?
Segundo a professora da Ufes Ethel Maciel, nessa fase da pandemia é preciso avaliar individualmente as chances de contaminação em cada contexto familar

Uso de máscaras deve ser continuado.
Com quase todo o Espírito Santo em verde (ou seja, considerado de baixo risco de transmissão da doença) no mapa da covid-19 a partir desta segunda-feira (21), muitas pessoas têm dúvidas sobre que atitudes são seguras para evitar que os números da doença voltem a crescer no Estado. A professora, pesquisadora e pós-doutora em epidemiologia da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) Ethel Maciel explica que o Mapa de Risco sofreu algumas mudanças ao longo do tempo, mas frisa que é importante entender que tudo é uma medida de probabilidade, assim como um acidente.
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“Estamos vendo a evolução da doença, mas o risco não desapareceu. Ainda temos, em média, 400 casos novos por dia, o que é muito. As mortes continuam ocorrendo. E ainda temos um percentual de ocupação de leitos de UTI. Nessa fase, em que o governo liberou mais atividades, o que pesa mais é a decisão individual, que é preciso ser tomada a partir da avaliação do risco individual, mas muitas pessoas estão saindo sem fazer essa reflexão”, explica.
A pesquisadora orienta que cada pessoa meça seus riscos ao se expor. “A gente já sabe que pessoas com mais de 60 anos têm risco maior da doença. Se for em local com muitas pessoas o risco também aumenta. E se a decisão for por não usar máscaras também há aumento do risco”, diz.
É preciso levar em conta também quais são os contatos frequentes dessa pessoa. Se mora sozinho, o risco é menor, mas se vive com idosos ou pessoas do grupo de risco, é preciso avaliar. O uso de máscaras continua sendo importante, porque quanto menos contato a pessoa tiver com a carga viral, mais chance o corpo tem que de combater o vírus.
Ethel lembra que aqui no Brasil não tivemos uma estratégia para sair da quarentena, como ocorreu em países como Nova Zelândia e Inglaterra, que aumentaram a interação aos poucos e tiveram mais sucesso na istração do número de casos e óbitos. “Na Nova Zelândia a orientação foi de retorno em bolhas sociais, começando com interações, primeiro com uma família mais próxima, em seguida ampliando. E funcionou por lá”, conta.
