Dia a dia
Dia Mundial do Rim: ES tem mais de 300 mil pessoas com doenças renais crônicas
Atualmente, 2.900 realizam a diálise no estado – procedimento responsável por remover toxinas e excesso de água do organismo quando os rins não funcionam
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Nesta quinta-feira (9), Dia Mundial do Rim, data que ressalta a importância da prevenção e tratamento adequado para a doença renal crônica (DCR). Segundo estimativa do Ministério da Saúde, no Espírito Santo, há atualmente 306.262 pessoas portadoras de doenças renais crônicas (DRC).
Atualmente, 2.900 realizam a diálise no estado – procedimento responsável por remover toxinas e excesso de água do organismo quando os rins não funcionam de forma adequada. E em relação às internações hospitalares realizadas no Sistema Único de Saúde (SUS), o estado registrou 5.208 internações em 2022.
A data é comemorada anualmente na segunda quinta-feira do mês de março. Os principais objetivos do evento são aumentar a conscientização sobre a crescente presença de doenças renais em todo o mundo e a necessidade de estratégias para a prevenção e o gerenciamento dessas doenças.
Quando se fala em doença renal crônica, entende-se como um termo geral para alterações heterogêneas que afetam tanto a estrutura quanto a função renal, com múltiplas causas e múltiplos fatores de risco. Entre as doenças renais crônicas mais comuns têm-se o cálculo renal, a infecção renal e o câncer de Rim.
CUIDADOS E PREVENÇÃO
De acordo com a nefrologista e referência técnica da Gerência de Políticas e Organização de Redes de Atenção à Saúde (Geporas), da Secretaria da Saúde, Alice Pignaton Naseri, as principais causas para evolução de problemas nos rins são hipertensão e diabetes.
“Essas duas doenças são consideradas no Brasil as principais causas para as doenças renais crônicas, uma vez que elas comprometem a atividade de diversos órgãos, como por exemplo os rins. Além disso, fatores como obesidade, histórico familiar, insuficiência cardíaca, hepática, insuficiência renal crônica, além do uso de medicamentos nefrotóxicos sem prescrição médica podem ocasionar e agravar o estado clínico do paciente”, explicou Alice.
Como medidas de prevenção, a nefrologista ressalta que é necessário adotar cuidados e mudanças no estilo de vida, como consumir alimentos saudáveis; diminuir o consumo de sal; beber bastante água; realizar exames de rotina e controlar os fatores de riscos das doenças.
COMO VERIFICAR O FUNCIONAMENTO ADEQUADO DOS RINS
Para avaliar o funcionamento dos rins, é fundamental realizar, de forma regular, a dosagem de creatinina no sangue, sendo por meio dela estimada a Taxa de Filtração Glomerular (TFG) renal. A creatinina é produzida normalmente pelo corpo e é eliminada na urina, e vai acumular no sangue caso os rins não consigam eliminá-la. Por isso, realizar a dosagem da creatinina no sangue é a melhor forma para descobrir precocemente se os rins estão funcionando bem.
Se o resultado do exame apontar que os níveis dessa substância estão acima do considerado normal, isso pode ser um sinal de lesão de regiões dos rins, responsáveis pela produção da urina.
Como explica a coordenadora do serviço de Nefrologia do Hospital Estadual Dório Silva (HDS), localizado na Serra, a médica nefrologista Lívia Maria Maia, considera-se portador de Doenças Renais Crônicas todas as pessoas que, independentemente da causa, apresente, por pelo menos três meses, a Taxa de Filtração Glomerular inferior a 60ml/min, que é calculada por meio da dosagem de creatinina.
A nefrologista alerta que as DRC são doenças consideradas assintomáticas, dificultando a identificação precoce. Entretanto, ressalta que a população fique atenta a algumas mudanças no organismo, que podem indicar problemas no funcionamento dos rins.
“É importante ficar atento a alguns sinais que podem indicar possíveis doenças renais, como urina espumosa, sangramento na urina, fadiga, perda de peso, náuseas, hipertensão arterial de difícil controle, entre outros. Ao identificar sinais como esses, o cidadão deve procurar ajuda médica o quanto antes para ser avaliado pelo médico e encaminhado aos tratamentos adequados de acordo com o quadro clínico”, ressaltou Lívia Maia.
