Dia a dia
Covid rouba três anos da expectativa de vida dos moradores do Espírito Santo
Quinto estado com a maior queda na expectativa de vida em 2020 do país, a estimativa é que o índice chegasse a 79 anos em 2020 no Espírito Santo, mas com as mortes por covid parou em 76

Mãos de idosos. Foto: Pixabay
O número de mortes provocadas pelo coronavírus em 2020 comprometeu a longevidade da população. No Espírito Santo, a covid roubou três anos da expectativa de vida dos moradores, índice maior que o do Brasil, em que a expectativa de vida caiu dois anos por conta do elevado número de óbitos pela covid-19. A redução nos índices remete à expectativa de vida próxima ao que o estado tinha em 2011.
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Quinto estado com a maior queda na expectativa de vida em 2020 do país, a estimativa é que o índice chegasse a 79 anos em 2020 no Espírito Santo, mas com as mortes por covid parou em 76. O estudo aponta que o Espírito Santo registrou 5081 mortes por covid em 2020.
No país, chegaria a quase 77 anos, mas a expectativa parou em quase 75 anos. Distrito Federal, Amapá, Roraima e Amazonas também tiveram redução de mais de três anos no tempo médio de vida da população.
Esses resultados estão no estudo “Redução da expectativa de vida no Brasil em 2020 depois da covid-19”, em tradução livre, realizado por pesquisadores de Harvard, Princeton, Universidade do Sul da Califórnia e Universidade Federal de Minas Gerais. “Em resumo, o número de mortes por covid-19 no Brasil em 2020 foi catastrófico”, apontam os pesquisadores, no estudo.
Com as mortes por covid-19 atingindo 43% do total registrado em 2020 até a metade de março de 2021, os pesquisadores observam no texto que o impacto na demografia vai ser ainda maior neste ano. Até a metade de abril, por exemplo, o Espírito Santo já registra mais óbitos que nascimentos. Foram 2061 mortes de acordo com levantamento da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen), contra 1910 nascimentos, fato inédito na série histórica.
“Nossa estimativa ainda foi extremamente conservadora”, explica a demógrafa Marcia Castro, chefe do departamento de Saúde Global e População da Universidade de Harvard e líder do estudo, em entrevista à Piauí. “O nosso cálculo para este estudo considerou apenas os óbitos por Covid-19, mas o excesso de mortalidade observado no Brasil é muito maior do que só os óbitos pela doença.”
