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Dia a dia

Comerciantes apostam na venda e na doação de máscaras de pano

Após o ministro da Saúde recomendar o uso de máscaras de pano como alternativa de proteção contra o coronavírus, confecções investem na produção

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Com o avanço dos casos de coronavírus no Brasil, a orientação para uso de máscaras teve mudança pelo Ministério da Saúde. Apesar da OMS (Organização Mundial da Saúde) ainda não recomendar o uso para a população em geral, o ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta defendeu o uso dos produtos de pano pela população como barreira de proteção contra o coronavírus e também para ajudar a baixar a transmissão.

Segundo o ministro, o uso de máscaras de pano funciona muito bem como barreira física. “Não é caro de fazer, tem na internet. Agora temos que lutar com as armas que a gente tem. Não adianta lamentar que a China não está produzindo. Temos que fazer o que cada um pode ajudar para baixar ao máximo a transmissão, consumir o mínimo e diminuir bem a movimentação social”, orientou.

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Máscaras de tecido 100% algodão. Foto: Acervo pessoal

Foi a partir do pronunciamento do ministro que costureiras e donas de confecção resolveram retomar as produções no período que o comércio segue de portas fechadas. No lugar de roupas, as máquinas estão costurando máscaras. Há também quem esteja produzindo o item de proteção para fazer doação nesse momento de pandemia.

O costureira Lusinete Nogarol tem um atelier de costura em Fradinhos, Vitória, e estava com o comércio parado. Desde o início da pandemia, ela já tinha feito máscaras para ela e a para a filha. Mas de quarta (01) para quinta (02), com a fala do ministro da Saúde, resolveu divulgar que estava fazendo máscaras de algodão e surgiram muitas encomendas.

“De um dia para o outro já vendi 20 máscaras na porta e já tenho encomenda de mais de 100 máscaras. Como já tinha muito tecido, foi fácil começar a produção e conseguir um preço mais em conta para a venda (R$ 10), porque se fosse para comprar tecido não daria para fazer nesse valor. Recomendo que as pessoas tenham de três a quatro para trocar a higienizar”, explica.

Máscara feita em TNT contra coronavírus. Foto: Acervo pessoal

Já a microempresária Morena Altoé deixou de fazer roupas em sua confecção em Jaguaré, Norte do Espírito Santo, para se dedicar à confecção de máscaras em TNT. As máscaras são duplas e, segundo ela, aguentam bem até quatro lavagens e custam R$ 3,50.

“Começamos a receber pedidos de clientes, empresas no ramo da agricultura, que pediram o equipamento para dar aos funcionários. E resolvemos ampliar e vender para demais pessoas. Os pedidos não pararam de chegar. Temos capacidade de fazer 4 mil unidades por dia”, detalha.

Doação

Preocupada com a falta de equipamentos de proteção para os profissionais de saúde, a aposentada Piedade Gama decidiu confeccionar máscaras de tecido para doar.

Piedade Gama fez máscaras para doar. Foto: arquivo pessoal

“Assisti a uma reportagem em que um médico alertava a população sobre a escassez de equipamentos de projeção, pedindo que as pessoas comuns optem por máscaras de tecido. Deixando as cirúrgicas para uso profissional. Foi aí que tive a ideia de produzir máscaras de tecido com os retalhos que tinha em casa para doar. É a minha contribuição na luta contra o coronavírus”, conta a aposentada.

As doações começaram entre a família, depois aram para vizinhos e amigos, e quem mais precise. A aposentada, moradora de Itapuã, em Vila Velha, alerta para os cuidados recomendados por médicos: “essas máscaras funcionam como as outras, mas devem ser lavadas a cada duas horas. São ideais para ir ao mercado, por exemplo”.

Instruções

O Ministério da Saúde informou que está elaborando instruções para a população em geral sobre o uso de máscaras de pano. A pasta destaca que a máscara é uma barreira física e pode ser feita de pano por quem não tem outra alternativa. Dessa forma, muitas iniciativas pelo país estão surgindo como forma de garantir o abastecimento emergencial.

Com relação ao uso das máscaras de proteção, o Ministério da Saúde recomenda que a população deixe aquelas aprovadas pela Anvisa para serem usadas pelos hospitais, pelos profissionais da saúde e pessoas que apresentem sintomas.

O uso de máscara não impede que a pessoa pegue a doença, por isso o alerta continua sendo de constante higienização das mãos e evitar tocar o rosto, porque a covid-19 se espalha através de gotículas expelidas por uma pessoa infectada através de espirros, tosses ou mesmo na fala. E as gotículas acabam sendo levadas à boca, ao nariz ou aos olhos de pessoas saudáveis através mãos.

Recomendações pelo mundo

A OMS afirma que o uso do ório só é necessário para sintomáticos e para profissionais de saúde, mas um estudo da revista científica Lancet comparou as recomendações de vários países sobre o assunto.

Em Hong Kong e no Japão, a orientação é a população usar máscaras para usar transporte público ou em ambientes com aglomeração, para evitar a captação de gotículas emitidas por outras pessoas, sempre lembrando de lavar as mãos antes de usá-la e depois de removê-la. A China também orienta a pessoas de baixo risco a usar máscaras não cirúrgicas (de pano).

Já nos Estados Unidos, Reino Unidos e Alemanha, as autoridades dizem que não há evidências de proteção contra o vírus quando pessoas saudáveis usam máscaras.

Na Itália, onde há o maior número de mortos pela covid-19, em algumas regiões só é permitido entrar em supermercados ou bancos usando máscaras.

Como usar e lavar

Segundo orientação do ministro Mandetta, cada pessoa deve ter quatro a cinco máscaras de uso pessoal. Elas devem ser lavadas com água sanitária por 20 minutos. O ideal também é trocar as máscaras a cada duas horas e evitar tocá-la durante o uso, retirando sempre pelo elástico, segundo recomendação da OMS para uso de máscaras.

Para comprar

As máscaras de pano estão sendo vendidas a R$ 10 cada pela Lusinete Nogarol pelo número (27) 99972-5432 e Instagram @lusinetenogarol

As máscaras de TNT custam R$ 3,50 cada e para comprar é só entrar em contato com Letícia, pelo número (27) 999452130