Coluna Vitor Vogas
Veja quem sai do Governo do ES para disputar as eleições
Secretários, subsecretários e chefes de órgãos estaduais que queiram ser candidatos têm que entregar o cargo até 02 de abril

Reunião no gabinete do governador Renato Casagrande. Foto: Hélio Filho/Secom
O calendário eleitoral deste ano se aproxima de uma data decisiva. De acordo com a legislação eleitoral, os secretários de Estado que queiram concorrer a um mandato nas eleições gerais deste ano devem se desincompatibilizar do cargo até seis meses antes da data do pleito (02 de outubro). Portanto, precisam ser exonerados, em definitivo, até o dia 02 de abril. A regra também vale para subsecretários de Estado e chefes de órgãos estaduais. E se aplica a quem vai pleitear qualquer um dos cargos eletivos em disputa neste ano: governador, vice-governador, senador, deputado federal ou deputado estadual.
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Vários integrantes do governo Casagrande se encontram nessa situação. São pré-candidatos, principalmente, a deputado federal ou estadual – a maioria pelo PSB, partido do governador. Todos terão que entregar o cargo até 02 de abril. Veja quem são eles, os respectivos partidos e mandatos que vão disputar:
SENADOR
. Coronel Alexandre Ramalho (sem partido), secretário de Segurança Pública
DEPUTADO FEDERAL
. Marcus Vicente (PP), secretário de Desenvolvimento Urbano
. Paulo Foletto (PSB), secretário de Agricultura
. Gilson Daniel (Podemos), secretário de Planejamento
. Givaldo Viera (PSB), diretor-geral do Detran-ES
. Sérgio de Sá (PSB), subsecretário de Infraestrutura e Logística
. Vinicius Simões (Cidadania), subsecretário de Esportes e Lazer
DEPUTADO ESTADUAL
. Lenise Loureiro (Cidadania), secretária de Turismo
. Tyago Hoffmann (PSB), secretário de Desenvolvimento Econômico
. Mário Louzada (PSB), diretor-presidente do Idaf
. Toninho da Emater (PSB), diretor-presidente do Incaper
. Carlos Roberto Rafael (PSB), presidente da Junta Comercial
. Aurélio Ribeiro (PSB), subsecretário de e à Educação
. Professor Junior Bola (PSB), subsecretário de Direitos Humanos
Os substitutos
Essa leva de exonerações, naturalmente, causará uma dança das cadeiras no alto escalão do governo estadual. Mas, até pelo pouco tempo em que os substitutos ficarão no cargo (cerca de nove meses até o fim do ano), a tendência é que Casagrande substitua os atuais titulares por técnicos que já atuam nas mesmas secretarias ou órgãos. A solução caseira visa impedir descontinuidade nas ações de cada área.
Ramalho: Senado ou Câmara
Marcamos Alexandre Ramalho como candidato a senador porque ele mesmo informou à coluna que sua prioridade é concorrer à vaga aberta nessa Casa (a da senadora Rose de Freitas, que está em fim de mandato e é pré-candidata à reeleição). Mas o secretário estadual de Segurança também ite que pode disputar uma das dez cadeiras do Espírito Santo na Câmara dos Deputados, se não conseguir viabilizar a candidatura ao Senado.
Coronel com Casagrande
Declarando-se mais identificado com a centro-direita, ele ainda não definiu o partido em que vai se filiar, mas tem convites de vários. Certo mesmo, como afirma o próprio Ramalho, é seu apoio na corrida ao Palácio Anchieta à reeleição de Casagrande (situado na centro-esquerda).
Vice quer ser deputada
A vice-governadora Jaqueline Moraes também é pré-candidata a deputada federal, pelo PSB. Mas, como vice-governadora, não precisa renunciar ao mandato.
Vaccari: a chapa esquentou
Exonerado na última sexta-feira (18), o ex-subsecretário estadual de Agricultura Rodrigo Vaccari também é considerado pré-candidato a deputado estadual. Na última quinta-feira (17), ele foi afastado do cargo por decisão judicial, na Operação Volátil II, deflagrada pela Polícia Federal. Vaccari é investigado por supostamente ter cobrado e recebido R$ 800 mil em propina de empresários em esquema de superfaturamento na aquisição de álcool em gel pelo governo do Estado, em 2020. Alega que é inocente e que não houve superfaturamento.
Por enquanto, continua
O presidente estadual do PSB, Alberto Gavini, disse à coluna na última quinta-feira que o partido não tomaria nenhuma providência relacionada à pré-candidatura até obter mais informações a respeito das investigações.
Eugênio Ricas
Vale lembrar que o prazo de desincompatibilização também vale para outros agentes públicos, como secretários municipais e muitos outros. No Espírito Santo, por exemplo, para concorrer a governador, o superintendente da Polícia Federal, Eugênio Ricas, terá que entregar o cargo até 02 de abril.
Guerino Zanon
Situação parecida vive o prefeito de Linhares, Guerino Zanon (MDB), que também quer ser candidato ao governo do Estado. Para isso, terá que renunciar ao mandato de prefeito até a mesma data. Guerino, porém, não tem nenhuma garantia de que seu próprio partido lhe dará a legenda para concorrer ao governo. O MDB atualmente é comandado no Espírito Santo pela senadora Rose de Freitas, aliada de Casagrande.
Casagrande prestigia Rose
Por sinal, o próprio Casagrande afirmou em entrevista à coluna que hoje, dentro de sua legião de aliados políticos, Rose é quem se movimenta mais claramente com a intenção de ser candidata ao Senado. Ao destacá-la e prestigiá-la, Casagrande ajuda a neutralizar a possibilidade de candidatura de Guerino ao governo, contra ele, pelo MDB. Por esse ângulo, a manutenção da pré-candidatura de Rose ao Senado interessa muito ao governador.
Correndo por fora…
Recém-filiado ao PP, o deputado federal Josias da Vitória também almeja ocupar o posto de candidato ao Senado na chapa majoritária de Casagrande. A vaga agora também é cobiçada por Alexandre Ramalho.
Em tempo
Alguns ocupantes de cargos de menor escalão no governo Casagrande também podem se desincompatibilizar para disputar as eleições. É o caso Carlos Lopes (PSB), para deputado estadual; Gedson Merízio (PSB) e Flávia Cysne (PSB), ambos para deputado federal.
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