Coluna Vitor Vogas
Vai ou fica? Veja a situação de cada deputado do ES na janela para trocas de partido
A tendência é que, dos 30, só 13 fiquem no mesmo partido. Outros seis já anunciaram a mudança de sigla, e os 11 restantes devem selar a transferência até 1º de abril

Deputados estaduais no plenário, durante sessão na Assembleia Legislativa. Foto – Ales
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) resolveu em 2007: os mandatos eletivos preenchidos por meio do sistema proporcional de votação (vereadores, deputados estaduais e deputados federais) pertencem não ao mandatário, mas ao partido pelo qual ele se elegeu. Pela regra da fidelidade partidária, se um vereador ou deputado abandona no meio do mandato o partido pelo qual foi eleito, esse partido tem o direito de reclamar o mandato à Justiça Eleitoral, e o “infiel”, assim, fica sujeito à cassação do mandato – excetuadas situações específicas previstas em lei, como fusão partidária, desvio programático ou grave perseguição pessoal.
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Mas estamos no Brasil. E, como no Brasil não existe restrição para a qual não se criem algumas brechas, inventou-se, poucos anos depois, a janela para trocas partidárias. Trata-se de um período de 30 dias aberto a cada ano eleitoral, imediatamente antes do fim do prazo para filiação de pré-candidatos, durante o qual, de maneira alternada, vereadores ou deputados que estejam no último ano do mandato podem trocar de partido livremente, sem correr o risco de cassação.
É exatamente neste período que nos encontramos. Até o dia 1º de abril, deputados estaduais e federais em fim de mandato podem mudar de partido à vontade, livres da ameaça de cassação. O período é de intensas movimentações e negociações. Quem está insatisfeito no atual partido aproveita a oportunidade para buscar uma melhor acomodação em outro, visando ao pleito de outubro.
Na Assembleia Legislativa, os nossos 30 atuais deputados disputarão algum mandato: 23 são candidatos à reeleição e outros sete podem disputar de deputado federal a governador. A tendência é que, dos 30, até o fim da janela, só 13 fiquem no mesmo partido. Outros seis já anunciaram a troca de sigla, e os 11 restantes devem selar a transferência até 1º de abril.
Para facilitar a vida do leitor, apresentamos abaixo uma lista completa com a situação em que se encontra cada um dos nossos 30 deputados estaduais, incluindo os respectivos mandatos que vão disputar em outubro. Informamos, ainda, quem fica no mesmo partido, quem já trocou de legenda e quem ainda vai trocar, com os possíveis destinos. Vem comigo:
Erick Musso
O presidente da Assembleia permanece no Republicanos. Busca viabilizar candidatura a governador. Mas, se o plano não der certo, é cotado como candidato a deputado federal ou até como candidato a vice-governador em outra chapa.
Adilson Espindula
Candidato à reeleição. Com certeza sairá do PTB. Era presidente do partido no Estado, mas perdeu o posto para o grupo do Subtenente Assis em 2020, quando o PTB se “bolsonarizou”. Após novo e recente embate pela presidência, perdeu a queda de braço e ficou sem ambiente interno.
Alexandre Xambinho
Candidato à reeleição. Sairá do Partido Liberal (PL). Está à procura de nova legenda.
Bruno Lamas
Candidato à reeleição. Continua no PSB.
Capitão Assumção
Candidato à reeleição. Após se eleger em 2018 pelo PSL e disputar a Prefeitura de Vitória em 2020 pelo Patriota, filiou-se ao Partido Liberal (PL), de Bolsonaro, Manato e Magno Malta – respectivamente, candidatos à Presidência, ao Governo do Estado e ao Senado.
Carlos Von
Candidato à reeleição. Vai sair do Avante e se filiar à Democracia Cristã (DC).
Alexandre Quintino
Candidato à reeleição. Já anunciou a saída do União Brasil. Pode se filiar ao PDT ou outra sigla.
Dary Pagung
Candidato à reeleição. Permanece no PSB.
Danilo Bahiense
Candidato à reeleição. Elegeu-se em 2018 pelo PSL. Após a fusão do partido com o DEM, dando origem ao União Brasil, filiou-se ao PL, assim como Assumção.
Hércules Silveira
Candidato à reeleição. Quer sair do MDB. Negocia sua entrada no PDT ou outro partido.
Emílio Mameri
Candidato à reeleição. Continua no PSDB, que vai se federar com o Cidadania.
Rafael Favatto
Candidato a deputado federal. Permanece no Patriota, presidido por ele no Espírito Santo.
José Esmeraldo
Candidato à reeleição. É outro que procura sair do União Brasil, devido à chegada de Felipe Rigoni à presidência estadual e à candidatura deste ao governo. Destino ainda incerto.
Freitas
Candidato a deputado federal. Continua no PSB.
Gandini
Candidato à reeleição. Permanece no Cidadania, partido presidido por ele no Estado, que formará federação com o PSDB.
Hudson Leal
Candidato à reeleição. Fica no Republicanos.
Iriny Lopes
Candidata à reeleição. Segue no PT.
Janete de Sá
Candidata à reeleição. Trocará o PMN, do qual é presidente estadual, pelo PSB.
Luciano Machado
Candidato a deputado federal. Trocará o PV pelo PSB.
Luiz Durão
Candidato à reeleição. Fica no PDT.
Marcelo Santos
O decano da Assembleia é candidato à reeleição: tentará o sexto mandato ininterrupto. Continua no Podemos.
Marcos Garcia
Candidato a deputado federal. Vai sair do PV. Deve ir para o PP.
Marcos Madureira
Candidato à reeleição. Trocou o Patriota pelo PP.
Marcos Mansur
Candidato à reeleição. Permanece no PSDB, que fará federação com o Cidadania.
Raquel Lessa
Candidata à reeleição. Trocou o PROS pelo PP.
Renzo Vasconcelos
Candidato a deputado federal. Migrou do PP para o PSC.
Sergio Majeski
A princípio, candidato a deputado federal (mas não descarta o Senado). Estava no PSB, mas já anunciou seu retorno ao PSDB.
Theodorico Ferraço
Candidato à reeleição. Já anunciou que sai do União Brasil, devido à chegada de Felipe Rigoni à presidência estadual (em detrimento de Ricardo Ferraço) e à candidatura de Rigoni a governador. Destino provável: PP.
Torino Marques
Candidato à reeleição. Outro que sairá do União Brasil, pelos mesmos motivos de Ferraço, Esmeraldo e Quintino. Muito próximo de Carlos Manato, deve se filiar a um partido da direita bolsonarista.
Vandinho Leite
Candidato à reeleição. Seguirá no PSDB, presidido por ele no Estado e, em breve, federado com o Cidadania.
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