Coluna Vitor Vogas
Saiba quem são os quatro investigados que Moraes mandou prender no Espírito Santo
Lista de supostos envolvidos na promoção de atos antidemocráticos inclui o presidente eleito da Câmara de Vitória, um líder religioso, um empresário e um jornalista

O presidente eleito da Câmara de Vitória foi um dos que tiveram prisão decretada. Foto: Divulgação
O presidente eleito da Câmara de Vitória, Armandinho Fontoura (Podemos), é um dos quatro alvos de mandados de prisão preventiva decretados pelo ministro do STF Alexandre de Moraes no Espírito Santo, na operação da Polícia Federal que apura a propagação de fake news e a organização de atos golpistas deflagrados pelo país inteiro após as eleições gerais de outubro.
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Moraes também determinou a prisão de outros três investigados:
. O jornalista Jackson Rangel, que escreve no portal Folha do ES, de Cachoeiro de Itapemirim;
. O pastor Fabiano Oliveira;
. O empresário Maxcione Pitangui, mais conhecido como Max Pitangui.
De abrangência nacional, a operação atinge suspeitos de envolvimento na organização de atos antidemocráticos por parte de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) inconformados com os resultados do pleito.
Só no Espírito Santo, a Polícia Federal cumpriu 23 mandados de busca e apreensão e quatro mandados de prisão nos municípios de Vila Velha, Serra, Guarapari e Cachoeiro de Itapemirim, na manhã desta quinta-feira (15).
Entre os alvos dos mandados de busca e apreensão também estão os gabinetes dos deputados estaduais bolsonaristas Capitão Assumção (PL) e Carlos Von (DC) na Assembleia e o gabinete de Armandinho Fontoura na Câmara de Vitória.
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Na manhã desta quinta-feira, agentes da PF apreenderam material nos gabinetes dos três parlamentares.
Os mandados foram expedidos pelo ministro Alexandre de Moraes, também presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ele atendeu a uma representação da procuradora-geral de Justiça do Espírito Santo, Luciana de Andrade. A operação faz parte do inquérito das fake news, instaurado em 2019 e relatado por Moraes no STF.
A lista de alvos de mandados de prisão foi confirmada à coluna por fonte no Ministério Público Estadual (MPES).
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A assessoria de comunicação da Superintendência Regional da Polícia Federal no Espírito Santo emitiu a seguinte nota:
“A Polícia Federal no Espírito Santo informa que, na data de hoje, cumpriu 23 mandados de busca e apreensão, 4 mandados de prisão preventiva e outras determinações de medidas diversas (nos municípios de Vitória, Vila Velha, Serra, Guarapari e Cachoeiro de Itapemirim) determinadas pelo Exmo. Sr. Ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Morais, nos autos do Inquérito 4.781/DF, em atendimento à representação da Procuradoria Geral de Justiça do Estado do Espírito Santo (PGJ/ES).”
Contexto
O ministro Alexandre de Moraes determinou o cumprimento de mais de 80 mandados de busca e apreensão contra envolvidos em manifestações antidemocráticas, incluindo bloqueios de rodovias e concentrações em frente a quartéis, após a derrota do presidente Jair Bolsonaro (PL) para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na última eleição presidencial.
Além do Espírito Santo, as buscas foram realizadas em endereços nos estados de Acre, Amazonas, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal, Paraná e Santa Catarina. Também há ordens de prisão e de quebra de sigilo bancário.
Desde a derrota eleitoral de Bolsonaro no 2º turno, no dia 30 de outubro, apoiadores do presidente têm bloqueado estradas e realizado acampamentos em frente a quartéis militares no país, incluindo o 38º Batalhão de Infantaria, na Prainha, Vila Velha.
Os manifestantes defendem pautas antidemocráticas, como uma intervenção federal por parte das Forças Armadas (ou seja, um golpe de Estado) a fim de impedir a posse do presidente eleito, marcada para 1º de janeiro.
Na última terça-feira (13), dia da cerimônia de diplomação de Lula, no TSE, apoiadores do atual presidente promoveram atos de depredação de patrimônio público e privado nas ruas de Brasília, incluindo ônibus e carros incendiados. Também apedrejaram uma delegacia e tentaram invadir a sede da Polícia Federal.
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