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Coluna Vitor Vogas

Saiba quem são os nove pré-candidatos ao governo do ES

Na coluna deste domingo (15), apresentamos a relação completa e um miniperfil de cada um dos postulantes ao cargo de governador do Estado

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Palácio Anchieta, sede do Governo do Estado

Palácio Anchieta, sede oficial do governo estadual. Foto: Thiago Guimarães/Secom-ES

Você sabe quem são os pré-candidatos ao governo do Espírito Santo? A esta altura, há nove na disputa: Renato Casagrande (PSB), Fabiano Contarato (PT/PV/PCdoB), Carlos Manato (PL), Guerino Zanon (PSD), Audifax Barcelos (Rede/Psol), Felipe Rigoni (União Brasil), Erick Musso (Republicanos), Aridelmo Teixeira (Novo) e Capitão Sousa (PSTU).

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Abaixo, para ajudar os leitores e leitoras a se situarem, apresentamos um miniperfil de cada um:

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Casagrande viaja para Escócia em evento da ONU sobre mudanças climáticas. Foto: Hélio Filho/Secom

Renato Casagrande. Foto: Hélio Filho/Secom

1) Renato Casagrande (PSB)

O atual governador ainda não o itiu publicamente, mas é pré-candidato à reeleição.

Larga com a coligação mais ampla, da qual já fazem parte, por exemplo, o PSB, o PDT, o PP, o Podemos, o Avante e o Solidariedade.

Tenta atrair o MDB e a federação PSDB/Cidadania. Também existe a possibilidade de união com a federação formada por PT, PV e PCdoB.

Já concorreu a governador quatro vezes: ganhou duas e perdeu duas.

Após breve agem pelo PCdoB e pelo MDB nos anos 1980, foi deputado estadual (1991-1994), vice-governador de Vitor Buaiz (1995-1998) e secretário estadual de Agricultura. Em 1998, concorreu ao governo pela primeira vez, na eleição vencida por José Ignácio Ferreira.

Tornou-se deputado federal em 2002, senador em 2006 e governador em 2010. Em 2014, não conseguiu se reeleger, tendo perdido para Paulo Hartung. Na eleição ada, em 2018, voltou ao Palácio Anchieta, vencendo no 1º turno.

É secretário-geral do PSB no país. Assim como seu partido, pode ser considerado um político de centro-esquerda. Mas neste pleito, assim como em suas eleições anteriores, busca forma uma ampla coalização que vá da centro-esquerda à centro-direita.

Até o momento, não anunciou apoio a nenhum pré-candidato à Presidência, embora já tenha feito falas elogiosas a Ciro Gomes (PDT) e a Lula (PT).

Senador Fabiano Contarato. Foto: Divulgação/Senado

Fabiano Contarato. Foto: Divulgação/Senado

2) Fabiano Contarato (PT)

Delegado da Polícia Civil e professor de Direito Constitucional, destacou-se pelo trabalho à frente da Delegacia de Trânsito, antes de debutar na atividade política.

Em 2014, ensaiou lançar candidatura ao Senado pelo PR (atual PL), do senador Magno Malta, mas desistiu do projeto.

Em 2018, foi o candidato a senador mais votado no Espírito Santo, pela Rede Sustentabilidade, da ex-ministra Marina Silva. Obteve mais de 1 milhão de votos.

Desde que chegou ao Senado, tem feito um mandato muito crítico ao governo Bolsonaro. Chegou a ingressar com uma série de medidas judiciais no STF e outros foros para contestar ou reverter medidas do atual governo que visavam, por exemplo, ao afrouxamento da legislação ambiental, do Estatuto do Desarmamento e do Código Brasileiro de Trânsito.

Em fevereiro deste ano, filiou-se ao PT. É apoiador declarado do ex-presidente Lula, líder do partido.

A maioria dos dirigentes do PT no Espírito Santo mostra muito entusiasmo com relação à candidatura de Contarato, mas o próprio senador não tem aparecido em público como pré-candidato.

Buscando outros aliados, o PT está numa federação com o PV e o PCdoB.

Carlos Manato na inserção do PL

3) Carlos Manato (PL)

Médico e empresário, foi deputado federal por quatro mandatos consecutivos, de 2003 a 2018.

ou a maior parte da carreira política no PDT. Teve agem pelo Solidariedade. Em 2018, apoiando Jair Bolsonaro, foi candidato a governador pelo PSL, partido pelo qual o então deputado federal chegou à Presidência.

Impulsionado pela onda Bolsonaro, surpreendeu e por pouco não chegou ao 2º turno naquele pleito, contra Casagrande, com cerca de 27% dos votos válidos.

Desde então, engajou-se ainda mais no bolsonarismo. ou os últimos quatro anos sem mandato, mas fazendo oposição sistemática ao governo Casagrande nas redes sociais e participando de manifestações da direita bolsonarista.

Agora está no PL, sigla pela qual o presidente concorrerá à reeleição. Com o ex-senador Magno Malta, presidente do PL no Estado, formará a chapa “Magnato”, já que Magno tentará retornar ao Senado.

Conta ainda com o apoio do PTB, partido que em março recebeu a filiação de sua esposa, a deputada federal Soraya Manato (eleita pelo PSL em 2018).

Manato afirma representar a “direita conservadora” no Espírito Santo e reivindica-se como o único candidato autenticamente bolsonarista ao governo estadual.

Guerino Zanon

4) Guerino Zanon (PSD)

Guerino Zanon é um recordista: foi prefeito de Linhares por cinco mandatos, o primeiro deles iniciado ainda nos anos 1990.

Governou a maior cidade do Norte do Estado de 1997 a 2004, de 2009 a 2012 e de 2017 a março deste ano. Antes de entrar para a vida pública, era empresário no município.

Também foi eleito deputado estadual por dois mandatos e chegou a presidir a Assembleia, de 2007 a 2008.

Aposta na sua capacidade como público e no boom econômico experimentado por Linhares nas últimas duas décadas, como vitrine da sua campanha.

No finzinho de março, trocou o MDB pelo PSD, partido de Gilberto Kassab, e renunciou ao quinto mandato de prefeito, para viabilizar a candidatura.

Tem perfil de centro-direita e é, de todos, o candidato mais ligado ao ex-governador Paulo Hartung (sem partido).

Por enquanto, vem para esta disputa sem partidos aliados.

Audifax Barcelos. Foto: Reprodução/Facebook

 5) Audifax Barcelos (Rede/Psol)

Audifax foi prefeito da Serra, cidade mais populosa e maior colégio eleitoral do Estado, por três mandatos: de 2005 a 2008 e de 2013 a 2020. Isso após ter sido secretário municipal em várias áreas em prefeituras da Grande Vitória, como a de Vila Velha e a da própria Serra.

Também foi secretário estadual de Planejamento (2009-2010) no segundo governo Paulo Hartung e deputado federal (2011-2012), pelo PSB.

Economista e , vem para essa disputa enfatizando a própria experiência e a capacidade como gestor público.

Tem subido o tom das críticas ao atual governo e ao atual governador. No lançamento da sua candidatura em um centro comunitário da Serra, chegou a dizer que Casagrande não é gestor.

Audifax já ou pelo PT, pelo PDT, pelo PSB e, desde 2015, está na Rede Sustentabilidade.

São todos partidos de esquerda ou centro-esquerda. Mas, fugindo de qualquer tipo de rótulo e da polarização ideológica, diz que está acima de ideologias e que não está preocupado com isso. À Presidência, afirma que apoiará quem o apoiar.

Um possível complicador para ele é que a Rede formou federação com o Psol. Audifax diz que tem a candidatura garantida pela direção nacional da Rede, mas o Psol no Espírito Santo tem muita resistência em apoiá-lo.

Dep. Felipe Rigoni PSB/ES. Foto: Sérgio Francês

Felipe Rigoni. Foto: Sérgio Francês

 6) Felipe Rigoni (União Brasil)

Com 30 anos de idade, o linharense apresenta-se para este pleito como o pré-candidato mais jovem.

Ficou cego aos 15 anos. Formou-se em Engenharia e fez mestrado em Políticas Públicas pela Universidade de Oxford, na Inglaterra.

Em 2018, fez o curso do movimento RenovaBR e surpreendeu como o segundo candidato a deputado federal mais votado do Espírito Santo, pelo PSB de Casagrande. É o primeiro deficiente visual a chegar ao Congresso, na história.

No meio da atual legislatura, conseguiu do TSE autorização para sair do PSB sem perder o mandato, após ter sido punido pela cúpula nacional do partido por ter votado a favor da reforma da Previdência.

No fim do ano ado, entrou no União Brasil e, em março, virou o presidente estadual do partido, ficando assim com o caminho aberto para disputar o governo.

Ele mesmo se considera um político de centro e “um liberal por inteiro”, na política, nos costumes e nas pautas sociais.

Entra nesta disputa apostando no discurso de renovação política e anunciando “o fim do ciclo de 20 anos de revezamento de Paulo Hartung e Casagrande no poder”.

Por enquanto, sem partidos aliados. Mas está se aproximando do próximo nome desta lista.

Iniciativa é do deputado Erick Musso. Foto: Tati Beling

Erick Musso. Foto: Tati Beling

 7) Erick Musso (Republicanos)

Hoje contando 35 anos, o presidente da Assembleia Legislativa teve uma ascensão política precoce e vertiginosa.

É filho da cidade de Aracruz e neto de Heraldo Musso, que foi prefeito da cidade e deputado estadual. Erick chegou a ser assessor do avô na Assembleia.

Em 2012, elegeu-se vereador de Aracruz. Logo no primeiro biênio (2013-2014), foi presidente da Câmara. Em 2014, chegou à Assembleia, onde está prestes a encerrar o segundo mandato consecutivo.

Após um biênio como vice-líder de Paulo Hartung no plenário (2015-2016), tornou-se presidente da Assembleia em fevereiro de 2017, com o apoio de Hartung, e desde então não saiu mais. Foi reconduzido duas vezes e está no 3º biênio consecutivo como chefe do Poder Legislativo.

Em 2016, sem sucesso, candidatou-se a prefeito de Aracruz. Foi um dos pouquíssimos a receber apoio manifesto e presencial do então governador Paulo Hartung naquela eleição.

No ano ado, após ter sido apoiado por Casagrande para seguir na presidência da Casa, ou para a oposição. Desde então, tem mantido postura crítica ao atual governo. E é assim que, declaradamente, apresenta-se para esta disputa: como oposicionista.

Erick se classifica como um político de direita, conservador nos costumes, mas liberal na economia.

Já ou por quatro partidos e está filiado ao Republicanos, sigla que apoia Bolsonaro no Congresso e que deve apoiar a reeleição do presidente (assim como o próprio Erick).

Já garantiu a adesão de outros três partidos à sua pré-candidatura: o PSC, o Agir e o Patriota.

Em sua propaganda, exalta seu trabalho à frente do Legislativo, destacando a “transparência da Assembleia”, a austeridade nos gastos e serviços de atendimento direto aos cidadãos inaugurados na sede da Casa.

ARIDELMO-TEIXEIRA

Aridelmo Teixeira. Foto: Reprodução/Fucape

 8) Aridelmo Teixeira (Novo)

Professor, empresário e sócio fundador da Fucape Business School, faculdade particular especializada em istração de empresas.

Foi candidato a governador em 2018, pelo PTB (partido que ainda não estava sob o raio de influência do bolsonarismo). Como ele mesmo ite, foi uma candidatura meio improvisada, lançada para defender o legado de Paulo Hartung – com quem também tem ligação política.

Logo depois daquela eleição, entrou para o Novo e, desde então, tem se dedicado a estruturar o partido no Espírito Santo.

Após a vitória eleitoral de Lorenzo Pazolini (Republicanos) na Capital em novembro de 2020, compôs a equipe de transição do prefeito eleito. De janeiro de 2021 a março deste ano, foi secretário municipal de Finanças da istração Pazolini.

Assim como o próprio Novo, representa a direita liberal, defendendo as bandeiras do partido, como menor intervenção do Estado no mercado e na economia.

A exemplo de outros desafiantes, não economiza críticas ao governo Casagrande. Promete revolucionar a educação pública estadual e tornar o Espírito Santo o estado com a menor carga tributária do país.

A princípio, não terá partidos coligados.

Capitão Vinícius Sousa. Foto: Reprodução/Whatsapp

9) Capitão Sousa (PSTU)

Aos 38 anos, Sousa acaba de se lançar pré-candidato ao governo pelo Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado, agremiação de orientação marxista.

É capitão da ativa da Polícia Militar do Espírito Santo. Atualmente está lotado no 9º Batalhão, em Cachoeiro de Itapemirim, onde exerce funções istrativas.

Chegou à patente no início de 2020, mas integra os quadros da PMES desde 2008, ano em que ingressou na tropa, como soldado.

Foi candidato a prefeito de Castelo pelo Patriota, numa eleição suplementar, em 2019, sem êxito nas urnas.

Em 2020, foi candidato a vice-prefeito de Cachoeiro, na chapa encabeçada por Joana D’ark, do PT, novamente sem sucesso.

Tal como seu partido, prega a revolução da classe trabalhadora e a superação do sistema capitalista pela construção do regime socialista. Defende a desmilitarização da Polícia Militar e é a favor da legalização do consumo da maconha e de outras drogas hoje ilícitas no país.

Pertence ao movimento “Policiais Antifascismo”, fundado em 2017.

Errata

Em sua primeira versão, esta coluna informava erroneamente que Aridelmo Teixeira é presidente estadual do Novo. A informação foi suprimida do texto.

Vitor Vogas

Nascido no Rio de Janeiro e criado no Espírito Santo, Vitor Vogas tem 39 anos. Formado em Comunicação Social pela Ufes (2007), dedicou toda a sua carreira ao jornalismo político e já cobriu várias eleições. Trabalhou na Rede Gazeta de 2008 a 2011 e de 2014 a 2021, como repórter e colunista da editoria de Política do jornal A Gazeta, além de participações como comentarista na rádio CBN Vitória. Desde março de 2022, atua nos veículos da Rede Capixaba: a TV Capixaba, a Rádio BandNews FM e o Portal ES360. E-mail do colunista: [email protected]

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