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Redução de leitos mantém ocupação de UTI acima de 70%

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Há cerca de três semanas, o secretário Nésio Fernandes, da Saúde, estabeleceu uma referência para tratar da retomada das atividades no estado: seria necessário termos uma queda consistente, ao longo de três semanas, do número de mortes, do número de casos e do índice de ocupação das UTI’s dedicadas para a covid-19. Os dois primeiros números vêm caindo, conforme demonstra a média móvel, adotada desde a semana ada como referência pelo governo. Mas o de UTI se mantém em torno de 73%. Bem abaixo do índice de 89% já registrado, mas ainda dentro de uma faixa de risco. Mas esse índice, hoje, está nesse patamar porque o governo vem desativando os leitos de UTI, “devolvendo” esses leitos para o atendimento de outras doenças. O estado já teve 704 leitos para UTI. Hoje tem 685.

Índice mais baixo

Em outras palavras, o índice de ocupação se mantém acima de 70% não porque o número de pacientes está estável, mas porque os leitos vêm caindo. Se o cálculo estivesse sendo feito em cima dos 704 leitos anteriores, o índice de ocupação estaria em 66%, uma faixa mais segura para a retomada das atividades no estado.

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Liberou geral

Essa retomada, aliás, já está acontecendo de forma prática em algumas cidades. O prefeito da Serra, Audifax Barcelos, já itiu: a fiscalização da cidade está relaxada em relação ao funcionamento de vários setores cujo funcionamento foi limitado pelo governo do estado. “Já está na hora de retomarmos”, disse o prefeito na sexta-feira, em entrevista para a Band News.

>Pedido para o Ministério Público

Audifax não está sozinho. Os prefeitos da Grande Vitória se reuniram com representantes do Ministério Público na semana ada. Pediram a interferência do MP para convencer o governo do estado a relaxar as medidas de isolamento. Não conseguiram muita coisa. Só a promessa, feita pelo MP, de levar o pedido para as reuniões com o governo.

>Mais um mês fechados

Os donos de bares estavam esperançosos: acreditavam num relaxamento das medidas a partir desta semana. A ducha de água fria veio na noite de sexta-feira: o governo fez uma edição extra do Diário Oficial e prorrogou o fechamento de bares até 31 de agosto.

Desobediência

Diante da posição dos prefeitos e da prorrogação do fechamento, há uma possibilidade cada vez maior de os donos de bares partirem para a abertura sem nenhum protocolo oficial, definido pelo governo. Não há fiscais para controlar a situação. E em algumas cidades, como na Serra, há orientação para os fiscais não agirem.

Enquanto isso…

Os shoppings continuam sofrendo com as incertezas sobre o seu funcionamento. Nova regra baixada pelo governo permite a abertura das áreas de alimentação aos sábados. Mas as lojas dos outros setores não podem abrir. Ou seja, os shoppings têm de mobilizar toda a estrutura de funcionamento dos centros de compra para atender apenas os eventuais clientes da praça de alimentação.

Fica difícil

A direção dos shoppings se queixa. E os comerciantes da área de alimentação também: com os outros setores fechados, o número de clientes é bem menor.

Queda aqui e lá

Após uma semana de descomo, a média móvel calculada pelo governo e aquela feita diariamente pelo consórcio de veículos de comunicação estão “afinadas”. Elas apontam uma queda em torno de 27% no número de óbitos no estado nos últimos 14 dias. Eram 29,79, em média, no período anterior e agora são 21,29. Antes, o número do consórcio apontava para “estabilidade” no Espírito Santo e o governo do estado já apontava queda nos dados.

A afirmação

“Eu falei para ele [Paulo Guedes], quando for apresentar a vocês, botar os dois lados da balança. Se o povo não quiser, não vou falar nem do Parlamento, porque nós e o Parlamento somos subordinados ao povo. Se o povo acha que não deve mexer, deixa como está”.

Jair Bolsonaro, autorizando o ministro da Economia a seguir com a proposta de recriação da MF, mas impondo limitações.

Imagem aérea feita por um drone mostra a organização de banhistas na cidade litorânea de Chipiona,a na Espanha. A polícia local agradeceu a colaboração e a “responsabilidade cidadã” dos moradores e turistas.

Antonio Carlos Leite

Antonio Carlos tem 32 anos de jornalismo. E um tempo bem maior no acompanhamento das notícias. Já viu muitos acontecimentos espantosos. Mas sempre se sente surpreendido por novos fatos, porque o inesperado é a maior qualidade das coberturas jornalísticas. E também da vida...

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