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Empresário: herói ou vilão?

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Todo negócio começa com um homem ou uma mulher dedicados e esforçados, que investem o seu dinheiro para desenvolver uma ideia que acham interessante, assumem todos os riscos, geram emprego, pagam altos impostos, enfrentam um governo arcaico com suas burocracias e geram valor para a sociedade por meio dos seus produtos e serviços. Porém, ao invés de serem irados, são vistos como vilões que exploram as pessoas e o trabalho delas.

Como brasileiros, somos obrigados a trabalhar mais de cinco meses do ano para pagar impostos. Teoricamente, essa receita de tributos é revertida em educação, saúde, justiça, infraestrutura e segurança. Mas, pergunto: temos um sistema de educação adequado? E de saúde? Nossas estradas estão boas? Você se sente seguro?

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Só para melhorar, caso o empregador queira contratar mais um funcionário para a sua empresa, esse empregado pode custar mais que o dobro para o negócio. Isso acontece porque existem os encargos trabalhistas, como INSS, FGTS, PIS/PASEP, Sistema S, 13º salário, adicional de férias, rescisão contratual, vale-transporte e outros benefícios, que, no total, equivalem ao salário de outro colaborador. Esse é o principal motivo por existirem tantas pessoas trabalhando na informalidade.

E ainda não falamos das tributações que incidem sobre a empresa, as quais afetam a sua capacidade de investir e de contratar, e o seu crescimento. No nosso país, a alíquota máxima do imposto de renda para pessoas jurídicas é de 15%, podendo ter um acréscimo de 10%, caso ultrae o valor determinado. Adicionando, temos ainda a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), que pode chegar a uma alíquota de 32%, além do PIS, da COFINS, do ISS e o do ICMS.

O resultado de toda essa equação mostra a dificuldade do empresário na criação das melhores condições de trabalho e de investimentos, e na criação de riqueza.

No Brasil, instalou-se um ciclo vicioso: o governo mata o empresário com impostos, burocracias e regulamentações; consequentemente, os salários se mantêm baixos e a economia fica estagnada. E os jovens capacitados, percebendo isso, acabam indo para o setor público, onde se oferecem altos salários e estabilidade. Porém, vale lembrar que todos os privilégios do setor público são bancados por impostos pagos pelos contribuintes da iniciativa privada, que estão lutando para sobreviver.

No final da história, os vilões são os que acordam todos os dias e vão à luta, são os que geram valor para a sociedade, mesmo com as mãos amarradas; ainda assim, buscam formas de continuar seguindo em frente. O que precisamos fazer é manter o incentivo ao empreendedorismo, porque é a única forma de garantir um futuro melhor para as nossas gerações. E, aos que são empresários, desejo força para enfrentar as lutas, pois vocês são os heróis secretos.

Alefe Gadioli

Alefe Gadioli

Sobre o autor

Alefe Gadioli é formado em Engenharia Mecânica. Atualmente é Gerente de Tecnologias da Lótus Investimentos e membro do IBEF Academy

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O IBEF Academy é o programa de auto formação do IBEF-ES, com foco em gestão, economia, finanças e filosofia. Seu objetivo é contribuir para a evolução do ambiente de negócios no Espírito Santo, qualificando profissionais e fortalecendo o ecossistema econômico e financeiro do estado.

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