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Coronavírus: o que os países estão fazendo para combater a crise econômica
A receita adotada pelos governos para tentar conter o avanço da covid-19 no plano da saúde pode até variar na intensidade, mas tem como base o isolamento social. Já as medidas adotadas pelos países para tentar diminuir as consequências da hecatombe econômica provocada pelo vírus varia tanto em intensidade quanto em criatividade. Mas há um ponto observado na maioria das nações ainda não repetido aqui: a decisão de colocar o estado como grande locomotiva do crescimento econômico. Afinal, como os liberais mais radicais sabem, “em tempos de crise somos todos keynesianos”.
Abaixo, um resumo das medidas anunciadas pelos países:
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ALEMANHA – Deixou de lado a disciplina orçamentária, marca do país. Foi concedido, entre outros pontos, crédito “ilimitado” às empresas. O fiador dos empréstimos é o estado, para garantir o fornecimento do crédito e, ao mesmo tempo, proteger o sistema bancário. As empresas têm financiamento oficial para reduzir o número de horas que seus funcionários trabalham devido à queda na produção. Pagamento de impostos foi adiado. Tamanho do pacote (até 25 de março): 750 bilhões de euros.
ESTADOS UNIDOS – Reduziu taxa de juros a 0,25% ao ano. Inundou a economia com diversos tipos de crédito para empresas (de todos os portes) e trabalhadores. O pacote inclui 500 bilhões de dólares para ajudar indústrias afetadas e 290 bilhões de dólares para pagamentos de até 3 mil dólares a milhões de famílias. O Banco Central norte-americano vai emprestar dinheiro capaz de contemplar desde folha de pagamento até cartão de crédito, ando pela remessa de cheque de 1 mil dólares para cada chefe de família. Tamanho do pacote: 2,2 trilhões de dólares.
AUSTRÁLIA – Reduziu os juros a 0,25% ao ano. Criou um mecanismo de financiamento para bancos e anunciou um programa de apoio para as empresas aéreas. Também foram anunciados pagamentos adicionais de assistência social e subsídios para aprendizes, pequenas empresas e pensionistas. Tamanho do pacote: 123 bilhões de dólares australianos (algo em torno de 75 bilhões de dólares).
REINO UNIDO – O amplo pacote de Boris Johnson inclui a redução da taxa de juros para 0,10%. O governo assumiu 80% das folhas de pagamento dos funcionários naquelas empresas com dificuldades de pagar os salários, mas elas não podem efetuar demissões. O mecanismo vale para salários até o equivalente a R$ 15 mil. Além disso, os empresários terão direito a empréstimos garantidos pelo Tesouro oficial. Tamanho do pacote: em torno de 700 bilhões de libras.
ESPANHA – Abriu linhas de crédito para as empresas. Mas o maior foco do pacote está nos cidadãos. Foi decretado moratória para o pagamento de hipotecas, foram abertas linhas de crédito para trabalhadores de empresas mais afetadas pela crise e foram suspensos cortes de água, luz e internet. Há verba especial para famílias de baixa renda. Tamanho do pacote: 200 bilhões de euros.
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