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Coluna Vitor Vogas

Como uma aliança com Audifax pode favorecer Camila Valadão?

Ex-prefeito pode oferecer à federação Rede/Psol alguns candidatos do seu grupo que fortaleceriam a chapa de deputados estaduais dos socialistas, ajudando a vereadora a chegar à Assembleia

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Audifax Barcelos e Camila Valadão. Foto-montagem.

A federação entre a Rede Sustentabilidade e o Psol pode dificultar imensamente os planos de Audifax Barcelos (Rede) em concorrer ao governo do Estado. Conforme mostramos aqui, o ex-prefeito da Serra enfrenta fortes resistências dentro do novo “parceiro compulsório”: o Psol do Espírito Santo. Mas, se for um pouquinho pragmático – algo que não costuma ser –, o Psol também pode vislumbrar algumas vantagens eleitorais em eventual acordo com Audifax para respaldar a candidatura do redista ao governo.

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Historicamente, o Psol vai mal nas urnas em solo capixaba. Desde a sua fundação, em 2005, o partido só conseguiu emplacar um nome para qualquer cargo eletivo em disputa no Espírito Santo: Camila Valadão, eleita vereadora de Vitória em 2020. Ainda assim, foi por um triz.

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Mesmo tendo sido a segunda candidata mais votada na Capital, com 5.625 sufrágios, Camila “ou raspando”, porque a votação total da chapa do Psol foi baixa naquela eleição municipal. Aliás, os problemas antecedem a votação: o Psol costuma ter dificuldades em montar chapas proporcionais completas. Em 2020, cada partido podia lançar até 23 candidatos a vereador em Vitória. Mas, além de Camila, a chapa do Psol só teve seis postulantes. Fica difícil “fazer legenda” assim.

A história já tinha ocorrido em 2018. Na eleição para a Assembleia Legislativa, a assistente social foi bem votada individualmente. Com a preferência de 16.829 eleitores, ficou em 23º lugar na votação nominal.

Mas, com apenas 10 candidatos, a chapa do Psol não conseguiu atingir o quociente eleitoral para fazer um deputado. (Naquela eleição, ainda eram permitidas coligações nas eleições proporcionais, mas o Psol foi sozinho para a disputa; a rigor, coligou-se com o PCB na “Frente de Esquerda Socialista”, mas os comunistas não tiveram um só candidato a deputado estadual.)

Agora, a prioridade do partido no Estado é, mais uma vez, a candidatura de Camila à Assembleia Legislativa. Para não depender de outras contas, sua chapa precisará fazer cerca de 60 mil votos (o quociente eleitoral estimado por dirigentes partidários capixabas).

Mas o Psol não tem outros candidatos competitivos, e Camila dificilmente beirará sozinha essa marca, mesmo que multiplique seus votos graças à visibilidade proporcionada pelo mandato na Câmara de Vitória. Para se ter uma referência, o candidato a deputado estadual mais votado em 2018, Sergio Majeski, obteve 47.015 votos.

É aqui que entra Audifax Barcelos: ele pode oferecer à chapa da federação Psol e Rede alguns candidatos do seu núcleo político que podem fortalecer a chapa e inclusive ajudar Camila a se eleger deputada estadual. Entre eles, os ex-vereadores da Serra Fábio Duarte e Guto Lorenzoni, filiados à Rede.

Duarte foi candidato a prefeito da Serra em 2020, com o apoio de Audifax. Num resultado surpreendente, chegou ao 2º turno. Perdeu para Sérgio Vidigal (PDT), mas deu trabalho para o atual prefeito, tendo obtido 91.931 votos (45,1% dos válidos).

Já Lorenzoni foi líder de Audifax na Câmara da Serra na legislatura ada (2017-2020) e presidente da Casa na anterior (2013-2016), mas não foi muito bem no último pleito: com 1.627 votos, foi só o 29º candidato a vereador mais votado na cidade e não conseguiu se reeleger. Mas tem história política no município.

Assim, a Rede pode dar a Camila (e ao Psol) aquele empurrãozinho que falta para finalmente ocupar uma cadeira na Assembleia Legislativa do Espírito Santo. Se a chapa da federação bater o quociente eleitoral e a vereadora for a mais votada da chapa, o assento será dela a partir de 2023.

RÁPIDAS

Colnago à frente do PSD

É oficial: o ex-vice-governador César Colnago é o novo presidente estadual da Executiva provisória do Partido Social Democrático (PSD). De acordo com os registros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ex-tucano tornou-se o presidente no dia 31 de março, logo após ter se filiado. Quer dizer, já chegou ao novo partido como líder estadual, em acordo com José Carlos da Fonseca Júnior.

E Zé Carlinhos?

Zé Carlinhos era o vice-presidente estadual na gestão de Neucimar Fraga, que trocou o PSD pelo PP na janela partidária, no fim de março. Agora, continua como vice-presidente estadual. Um dos dois, na verdade. O outro vice-presidente é Fausto Zanon. Os mandatos provisórios de Colnago e dos demais vão até o dia 25 de junho. O PSD pretende lançar Guerino Zanon ao governo, mas Colnago também se apresenta como pré-candidato ao cargo.

Enivaldo se despede

Por falar nisso, o prefeito de Barra de São Francisco, Enivaldo dos Anjos, anunciou sua decisão de se desfiliar do PSD para apoiar a reeleição do governador Renato Casagrande (PSB), de quem foi líder na Assembleia. Ele ajudou a fundar no Espírito Santo o partido nascido de uma dissidência do DEM (agora fundido com o PSL e transformado em União Brasil). Por enquanto, o prefeito ficará sem legenda.

Giulianno dos Anjos: “ajuda do véio”

Enquanto isso, o ex-deputado estadual Giulianno dos Anjos, filho de Enivaldo, usou suas redes sociais para esclarecer: “Respondo claramente para todos […] que só entrarei numa disputa eleitoral como candidato [a deputado estadual] se não houver uma contestação contrária por parte do meu véio, preciso da ajuda total dele!”

Mulheres no Senado

Para se viabilizar e prevalecer como a candidata do PT capixaba ao Senado, um dos argumentos da professora Célia Tavares é que a vaga em disputa é a da senadora Rose de Freitas (MDB), logo é importante que Rose seja substituída por outra mulher. Vale lembrar que o PT também planeja lançar Fabiano Contarato ao governo e, se o atual senador vencer a eleição estadual, quem assume a vaga dele no Senado é outra mulher: sua primeira suplente é a a Ana Paula Tongo da Silva.

Simone Tibet

Ainda falando de mulheres no Senado, o colunista estava “com a cabeça nas alturas” dias desses e escreveu assim, nesta coluna, o nome da senadora Simone Tebet, pré-candidata à Presidência pelo MDB.

Print com erro de digitação do colunista.

O erro foi corrigido.

Casagrande correndo “com o 13”

Casagrande entre os participantes da Corrida da Penha (17/04/2022). Foto: Instagram de Renato Casagrande

Em sua conta oficial no Instagram, o governador Renato Casagrande publicou fotos participando da Corrida da Penha, neste domingo (17).

Pode ser meio cabalístico, pode ser meio “zagallístico”, mas teve petista que observou que a soma dos algarismos no número de corrida de Casagrande (1426) é igual a 13, o número de urna do PT.

O petista em questão torce, é claro, para que PT e PSB corram de mãos dadas na maratona com chegada no Palácio Anchieta.

Ou “do 13”…

Mas tem gente que acha o contrário: que Casagrande está é correndo do 13…

Nova eleição em Itapemirim

O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) estabeleceu o calendário oficial para a realização das eleições suplementares em Itapemirim, após o TSE ter condenado à cassação definitiva o agora ex-prefeito Thiago Peçanha (Republicanos) e seu vice-prefeito.

O novo pleito será no dia 5 de junho.

Vitor Vogas

Nascido no Rio de Janeiro e criado no Espírito Santo, Vitor Vogas tem 39 anos. Formado em Comunicação Social pela Ufes (2007), dedicou toda a sua carreira ao jornalismo político e já cobriu várias eleições. Trabalhou na Rede Gazeta de 2008 a 2011 e de 2014 a 2021, como repórter e colunista da editoria de Política do jornal A Gazeta, além de participações como comentarista na rádio CBN Vitória. Desde março de 2022, atua nos veículos da Rede Capixaba: a TV Capixaba, a Rádio BandNews FM e o Portal ES360. E-mail do colunista: [email protected]

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