Coluna Vitor Vogas
Audifax bate pesado em Vidigal por hospital e entra de vez no jogo
Ex-prefeito publicou sua mais pesada crítica à gestão de Vidigal, dizendo que “atual prefeito” não põe para funcionar o Hospital Materno Infantil

Audifax disputou o Governo do Estado nas últimas eleições.
O ex-prefeito da Serra Audifax Barcelos (sem partido) entrou em definitivo no jogo eleitoral do município, tendo em vista a sucessão do atual prefeito e seu eterno rival político, Sérgio Vidigal (PDT). Naquela que pode ser considerada a primeira grande investida de Audifax contra Vidigal desde a última agem de faixa entre eles, em janeiro de 2021, o ex-prefeito gravou e publicou um vídeo em seu Instagram criticando duramente a atual istração, principalmente por conta do Hospital Materno Infantil.
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Segundo Audifax, a atual gestão ainda não colocou o hospital para funcionar, mais de dois anos depois de ele mesmo, ainda como prefeito, ter inaugurado o equipamento, em setembro de 2020. Ele também afirmou que a Serra “não está bem” e está perdendo protagonismo em muitas áreas. No vídeo, gravado bem em frente ao Hospital Materno Infantil, o ex-prefeito não cita Vidigal pelo nome, mas investe diretamente contra ele, dirigindo suas críticas ao “atual prefeito”.
“A gente observa que a cidade da Serra não está bem. Perdemos o protagonismo em muitas coisas, e o atual prefeito assumiu o compromisso de melhorar a saúde da cidade da Serra. E aqui atrás um grande investimento, iniciado e terminado em nosso governo, onde em 2020, você vê aí nas reportagens, nós entregamos essa obra toda equipada”, diz Audifax, dando a deixa para a exibição de trechos de reportagens de emissoras de TV exibidas por ocasião da inauguração oficial.
Em seguida, ele volta à carga: “E até o dia de hoje, já se aram mais de dois anos, o atual prefeito não usa esse equipamento para atender a saúde da nossa população. É muito triste essa realidade”, lamenta, involuntariamente parafraseando o “bordão” de uma famosa repórter de uma dessas emissoras de TV: “É muito triste”.
No fim, assumindo a retórica de um líder que pretende unificar as forças de oposição da cidade, Audifax conclama “toda a classe política da Serra” a cobrar o ativação do hospital.
“E eu observo que alguns políticos têm até falado dessa obra, obra feita pelo nosso governo para a população da cidade da Serra e até fora da cidade da Serra. O atual prefeito assumiu o compromisso de retomar esse hospital e colocar ele para funcionar, para atender não só as mães, mas também as nossas crianças, e isso não tem acontecido. E é hora de nós unirmos toda a classe política que tem falado nesse hospital, para que a gente possa estar cobrando, para que esse hospital volte a funcionar e possa atender a toda a população da nossa cidade.”
Não por coincidência, o Hospital Materno Infantil, ao lado da superlotação das Unidades de Pronto Atendimento da Serra (UPAs), têm sido os principais alvos de críticas à istração de Vidigal por parte do deputado estadual Pablo Muribeca (Patriota), também opositor do prefeito e potencial adversário dele e de seu grupo político nas eleições do ano que vem.
A resposta de Vidigal
Em conversa com a coluna, o prefeito Sérgio Vidigal (PDT) afirmou que as afirmações de Audifax são completamente infundadas. Conforme explica o prefeito, o hospital localizado em Laranjeiras é formado por duas torres. A parte que compete à Prefeitura da Serra, que é a primeira torre, está em “pleno funcionamento”.
Nessa primeira torre funciona uma maternidade para risco habitual. A gestão fica a cargo da irmandade Santa Casa de Misericórdia, que gere os serviços. Mas o custeio é todo da Prefeitura da Serra, que rea à entidade filantrópica cerca de R$ 4 milhões todo mês.
“A maternidade está funcionando. É a maior maternidade pública do Espírito Santo. Para você ter uma ideia, ali são realizados 420 partos por mês e 80 cirurgias ginecológicas todo mês. Tem um banco de leite lá dentro, ambulatórios de ginecologia e o serviço que nós montamos lá para atender pacientes vítimas de violência sexual. Os recursos para financiar os serviços vêm 100% do caixa municipal, tirando uma ajuda irrisória por procedimentos que a gente recebe do governo federal, de acordo com a tabela do SUS”, explica o prefeito.
Quanto à segunda torre – e é aí que mora o nó górdio, pois o ime se arrasta há anos –, de fato não há prestação de serviços ali até o momento. Mas Vidigal tem uma explicação completa para isso.
Basicamente, segundo o prefeito, ali será aberto muito em breve um grande centro de referência em atendimento pediátrico, com 60 leitos e salas de cirurgias pediátricas. Mas o início do funcionamento depende do fechamento de um acordo com o governo Casagrande (aliado de Vidigal) para a gestão compartilhada dos serviços a serem prestados nessa segunda torre hospitalar.
As tratativas estão em curso, mas, no momento, há um ime entre governo e prefeitura quanto ao tamanho da participação do primeiro no financiamento dos serviços.
Em síntese é isso, mas se trata de verdadeira novela. Por isso a explicação completa sobre o imbróglio do Materno Infantil será tema de uma próxima coluna.
