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Bem-estar

Saiba como lidar com o estresse e a ansiedade durante o período de isolamento

Segundo pesquisa da UERJ, os casos de ansiedade e estresse mais do que dobraram no país durante a pandemia do novo coronavírus. Saiba como identificar e controlar esses sintomas

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Saiba como lidar com o estresse e a ansiedade durante o período de isolamento. Foto: Polina Zimmerman/Pexels

Saiba como lidar com o estresse e a ansiedade durante o período de isolamento. Foto: Polina Zimmerman/Pexels

Noites mal dormidas, ansiedade, falta de concentração, estresse e irritabilidade. É difícil conhecer alguém que não tenha ado por nenhuma dessas situações desde o início do isolamento social em decorrência do novo coronavírus. Os sintomas estão ligados diretamente à saúde mental da população. O assunto, no entanto, não vem sendo tratado com a seriedade que merece, muitas vezes pelo próprio paciente que ainda não se deu conta do problema.

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Estudo da UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) aponta que os casos de ansiedade e estresse mais do que dobraram durante a pandemia no país. A pesquisa foi realizada entre os dias 20 de março e 20 de abril com 1.460 pessoas de 23 Estados. Todas responderam a um questionário online com mais de 200 perguntas. O percentual de pessoas que relataram sintomas de estresse agudo na primeira etapa da coleta de dados (entre 20 e 25 de março) foi de 6,9% para 9,7% na segunda rodada (de 15 a 20 de abril). Entre os casos de depressão, o salto foi de 4,2% para 8%. A crise aguda de ansiedade pulou de 8,7% para 14,9%.

Segundo a psicóloga e psicoterapeuta corporal Isabella Rosetti, o medo pode ser considerado o principal responsável por esse cenário. “Estamos vivendo o medo constante de um vírus que não vemos. E nessa situação, nosso corpo entra em um mecanismo de luta e fuga que o deixa enrijecido, causando tensões musculares. Altera também a nossa circulação do sangue, que pode diminuir a temperatura das nossas extremidades; e encurta a nossa respiração. São 24 horas de tensão que acabam se transformando em estresse, ansiedade, depressão e uma série de outros transtornos e manias”.

O cenário, inclusive, pode se agravar ainda mais com a associação desse corpo com medo com vulnerabilidade causada pelo confinamento e o convívio familiar. “As pessoas acabam encontrando problemas que antes não enxergavam. E os problemas individuais somados agora às frustrações familiares podem gerar uma confusão de emoções”, alerta Isabella.

Como lidar com as frustrações

Separar algum tempo para refletir sozinho e buscar o autoconhecimento é o primeiro o para lidar com as emoções. Nesse momento, é importante tentar descobrir de onde vem o seu medo e o que lhe traz segurança. Esse momento reservado para si pode se chamar de autocuidado. O objetivo é regular o organismo, reduzindo a tensão. Feito isso, um diálogo aberto em família deve auxiliar nas questões da convivência.

“É preciso estabelecer uma rotina e delimitar espaços. Mesmo em família, as pessoas acabam se sentindo invadidas. E nesse momento de fragilidade e vulnerabilidade, as pessoas acabam absorvendo um problema de forma muito mais intensa e muitas vezes negativa. É exatamente essa situação que precisamos evitar”, explica a psicóloga.

Confira algumas sugestões de autocuidados

– Sono: uma boa noite de sono é fundamental para o desempenho das rotinas no dia seguinte. Para isso, procure pensar o que te ajudaria a ter uma boa noite de sono, como um chá ou leite quente antes de se deitar, por exemplo. Cada um precisa fazer o exercício de se conhecer e encontrar a melhor solução. Além disso, apague as luzes do quarto, fique em silêncio, desligue o celular e procure aos poucos diminuir o ritmo do dia.

– Alimentação: manter uma boa alimentação em tempos de isolamento não significa fazer dieta. Até porque, dietas restritivas neste momento podem provocar irritabilidades mais acentuadas. Procure manter o equilíbrio, coma de forma saudável, mas não se condene se quiser comer um chocolate se isso lhe fizer bem, por exemplo.

– Respiração: o medo encurta nossa respiração. Por isso, procure fazer exercícios como respirar fundo, até encher totalmente sua caixa torácica. Respire fundo e tranquilamente, isso certamente lhe garantirá bem-estar.

– Contato físico: nosso corpo sente falta do contato com outras pessoas. Se estiver isolado em família, peça para alguém lhe fazer uma massagem. Se estiver sozinho, faça você mesmo nas pernas, pés, braços e pescoço. O toque e a massagem ajudam na autorregulação do nosso organismo, distensiona a musculatura e faz o sangue circular melhor também. A técnica é muito utilizada pela psicoterapia corporal e biodinâmica.

Permita a sua expressão: tanto crianças quanto adultos precisam brincar. A brincadeira traz muita flexibilidade e adaptabilidade, habilidades que precisamos desenvolver neste momento, além de também provocar autorregulação do corpo. Dê preferência aos jogos disponíveis em casa que lhe permitam a expressão e descontração. Se você gosta de escrever, escreva. Se gosta de cozinhar, cozinhe. Faça artesanato. Explore as atividades que tenha interesse e aproveite esse momento para descansar a mente. Evite telas de computador, televisões e jogos eletrônicos.

Procure atendimento especializado

Cientistas e pesquisadores em todo o mundo estão trabalhando em busca de uma vacina contra o coronavírus. Em algum momento, o vírus deixará de ser um problema. A psicóloga Isabella Rosetti, no entanto, faz um alerta para os danos à saúde mental que permanecerão. “Nosso corpo é a matéria da história do indivíduo. Precisamos estar atentos. E se você perceber que precisa de ajuda, procure um profissional especializado”.

O atendimento por psicólogos a distância por meio de ferramentas online estão autorizadas pelo Conselho Federal de Psicologia desde 2018, com a exigência de que o profissional tenho um cadastro atualizado na plataforma eletrônica do Conselho, possibilitando assim a fiscalização dos trabalhos.

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